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Barracões: Mocidade aposta em abre-alas que resgata estética clássica independente para buscar o caneco

A Mocidade Independente de Padre Miguel não conquista um bicampeonato desde os anos 90. Por pouco não conseguiu esse feito no ano passado. Entretanto as notas no quesito fantasias acabaram tirando a escola da liderança da apuração e a jogando para o sexto lugar. Apostando em um novo desfile bem sucedido para voltar a vencer, a Estrela Guia desta vez deposita em uma estética que resgata os grandes carnavais da Mocidade para levantar o seu sétimo título do carnaval carioca. A começar pelo carro abre-alas, carregado de estrelas.

O carnavalesco Alexandre Louzada desenvolve o quarto carnaval seguido na Mocidade nesta segunda passagem. Ele revela à reportagem do CARNAVALESCO que este é o primeiro enredo totalmente seu que desenvolve na agremiação.

“Me sinto inquieto quando permaneço com a mesma visão estética. Pensei nesse enredo a quatro anos. É o meu primeiro enredo meu aqui na Mocidade. parece um castigo, pois quando eu pude desenvolver a minha proposta vieram essas dificuldades. É uma temática bastante enraizada na estética histórica da Mocidade. Quis fazer um carnaval mais clean, por conta dos recursos”, afirma.

Com 34 anos de carreira, Louzada é sincero quando indagado sobre as dificuldades encontradas pela escola neste ano de crise. Segundo o artista o carnaval 2019 é sem precedentes na história da festa.

“Ano passado a coisa começou a ficar atrasada com a questão dos ateliês e acabamos penalizados, mas não tive tantos problemas como tive esse ano. Eu não consigo nem descrever esse ano. Não tem precedentes o que estamos passando, não sei nem como cheguei até aqui. Nenhum aspecto foi fácil ou tranquilo. Fazer um carnaval sem um mínimo de recurso ou estrutura não tem como descrever”, desabafa.

Cosmologia será fio condutor da história sobre o tempo

Para contar uma história carregada na abstração, Louzada se utiliza de um fio condutor para dar estrutura e coerência à sua proposta de desfile, conforme explica à nossa reportagem.

“O fio condutor é a cosmologia. O homem procura entender o tempo através dos fenômenos naturais. A Mocidade é uma estrela e tem um nome que sugere eterna juventude. Não importa quanto tempo tem de idade, carrega no peito a eterna mocidade”, discorre.

Louzada pelo terceiro ano seguido fez adaptações em seu projeto inicial do ponto de vista da concepção depois da escolha do samba-enredo. O artista informa que não fica escravo da sinopse e que o samba é a trilha sonora do desfile, e por isso deve ser o protagonista.

“O menino tempo é implícito mas ao mesmo tempo conta a passagem do tempo. Eles mesmos criaram isso. É burrice você ser 100% preso à sinopse. O compositor é parte do processo artístico. Antigamente as escolas davam os temas e os compositores criavam os sambas e aí surgia o desenvolvimento do enredo. Se não ferir a estética eu sou parceiro dos poetas”.

O artista revela ainda que a temática de 2019 seguirá a mesma característica dos últimos anos, de fácil assimilação do público e jurados.

“Eu tenho bons ouvidos. O que as pessoas observam e me passam me servem como sinal de alerta. Todo mundo hoje tem entendimento da mecânica de julgamento. Se não estiver bem defendido o enredo, não dá para vencer. O Viriato Ferreira falava que os carnavalescos complicavam o carnaval, que ele é simples. Simplicidade não é necessariamente pobreza”.

Entenda o desfile

Louzada prefere não esmiuçar cada setor, mas explica ao internauta do site CARNAVALESCO em linhas gerais como se desenvolverá a temática da Mocidade na avenida.

“A abertura da Mocidade resume a proposta. O passar do tempo. O abre-alas é a invenção do tempo, através do Deus Chronos. Como se tivesse brincando com astros e estrelas, fabricando o conceito de tempo, inventado pelo homem. Passamos pela necessidade de medir o tempo através de equipamentos, como relógio de sol, água, areia. Começa a dividir em segundos e minutos o passar do tempo. Não satisfeito cria mecanismos mais sofisticados de marca, como a criação do relógio. Ele fraciona o tempo dele, inventa que tem de dormir 8 horas. O homem se torna escravo do próprio tempo. Não sabemos realmente quanto tempo a gente tem. Em quanto tempo se pinta um quadro, se compõe uma música? O homem esquece de viver. Os momentos marcantes da Mocidade encerra o nosso desfile. Os campeonatos impregnados na memória dos independentes”.

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