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Beija-Flor aposta na mesma receita de 2018 e escolhe samba da parceria de Di Menor para o Carnaval 2019

Por Alberto João, Guilherme Ayupp e Philipe Rabelo

Os 70 anos da Beija-Flor de Nilópolis serão celebrados no Carnaval 2019 com o samba da parceria de Di Menor BF, Julio Assis, Kiraizinho, Diego Oliveira, Fabinho Ferreira e Diogo Rosa. A atual campeã do Grupo Especial realizou na noite de quinta-feira e madrugada de sexta-feira sua final, com direito a quadra lotada, e uma disputa muito acirrada entre as duas obras finalistas. O resultado saiu por volta das 3h da manhã e veio nos braços da comunidade para ser a trilha do enredo “Quem não viu, vai ver… as fábulas do Beija-Flor”, que será desenvolvido pela comissão de Carnaval, formada por Cid Carvalho, Victor Santos, Bianca Behrends, Leo Mídia e Rodrigo Pacheco. A Beija-Flor será a quinta escola a desfilar no domingo de carnaval.

“Bicampeão. A comunidade está de parabéns. Eu tenho ciência que a Beija-Flor vai fazer um belo carnaval com um samba maravilhoso. É muito bom quando você ganha na história da escola e procuramos fazer um samba com mais excelência, porque a Beija-Flor merece”, comentou o compositor Di Menor.

Os compositores são os autores da obra da Beija-Flor de 2018 e agora repetem a dose consecutivamente. Radiante, o compositor Julio Assis, que também é cavaquinista na escola, ressaltou a força do povo nilopolitano no samba.

“É um sabor maravilhoso ganhar, com gosto de lembrança do valor desse povo de Nilópolis. Estou muito feliz e agradeço muito a todos os nossos parceiros. Vamos vir para vencer no ano que vem novamente. Levamos em consideração o que foi pedido pela comissão, viramos a página no estilo de sambas que a escola vinha adotando”, disse.

Como de costume, a Beija-Flor fez uma grande final de samba-enredo. Estar na quadra em Nilópolis é um prazer para o sambista. E o torcedor da escola de esbalda o tempo inteiro, sem pensar que o dia seguinte é de trabalho. O espaço de ensaios ficou completamente lotado.

Quando Neguinho da Beija-Flor subiu ao palco e assumiu o microfone principal foi o início de uma gama de clássicos do carnaval do Rio de Janeiro. E todos os sambas da Beija-Flor cantados pela comunidade. Mesmo sem a presença de Laíla, que foi para a Unidos da Tijuca, a essência de raiz segue firme e forte no solo nilopolitano.

Anísio diz que desfile de 2019 vai agradar o povo

O ritual sambístico no meio da quadra conta com a presença do presidente Anísio Abraão David, o filho Gabriel David, o vice-presidente Almir Reis, o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Claudinho e Selminha Sorriso, os outros casais, baianas vestidas todas de branco, passistas em figurino e performance dignos de um desfile oficial, enfim, a apresentação dos segmentos vira uma ode ao samba e a própria Beija-Flor.

Anísio revelou ao site CARNAVALESCO que nadará mudará na escola com a saída de Laíla.

“A escola não vai mudar nada. Nós vamos ter um grande desfile. Vai ser um Carnaval bem diferente do feito ano e eu tenho certeza que o povo vai gostar. O enredo é fácil, vai ser bem dividido. Uma coisa nova na Beija-Flor. Um bom samba para o componente. A Beija-Flor está de parabéns e sabe escolher samba”.

Neguinho da Beija-Flor aprova sambas finalistas

Responsável por assumir a direção de carnaval no lugar de Laíla, Válber Frutuoso vem da União da Ilha e diz estar preparado para missão.

“A Beija-Flor é a mesma da minha época. A dinâmica de desfile é que se modificou. E vamos conciliar a modernidade atual do carnaval com a tradição. Temos uma grande obra, mas que terá alguns ajustes sim. Já vamos começar a ensaiar na semana que vem, para a nossa gravação no dia 21”, afirmou o diretor de carnaval, que confessou sua admiração por Laíla.

“Assumir a Beija-Flor depois de um título é uma enorme responsabilidade. Eu só quero dar sequência ao trabalho que foi deixado pelo mestre Laíla”, completou Válber Frutuoso.

O novo diretor de carnaval passou na avaliação do intérprete Neguinho da Beija-Flor.

“Está rolando sem Laíla e está indo tudo bem. Laíla é um dos melhores, mas o Válber está dando conta do recado. Tivemos realmente os dois melhores sambas na final e que a comunidade queria”.

