InícioGrupo EspecialArreretização completa! Comunidade da Mocidade faz o chão da 'Guilherme tremer'

Arreretização completa! Comunidade da Mocidade faz o chão da ‘Guilherme tremer’

Comunidade verde e branca embala o samba com vigor. Carregada pela bateria de mestre Dudu e carro de som comandado por Wander Pires

A Mocidade Independente fez no último domingo, o segundo ensaio de rua de 2022. Durante o percurso entre a praça de Guilherme da Silveira até a quadra em Padre Miguel pela rua Coronel Tamarindo. Uma chuva fraca apareceu antes do ensaio. Mas, assim que a Não existe mais quente começou a aquecer, a chuva foi embora. Como de costume, tanto a praça quanto a rua estavam repletas de Independentes. A torcida da escola também sempre presente fez a costumeira festa na passarela que cruza a linha férrea com as faixas e bandeiras, a escola fez o seu treino em 1h13.

Samba-Enredo

Um dos mais badalados e cotado como um dos melhores sambas da temporada de 2022 e que promete deixar toda a Sapucaí “areretizada”, que já deixou um gosto na apresentação na Cidade do Samba, desta vez no ensaio deste domingo, deu mais uma demonstração de sua força. A obra de Carlinhos Brown, Diego Nicolau e Cia foi embalada por Wander Pires e toda a equipe do carro de som da Mocidade. Desde 2017, a escola tem escolhido sambas que encaixam com o andamento da bateria. Este detalhe fundamental facilita o canto da comunidade. Samba, bateria e comunidade em sintonia fazem com que o já aclamado samba-enredo tenha um desempenho bastante satisfatório.

A arrancada do samba tem uma energia incrível, Wander canta e é acompanhado por ritmistas que tocam agogô de duas bocas e timbal. A primeira do samba é acompanhada pelas cordas, depois entram os timbales e por último os agogôs de duas bocas. É possível perceber o canto forte da comunidade. Na subida para a cabeça a bateria entra.

O desempenho do samba foi bastante satisfatório durante o ensaio. O experiente cantor, Wander Pires usa com maestria a melodia para dar um jeito todo especial para a levada do samba. O uso de cacos durante o ensaio foi bastante aceitável. Este é um ponto em que os jurados estão sempre atentos e são passíveis de desconto de décimos preciosos na apuração. Logo, o uso com moderação é fundamental para a correta execução da obra. Outro ponto a se destacar da execução do samba foi os microfones das três cantoras de apoio: Milena, Viviane e Débora. Eles estavam mais altos em comparação com os microfones dos outros apoios. Roninho e Roger Linhares. De acordo com o diretor de carnaval da escola, Marquinho Marino essa foi uma escolha proposital para equalizar o carro de som. “Ttivemos mais atenção com a equalização do carro de som. As questões do grave e o agudo das meninas”.

Na avaliação de Wander Pires, está dando tudo certo com o samba e o rendimento está dentro do esperado. “O rendimento do samba está sendo maravilhoso graças a Deus. Está dando tudo certo. Tudo conforme a gente esperava”.

Ainda segundo o cantor, é uma tendencia natural que o samba de 2022 tenha um rendimento melhor que o samba de 2020. isso se dá pelo entrosamento do time da Mocidade. Já que Wander, Dudu Capoeira e Marino são pratas da casa e estão todos juntos desde 2017. “Eu espero sim, que o samba de 2022 renda mais que o de 2020. Porque o do último desfile tinha momentos diferentes que o samba desse ano . São sambas muito diferentes. A tendência é essa”.

Harmonia

Nos últimos quatro anos, a comunidade verde e branca é uma das que mais cantam. Bem verdade que facilitado pela continuidade do cantor, Wander Pires, da direção de bateria, comandada por mestre Dudu e direção de harmonia de Wallace Capoeira. Esse entrosamento facilita o trabalho com a comunidade. O canto da escola foi coeso, com bastante energia e vigor. Sobretudo, nos refrões e na passagem do samba “Quem é de Oxossí é de São Sebastião”. Mesmos com o carro de som e a bateria o canto dos componentes era bastante forte. O principal aconteceu justamente quando toda a harmonia para e deixa a comunidade como protagonista no canto. É algo impressionante. Mesmo o samba tendo palavras afros e no refrão do meio trocando os Orixás “Ogum” e Exú” não foi notada dificuldade ou troca de palavras no momento do canto dos componentes.

Ornamentação das alas: Como virou costume nos ensaios/desfiles da Mocidade, a ala Loucos de Paixão é sempre a primeira ala da escola. os componentes usaram um bastão com luz de led verde que deu um belo visual para o ensaio de rua. As alas 18 e 19 serão alas coreografadas. A 18 usou lança e escudo e a 19 veio com uma madeira em cada uma das mãos. Outro destaque, foram as guardiãs do segundo casal Jeffinho e Isabella Moura. Elas estavam vestidas com uma saia azul e amarela, turbante azul e amarelo, blusa azul e faziam uma coreografia em volta do casal.

