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Acesso São Paulo: Mocidade Unida da Mooca e Estrela do Terceiro Milênio em alto nível visual

Por Gustavo Lima

O site CARNAVALESCO acompanhou os desfiles do Grupo de Acesso I, neste domingo, e a noite foi marcada pelo alto nível de disputa entre as escolas, o que já era esperado, pelas fortes e tradicionais agremiações que estão no grupo. Mocidade Unida da Mooca, Estrela do Terceiro Milênio e Vai-Vai foram as melhores, acompanhadas de Camisa Verde e Branco e Acadêmicos do Tucuruvi, essas cinco brigarão por uma vaga na elite do carnaval paulistano. Nenê de Vila Matilde e Leandro de Itaquera tiveram erros perceptíveis, e vão brigar para não cair. A Independente Tricolor não será julgada.

Independente Tricolor

Abrindo a noite dos desfiles do Grupo de Acesso I, a Independente Tricolor não será julgada em decorrência do incêndio que atingiu o barracão em outubro do ano passado. A agremiação utilizou apenas uma alegoria, e fantasias de anos anteriores foram reaproveitadas na maioria das alas, e mesmo assim, a escola desfilou descontraída e cantando forte. A comissão de frente vestia uma roupa escura com detalhes em laranja e dourado, aparentemente representando soldados do tempo. A coreografia da ala tinha bastante repertório e interagia com o público a todo momento. O casal vestia uma luxuosa fantasia nas cores dourado e preto, com bastante brilho, executando todos os movimentos previstos no regulamento. A única alegoria da escola, provavelmente feita depois do incêndio, trazia o símbolo da agremiação na parte da frente e esculturas de relógios no espaço de trás. A Independente Tricolor levou o enredo “Utopia. É preciso acreditar!”.

Estrela do Terceiro Milênio

Segunda escola a desfilar na noite, a Terceiro Milênio deu um show na passarela, o desfile foi aquém do esperado, pelo fato de a agremiação estar voltando este ano para o Grupo de Acesso I, depois de permanecer dois anos por lá. O canto da comunidade foi forte e com clareza em todos os setores. A comissão de frente fez a sua apresentação com vários personagens, simbolizando índios, as águas, e a personagem principal que vestia uma coroa, aparentemente representando a mãe d’água. A coreografia teve bastante repertório, os integrantes se cruzavam na pista o tempo, a ala usou um elemento alegórico que representava um barco.

O conjunto alegórico da escola foi ótimo, com destaque para o grandioso abre-alas, o azul predominava, representando o mar, com uma grande escultura de sereia. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Daniel Vitro e Edilaine Campos, usou uma fantasia com tons de roxo e verde água, simbolizando os índios. A porta-bandeira teve dificuldades com o pavilhão por causa do vento, mas não chegou a enrolar. Todos os movimentos obrigatórios foram realizados pela dupla. As fantasias também foram destaque, a Estrela do Terceiro Milênio optou pelo uso de materiais ricos na maioria das alas. O enredo que a agremiação levou para a avenida foi “No coração da floresta, nascem as estrelas que brilham no meu carnaval”, uma homenagem à Amazônia e aos trabalhadores de Parintins.

Nenê de Vila Matilde

Uma das escolas mais tradicionais do samba paulistano, a Nenê de Vila Matilde, foi a terceira a desfilar e levou para a avenida a história da cerveja, e teve algumas falhas que pode comprometer o sonho da volta ao Grupo Especial. A comissão de frente mostrou uma dança onde os componentes exaltavam a personagem principal, que simbolizava uma deusa. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Cley Ferreira e Monalisa Bueno, usou uma fantasia em tons de amarelo, laranja e dourado, mostraram simpatia, uma coreografia clássica e cumpriram todos os movimentos.

O conjunto alegórico não deixou a desejar, a escola optou por alegorias de fácil entendimento, sem o uso de movimentos e esculturas grandes, mas com muitos componentes, o que deu vida aos carros alegóricos. Destaque para o abre-alas, com a famosa águia, que estava visualmente agradável. A escola optou pelo uso de materiais simples nas fantasias, mas não soube usá-los, pois dava para ver muitas vestimentas com elementos caídos ou soltos. O samba-enredo foi de difícil assimilação para os componentes, onde houve problemas com a harmonia em todos os setores.

Leandro de Itaquera

Quarta escola a desfilar, a Leandro de Itaquera levou para avenida o enredo sobre a savana africana. O começo do desfile foi arrasador, o chão da escola foi impecável, os componentes cantavam com garra e estavam emocionados, além da bateria, com as bossas e paradinhas que levantaram a arquibancada. A comissão de frente vestia uma roupa bege e fazia coreografias dentro do samba, cruzavam a pista e trocavam de posições. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, ostentaram o pavilhão mais pesado do carnaval, que é bordado a mão, característica da escola.

