InícioGrupo EspecialGrande RioBarracões: Criticando a educação do brasileiro, Grande Rio terá velha-guarda como professores

Barracões: Criticando a educação do brasileiro, Grande Rio terá velha-guarda como professores

Depois da polêmica virada de mesa que garantiu a Grande Rio na elite do carnaval carioca, a escola optou por fazer um enredo em que abordará a crise na educação brasileira, com direito a um mea-culpa onde a tricolor de Caxias assumirá o erro em ter virado a mesa na Liesa. A dupla de carnavalescos, Renato Lage e Márcia Lage falou ao site CARNAVALESCO sobre a proposta e confirma que a virada já virá no carro abre-alas.

“Ela vem no jogo de xadrez. É pua estratégia. Foi um aspecto intencional do enredo, abrir logo com o tabuleiro virando. Ali está o momento da virada de mesa. A Grande Rio não foi a primeira a virar a mesa e esperamos que tenha sido a última. Isso deve servir de lição”, adianta a carnavalesca Márcia Lage.

Embora a escola tenha optado por se inserir na falta de parâmetros educacionais na atual sociedade brasileira, a ideia inicial do enredo nada teve a ver com a virada de mesa. Renato Lage confirma que a proposta veio de uma importante instituição educacional brasileira e eles buscaram uma adaptação.

“Recebemos a proposta do patrocínio. O tema sugerido por encomenda era educação, Nós decidimos não fazer uma coisa careta então decidimos fazer a falta dela. E nesse sentido fizemos um mea-culpa também. É uma necessidade de se ter educação. Não estamos elogiando o que é errado. As alas e carros são causa e consequência”, explica Renato.

‘Carnaval precisa ter leitura’, afirma Renato Lage

Buscando um carnaval de muita interatividade com o público, Renato e Márcia usarão no desfile a linguagem dos emojis, presentes nos aplicativos de trocas de mensagens instantâneas. A intenção é produzir um projeto de fácil leitura e assimilação no público.

“Carnaval tem que ter leitura. O belo pelo belo que não diz nada e não faz as pessoas entenderem é uma inutilidade”, destaca Renato.

Embora tenha um traço de carregada crítica social, o enredo não trará aspectos políticos, como explica a carnavalesca Márcia Lage.

“Não vamos tocar em nada político. Não gostamos. A leitura de nosso enredo é atual, mas não tomamos lado político algum. Infelizmente vivemos fatos que foram noticiados recentemente que se encaixam no cotidiano social abordado pelo enredo. É uma chamada de atenção às necessidades do momento. É um enredo em que a carapuça vai servir”, explicou.

Apesar do patrocínio obtido pela Grande Rio para o desfile, Renato Lage afirma que a escola trabalhou com restrição e a decoração nos carros só começou cerca de 40 dias antes do desfile.

“Esse ano trabalhamos com restrição, apesar do apoio de patrocínio. Esse ano começamos o trabalho de decoração no final de janeiro. Isso pode comprometer seriamente a qualidade e o acabamento das alegorias e fantasias. A crise nos afetou nesse sentido. Não é porquê a escola tem patrono que o dinheiro jorra não. Contamos assim como todas as outras do apoio da subvenção”, adiantou.

Conheça o desfile

Setor 1: “Partimos do jogo da vida, um tabuleiro de xadrez. Ele gira. Nesse momento vamos lembrar a virada de mesa. De um lado o jogo em si e do outro os emojis. Usamos dessa linguagem moderna e atual. Uma hora você está em cima, outra hora está embaixo. Nem sempre de forma limpa ou dentro das regras do jogo.”

Setor 2: “A educação (ou falta de) no trânsito. Existe a causa e consequência.”

Setor 3: “A deseducação com o meio ambiente. A alegoria foi inspirada em trecho do samba: ‘cardumes de garrafas pelo mar’. Diariamente vimos acidentes ambientais, enchentes. Não adianta delegar só aos órgãos públicos.”

Setor 4: “A deseducação na internet. Deu ruim na rede. Ao mesmo tempo que a rede social agrega, ela separa pois às vezes você se isola. Uma opinião mau dada pode causar ataques. É uma seara de muita agressão, algumas vezes de forma violenta. Isso gera uma falta de verdade nas pessoas.”

Setor 5: “Entramos na educação formal. A velha guarda representa os professores. Temos a alegoria da ciência e tecnologia no quinto carro, com uma escultura do Albert Einsten que vai vir girando na avenida.”

Setor 6: “Um corso tradicional com a escola pedindo paz, sem agressividade, violência. O propósito do carnaval é amenizar as mazelas. Fechamos com uma alegoria toda branca que é um pedido de paz, como diz a letra do nosso samba, ‘falam de mim, eu falo de paz'”.

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