Na avaliação de Marquinho Marino, o ensaio foi bastante proveitoso. Após o primeiro ensaio do ano realizado na quinta tiveram alguns problemas técnicos e os mesmos foram corrigidos para o treino deste domingo. “Muito proveitoso. Na quinta fizemos um ensaio e tivemos algumas falhas técnicas, não foram falhas de desfile e de ensaio. Mas, é bom acontecer no treino para a gente poder corrigir. E hoje foi mais claro e tivemos mais atenção com a equalização do carro de som”.

Evolução

O quesito que por anos foi uma espécie de calcanhar de Aquiles da escola, hoje com o trabalho feito pela direção de carnaval, comandada por Maquinho Marino e pela harmonia da escola, vem passando sem grandes sustos. Pelo contrário, a escola literalmente desfila. Sem correr e nem ficar muito tempo parada. Pelo que foi explicado pelo diretor de carnaval, no ensaio deste domingo, foi inserida uma espécie de flutuação.

“A escola não pode ficar estática esperando. Então, ela balança. Faz um movimento lateral faz com que a escola flutue na avenida. A explicação para este movimento é que fazemos três paradas técnicas ao longo do ensaio/desfile. Com isso, a escola precisa ficar parada para que o casal, comissão de frente e bateria façam suas apresentações para os jurados. Mas, os componentes não podem ficar estáticos neste momento. Eles precisam se movimentar dentro de suas alas sem que invadam a ala da frente ou de trás”.

Antes do ensaio, notamos que vários representantes da harmonia fizeram reuniões com algumas alas. E durante o ensaio identificamos a presença dos “harmonias” no interior das alas para garantir esta “flutuação” citada pelo Marino. Por exemplo, o casal se apresentou usando uma passada exata do samba. A execução do movimento não gerou desconforto, invasão de alas ou espaçamento na saída e entrada da bateria no recuo.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O primeiro casal Diogo Jesus e Bruna Santos, que vai para o segundo carnaval juntos, está cada vez mais entrosado. Diogo estava calça verde, camisa verde, cinto brano e sapato com brilhos. Bruna usou uma bota verde, saia verde e branca que ao rodar deu um belo efeito e camisa verde. Usaram bastante o samba para fazer coreografias, como por exemplo, a flecha certeira, na parte em que o samba cita “quem rege meu Orí” eles apontam para a cabeça e na parte que cita Exú, Diogo cruza os braços para trás, na parte “Quem é de Oxossí é de São Sebastião” o casal estende os braços lembrando a imagem do padroeiro da escola e da cidade do Rio. Como os dois são altos, a coreografia de Diogo e Bruna ganha bastante profundidade. A dupla baila com bastante vitalidade e força física. Também é possível notar o contato visual de ambos.

Bateria

A “Não existe mais quente”, de mestre Dudu, sofreu um duro golpe no carnaval passado. Foram 3 notas 9,9 e duas notas 10. O que fez a bateria perder 0,2 décimos na nota final. A bateria virá com 276 componentes para o Carnaval 2022. Usará o andamento entre 142 e no máximo 144 BPM (batidas por minuto). Pois, de acordo com o diretor acima de 144 descaracteriza a bateria da escola. “Bateria vai desfilar entre 142 e 144. É o andamento da escola. Aqui não compete colocar o andamento 148 ou muito pra trás”.

A bateria fará ao menos quatro bossas executadas dentro da melodia do samba. Pelo que mestre Dudu conversou com nossa reportagem, ele já usou sete bossas e isso trouxe um desconforto por deixar a bateria exposta para os jurados. “Eu estou cansado de tomar porrada de jurado eu tentei fazer muitas bossas complexas. Para este ano eu fiz um trabalho um pouco diferenciado”.

Ao longo do ensaio de rua, a Mocidade usou seis timbales para execução das bossas. Para o desfile, Dudu pretende levar 10. Sendo que irá ter uma mescla entre os instrumentos de percussão, seja o timbal ou seja o atabaque. Vai depender de como estará o tempo no dia do desfile. Em caso de chuva, a tendência é que a bateria desfile somente com timbal. Por conta da afinação dos atabaques.

“Quem trabalha com bateria sabe que é um trabalho árduo. Trabalhar esse tempo todo com atabaque, chover na hora e acabar com a afinação. Com quatro timbales da uma boa sonoridade. Já o atabaque precisaria de pelo menos seis”.

Foram realizadas duas coreografias durante o ensaio. Em ambos os casos os ritmistas param de tocar todos os instrumentos e viram para o público dos dois lados da pista. Em uma delas eles fazem as flechas de Oxossí e no “Arere Komorodé” estendem os braços.

Giovana Angélica, rainha de bateria, esteve presente no ensaio de rua e mostrou muita simpatia e samba no pé. Em uma das bossas executadas pela bateria, existe uma interação entre a rainha e a ala de chocalhos. Os componentes saem da bateria e fazem a coreografia.

A Mocidade será a terceira escola a desfilar na segunda noite de desfiles do Grupo Especial no dia 23 de abril. Levará para a avenida o enredo “Batuque ao caçador”, do carnavalesco Fábio Ricardo.

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