José Luís e Jussara Souza fizeram os movimentos corretos, mas claramente a porta-bandeira se sentia incomodada com o adereço de cabeça. A ideia de execução das alegorias foi acertada, mas era perceptível falhas no acabamento, principalmente no segundo carro. A evolução da escola foi fraca, houve vários buracos e correria desde o minuto 40 aproximadamente, pois a último alegoria estava cruzando o setor A e a agremiação precisava cruzar a linha de chegada.

Mocidade Unida da Mooca

Foi um desfile avassalador da MUM. Não pecaram em nenhum quesito, e o destaque principal foi o aspecto visual. Carros alegóricos com acabamentos surpreendentes e fantasias luxuosas, fizeram do módulo visual o ponto alto do desfile. Vale ressaltar a ideia que a escola teve de questionar o preconceito, trazendo alas com as frases “cadê o respeito?”, “a quebrada acordou”, entre outras. O samba também é bem afrontoso, o refrão principal se destacou, com a bateria fazendo paradinhas em alguns momentos deixando a arquibancada e a comunidade cantar em uma só voz.

A comissão de frente aparentemente representava guardiões, usando um tripé com um acabamento perfeito. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Jefferson Gomes e Janny Moreno, usando uma fantasia nos tons de reto, dourado e vermelho, ostentaram o pavilhão da Mocidade com elegância e simpatia. Com movimentos suaves, realizaram todos os movimentos que se pede no regulamento. Ano passado a escola pecou muito em evolução apesar do bom desfile, mas desta vez, o problema foi corrigido, o que credencia a Mocidade Unida da Mooca ao acesso para o Grupo Especial.

Acadêmicos do Tucuruvi

Outra tradicional escola do carnaval paulistano, a Tucuruvi, foi a sexta a desfilar, com um enredo que homenageia Chico Anysio, sendo a comissão de frente o quesito destaque. A ala estava vestida de vários personagens de criação do humorista e mostrou muita simpatia e interação com o público, sorrindo bastante e acenando para o público na coreografia. Waleska Gomes e Luan Caliel, se destacaram pela coreografia, onde a porta-bandeira sorria de forma humorística, fazendo alusão ao enredo e a dupla realizou os movimentos conforme os itens de julgamento.

O desempenho da harmonia foi satisfatório, principalmente do segundo setor em diante, é um samba alegre que proporciona o componente brincar na avenida. Até pelo enredo com tom humorístico, a escola não se preocupou em usar fantasias luxuosas, escolheram materiais simples que foram usados corretamente. O mesmo se aplica nas alegorias, a Tucuruvi não optou pelo uso de carros alegóricos grandiosos recheado de luxo, todos tiveram uma fácil leitura, com destaque para a terceira alegoria, que representava a Escolinha do Professor Raimundo.

Camisa Verde e Branco

Penúltima escola a desfilar nesta noite, e uma das apresentações mais aguardadas da noite, o “Trevo da Barra Funda”, agremiação tradicional e uma das maiores campeãs do carnaval de São Paulo, passou fria, mas plasticamente bonita, com alegorias bem detalhadas na proposta do enredo e um ótimo acabamento. A comissão de frente usou costeiros beges e saias de cores diferentes, aparentemente representando os orixás. Os outros personagens simbolizaram uma espécie de guardiões.

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Gabriel Vullen e Joice Prado, vieram com muita alegria, simpatia e elegância. Com a fantasia nos tons bege e vermelho, a dupla realizou uma coreografia clássica, introduzindo alguns passos do candomblé, cumprindo com os movimentos obrigatórios. A escola não cantou tão forte como se imaginava, mas os componentes ao menos demonstraram clareza no canto, o entrosamento com a bateria e ala musical foi satisfatório, destaque para o samba que foi bem interpretado pelo puxador Tinganá. Não teve problemas de evolução, não houve buracos e a agremiação passou no tempo. As alegorias focaram na representação dos orixás no candomblé, com destaque para a escultura da mamãe Oxum, no abre-alas. Talvez tenha ficado uma decepção pelo fato de o homenageado Carlinhos Brown não ter aparecido no desfile.

Vai-Vai

Encerrando os desfiles do Grupo de Acesso I, a maior campeã do carnaval paulistano, a Vai-Vai deu um show de canto, tanto na pista como nas arquibancadas. A escola teve uma recepção calorosa da torcida em todo o Anhembi, com bandeirinhas, dando um belo visual ao Sambódromo. A comissão de frente fazia alusão a todos os momentos da escola, com personagens vestidos de sambista boêmios coreografando pela avenida com cadeiras nas mãos. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Ana Paula Penteado e Pingo, usaram uma fantasia preta e branca com tons em dourado.

A bateria de mestre Tadeu, levantou a arquibancada por onde passou. O conjunto alegórico foi irregular, dava para notar algumas falhas de decoração, principalmente se tratando do último carro. O problema principal da escola foi a evolução, teve que dar uma leve corrida no final e apresentou um buraco entre o abre-alas e a ala das baianas, em frente ao setor monumental, além de algumas fantasias que teve o uso de materiais simples demais, o que não dá clareza à leitura das vestimentas.

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