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Afilhados de Ciça e herdeiros do ritmo insulano, mestres da Ilha prometem manutenção do resgate em 2019

Não é fácil perder um profissional do quilate de mestre Ciça. Ainda mais se o incendiário da Sapucaí, como foi nomeado pelo jornalista Miro Ribeiro, tiver sido o grande responsável pelo resgate dos bons desempenhos da famosa Baterilha na Avenida. Mas, a União da Ilha do Governador foi buscar em casa a substituição para o comando dos seus ritmistas no Carnaval 2019.

Desconhecidos do grande público do mundo do samba, mas muito recomendados por quem conhece as entranhas da tricolor insulana, os agora mestres Keko Araújo e Marcelo Santos bateram um papo com a equipe do site CARNAVALESCO. Ambos frequentam a escola desde a infância e já desempenhavam funções fundamentais para o sucesso do trabalho de Ciça nos últimos carnavais.

Marcelo Santos revela seu DNA insulano e conta que adquiriu experiência como mestre em outras escolas do bairro e até fora do Rio de Janeiro.

“Sou nascido e criado aqui no bairro. Já fiz trabalhos aqui nas escolas da área, como Boi da Ilha e Acadêmicos do Dendê. Também já desenvolvi trabalhos em Santa Catarina. Adquiri uma certa experiência em comando geral de bateria”, conta.

Keko Araújo, na verdade, se chama Jeferson, mas nem responde quando alguém lhe chama pelo nome de batismo. Ele explica o apelido e conta que embora tenha vindo de uma família de músicos foi por intermédio de um vizinho que descobriu o fascinante mundo do ritmo da Baterilha.

“O apelido veio do berço. Pois desde que me entendo por gente eu sou chamado com esse codinome. Um primo meu me chamava assim ao invés do meu nome, Jeferson, coisa de criança que ainda está aprendendo a falar. Acabou ficando Keko. É curiosa minha trajetória aqui na Ilha, pois venho de uma família de músicos, mas ninguém com atuação na escola. Cheguei aqui por intermédio de um vizinho, que me trouxe para participar da escolinha do mestre Paulão. Fiquei fascinado e entrei em 1993. Em 1994 já desfilava novinho e aí virei diretor com o Odilon e acompanhei os demais mestres da escola, como Thiago Diogo e Ciça”, ressalta.

Manutenção do trabalho de Ciça para seguir alcançando a nota 10

Uma velha máxima do futebol vai nortear o trabalho de Marcelo e Keko neste ano de estreia na Baterilha. Se em time que está ganhando não se mexe, a dupla vai seguir o trabalho realizado por Ciça até este ano. Marcelo confessa uma certa insegurança em um primeiro momento, mas garante que ter sido braço direito do antigo mestre da Ilha é o que lhe dá total firmeza para encarar o desafio.

“A nossa meta de trabalho é de total manutenção do trabalho realizado pelo Ciça. O nosso andamento já está definido para o desfile, o nosso resgate da batida de caixa característica da Ilha vai prosseguir. O Keko já fazia a afinação para o Ciça. Lógico que vamos dar o nosso jeito, mas sem trazer muita informação, pois o jurado quer ouvir aquilo que já vinha escutando. Minha cabeça deu uma guinada, fiquei um certo tempo confuso. Foi uma mudança bastante rápida. Mas além da grande responsabilidade eu sinto uma enorme gratidão substituir o Ciça. É um ícone do carnaval, mas é confortável pois estávamos com ele esses quatro anos e ele sempre nos deixou muito à vontade para criar e participar de todas as decisões da bateria”, conta.

Keko complementa afirmando que o trabalho ao lado não apenas de Ciça mas de demais mestres da Baterilha os credencia para assumir agora o desafio de comandar os ritmistas da União da Ilha do Governador.

“O que mais me tranquiliza é o fato de ter vivido com vários mestres de muita qualidade aqui na Ilha, isso foi um aprendizado muito grande. Eu fazia a afinação dos instrumentos para o Ciça. É uma função muito importante dentro de uma bateria. Ciça nos deu uma chave de ouro. A responsabilidade é enorme mas o legado que ele deixou é de sabedoria”, pontua.

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