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Barracões: Porto da Pedra luta pelo campeonato da Série A através da força cultural de Antonio Pitanga

Para buscar o sonho de voltar ao Grupo Especial, a Unidos do Porto da Pedra segue uma fórmula que vem dando certo desde 2016: a exaltação à cultura nacional. No carnaval deste ano o ator Antônio Pitanga será homenageado pelo Tigre de São Gonçalo. Porém engana-se quem pensa que a agremiação irá na contramão das temáticas de cunho social que permeiam a safra da Série A em 2019. Ao receber o CARNAVALESCO no barracão, o carnavalesco Jaime Cezário exalta a figura de Antônio Pitanga e diz que ele abriu portas para os atores negros no cinema nacional.

“Ele ser o primeiro ator negro de destaque é algo que eu não sabia. Se existem outros hoje e aí vai do gosto de cada um, quem abriu as portas foi o Pitanga. De família pobre, de Salvador, nordestino e conquistou o Brasil. Isso nos ensina que se você tem um sonho e corre atrás você vai chegar lá”, conta.

Para contar a história de uma das personalidades negras mais importantes do Brasil, o carnavalesco da Porto da Pedra precisou escolher trechos da obra de Pitanga que coubessem dentro da estrutura de desfiles da Série A.

“É um personagem riquíssimo. São muitos filmes, peças de teatro, novelas. O enredo foi construído a quatro mãos. Minhas e dele. Expliquei a ele que um desfile de Série A precisa ser mais objetivo. Desde que vim para a Porto da Pedra tenho feitos enredos de fácil assimilação. Ele me pincelou momentos da vida e dividimos em movimentos”, destacou.

A temática foi escolhida pela Porto da Pedra ainda antes do desfile de 2018 e apresentada ao carnavalesco Jaime Cezário. Após o desfile, Cezário sentou-se com Pitanga e começou a traçar as diretrizes do enredo, dando sequência à exaltação da cultura nacional, algo que vem se repetindo desde 2016 quando o artista foi contratado pela escola.

“Era uma ideia antiga da diretoria da escola, e eles me sugeriram antes mesmo do desfile de 2018. Existe uma afinidade da escola com o Antônio Pitanga e essa luta, garra e determinação dele realmente emocionam. A diretoria o procurou, marcaram uma conversa e ele concordou no ato. No meio do ano ele faz 80 anos e o desfile vai ser uma parte importante dessas comemorações. O enredo passa a ser meu com o desenvolvimento, mas a ideia não partiu de mim. É um enredo que vem na sequência da ideia de exaltação da cultura nacional, desde que vim para cá. Pitanga é o primeiro ator negro protagonista no cinema nacional”.

Terceira colocada no desfile do ano passado, a Porto da Pedra esteve bem próxima do acesso ao Especial, grupo onde desfilou entre 2002 e 2012. Jaime Cezário não se faz de rogado e diz que o projeto construído pela escola é sim de disputar o campeonato.

“Brigamos para voltar ao Especial. A Porto da Pedra já está a oito carnavais no acesso e vem fazendo um trabalho a cada ano para voltar. Temos o direito de sonhar, sentir isso de perto. Ano passado se você tirasse o quesito samba-enredo a escola era campeã. Faço meu trabalho querendo ganhar, embora não seja um santo milagreiro. A escola fez um projeto para ser campeã”, garante.

Conheça o desfile

Setor 1: Salvador, onde ele nasceu. A família dele tinha bastante consciência e a mãe dele despertou no filho essa característica. Ele foi batizado na igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, feita por escravos. Ele vai morar ao lado de um clube de fantoches. Ali havia um grupo de teatro, e ele não podia entrar por ser negro. Ele ficava do lado de fora ouvindo e fez amizade com o grupo. A partir daí ele foi incentivado a fazer testes para seu primeiro filme, ‘Bahia de todos os santos’. Ele interpretava um baiano de nome Pitanga. A partir daí incorpora o nome artístico.

Setor 2: Vamos mostrar esse início no cinema e grandes filmes pontuados pelo próprio homenageado. ‘Quilombo’, ‘Ganga Zumba’, ‘O Pagador de Promessas’, ‘A Grande Feira’, ‘Barravento’, ‘Idade da Terra’.

Setor 3: Falamos do Pitanga no teatro e TV. Ele segue um conselho do Glauber Rocha para ser ator de teatro. O Glauber ficou impressionado com a energia dele e o incentivou. Pontuei três fases: teatro baiano, paulista e carioca. Na Bahia pegamos a peça ‘Chapetuba FC’. Em São Paulo temos ‘O poder negro’, e no Rio a peça ‘Hair’. Pontuamos a primeira novela dele, ‘Sangue do meu sangue’ e um papel de muito sucesso, o Tião Pastel na novela ‘O Clone’.

Setor 4: Os amores. Desde o futebol, pois ele é um grande vascaíno. O Vasco foi o primeiro a aceitar atletas negros. A Mangueira e as lutas política e social. O amor dele ao carnaval, foi ele quem levou as escolas cariocas para a Argentina em San Luís.

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