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Artigo: ‘Sim, nós podemos!’

Servir de referência cultural, contar histórias, emocionar, fazer rir e colocar um filme em cartaz no cinema? O carnaval, pode. Nós podemos!

Primeiro veio o susto, depois um respiro consciente, até chegar numa ideia concretizada: O carnaval pode almejar coisas maiores. Para entender a “surpresa”, basta fazer uma análise fria do passado, assim como no filme “Mangueira em 2 tempos”. O presente é bastante influenciado por experiências antigas, e inegavelmente, elas formam pensamentos e opiniões.

Antes de aprofundar, gostaria de parafrasear a rainha de bateria da Mangueira, Evelyn Bastos: “O carnaval é o único momento que o mundo para pra aplaudir o pobre fazer festa”. As entrevistas com ela sempre carregam muita força, informação e representatividade.

Voltando, o que nos resta depois da época de desfiles? Eu não frequentei a época dura em que o carnaval era proibido e marginalizado, mas ainda existem resquícios, e o sambista desde pequeno aprende a conviver com a indiferença da sociedade. Indiretamente, elas querem definir os nossos lugares de pertencimento.

Através do filme “Mangueira em 2 tempos”, a diretora Ana Maria Magalhães contou histórias, ao mesmo tempo que humanizou, sem podar as características de cada personagem.

O documentário começa com imagens do passado, de crianças que se aventuram pelos arredores da Mangueira. Elas, que já se tornaram adultas, se assistem e dão altas risadas de algo tão distante… ao mesmo tempo tão perto!

As histórias são contadas com delicadeza, e caminham por assuntos frequentes na vida de muitos sambistas. Quantas mulheres engravidaram na adolescência por falta de informação? Quantos sambistas não quiseram esperar e se aventuraram no crime? Ou quem nunca quis seguir uma moda descolorindo o cabelo, sem conhecer toda a complexidade social que aquele tom loiro carregava?

O “ritmista esforçado”, a “passista que não leva jeito”, a “mãe jovem”, a “ritmista que encara o machismo de frente”. Em toda escola de samba nos deparamos com as mesmas histórias, algumas de sucesso, outras atrapalhadas por um desvio no caminho.

A identificação é imediata, e a frase que eu mais ouvi no final, foi: “Caramba, fez lembrar da minha infância”.

O espanto foi exatamente por isso… Sentir representado numa sala de cinema mudou a perspectiva em relação ao futuro.

Podemos sim, colocar um filme sobre histórias de sambistas em cartaz no cinema. Podemos sim, ocupar os lugares que quisermos. Podemos sim, sermos aplaudidos fora da época do carnaval.

As nossas histórias são tão poderosas quanto as outras.

Sim, nós podemos!

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