Almir Reis, vice-presidente da Beija-Flor, explicar que a missão da escola em 2019 é maior do que nesse ano.

“Todo ano você colocar uma escola na avenida é difícil. Mas quando você é campeão a responsabilidade é maior. Vamos tentar quebrar o tabu de nunca ter ganho domingo em 2019. É sempre uma responsabilidade muito grande uma escolha de samba. Acredito que tivemos êxito em apostar nessa obra. Um bom samba é o pontapé inicial para um grande desfile”.

Enredo aborda os grandes carnavais da Beija-Flor

Em entrevista ao site CARNAVALESCO, Cid Carvalho, integrante da comissão de carnaval, falou da Beija-Flor sem a presença de Laíla.

“É a mesma Beija-Flor que seguiu sem Joãozinho 30. Laíla é um mestre de todos nós, mas a escola é maior que qualquer nome. Todos deixaram suas contribuições, e a escola agradece. Mas segue adiante”.

Segundo o artista, o enredo era um sonho do presidente de honra nilopolitano.

“A ideia do enredo era um sonho do Anísio. Temos por obrigação procurar uma ampla dedicação e mostrar com muito respeito a história dessa agremiação. Nesse enredo não vão faltar nossos grandes carnavais, não necessariamente títulos, como por exemplo, Ratos e Urubus, o maior de todos. A melhor forma de homenagear o Anísio é fazer um carnaval grandioso. O Laíla está inserido em vários momentos desses grandes enredos e claro estará representado sim”.

Andamento da bateria é para valorizar o samba-enredo

Mestre Rodney comanda uma das melhores baterias do Grupo Especial do Rio de Janeiro. O comandante está satisfeito com o trabalho de 2018 e quer ainda mais para 2019.

“Vamos passar com 280 ritmistas, o mesmo número desse ano. Mais uma vez conseguimos contemplar nossa escola com uma grande apresentação. Ensaiamos muito e foi arrebatador o desfile. Agora com nossa obra definida é que vamos decidir o andamento. É o samba que determina isso e seguiremos nosso objetivo de adotar andamentos que valorizem a melodia do samba-enredo”.

Rodney aproveitou para falar da saída de Laíla da Beija-Flor e o sentimento que ficou com ele.

“O Laíla é um pai para mim, mas o show tem que continuar. Eu tenho certeza que ele está torcendo por mim lá na Tijuca, assim como eu estou torcendo muito por ele, cada um na sua escola”, disse o mestre de bateria. A rainha Raíssa Oliveira participou da final com um lindo figurino.

“Para mim é muito gratificante estar nos 70 anos da Beija-Flor. Eu fiz parte de algumas vitórias da Beija-Flor de um tempo para cá. Vou viver em 2019 os desfiles da Beija-Flor que eu não vi na Avenida, só pela televisão”, citou a rainha de bateria.

Casal promete Beija-Flor quebrando o tabu de não ganhar no domingo

A porta-bandeira Selminha Sorriso participou ativamente das duas apresentações dos sambas finalistas. Ela contou que a Beija-Flor desfilará forte em 2019 para faturar mais um campeonato.

“Podem esperar uma Beija-Flor brigando pelo título. Vamos quebrar o tabu de que a escola de domingo não vence o carnaval. Minha roupa já está sendo confeccionada. Vamos falar da Beija-Flor. São 14 títulos. É a maior campeã da era Sambódromo”.

Para o mestre-sala Claudinho, a manutenção do trabalho realizado em 2018 é o segredo para o desfile do ano que vem.

“Vamos com a mesma pegada, a mesma força de 2018. O momento é diferente. São 70 anos da escola. Vai ser uma festa, vai ser raiz, de tudo o que foi construído desde a criação da Beija-Flor pelos vários carnavais de Joãozinho 30, Milton Cunha, os marcos da Beija-Flor”.

Como foram as apresentações dos finalistas

Cada samba se apresentou duas vezes. A primeira por 30 minutos e a segunda por 20 minutos. Apenas na segunda vez era permitido o uso de adereços.

Parceria de Di Menor: O mister final comandou a apresentação. Tinga deu seu show tradicional. Apresentação muito forte no palco e no canto da torcida. A obra teve ótimo rendimento nas duas passagens.

Parceria de Serginho Aguiar: Wander Pires comandou a apresentação. O samba teve um ótimo funcionamento nos 30 minutos sem o uso de adereços. A torcida correspondeu o tempo todo. Na segunda parte, a obra caiu um pouco, mas deu muito trabalho e poderia tranquilamente representar a Beija-Flor em 2019.

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