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Beija-Flor resgata sua identidade no desfile de 2020, mas peca nos quesitos evolução e enredo

Por Guilherme Ayupp. Fotos: Allan Duffes e Magaiver Fernandes

A Beija-Flor de Nilópolis conseguiu o objetivo de voltar a realizar um carnaval de acordo com as suas tradições estéticas, que havia abandonado desde 2018. Entretanto, o belo conjunto de fantasias preparado por Alexandre Louzada e Cid Carvalho não foi suficiente para deixar a escola novamente na disputa do título. O provável é que brigue pelo sábado das campeãs.

Mais uma vez, o calcanhar de aquiles foi o enredo, apresentado de forma confusa e com uma narrativa de difícil compreensão. Somado a isso o quesito evolução é outro que deve fazer a Beija-Flor perder décimos preciosos. A escola por pouco não estourou o tempo e precisou correr no final para evitar que isso acontecesse. A escola apresentou o enredo ‘Se essa rua fosse minha’ e encerrou sua apresentação com 70 minutos, tempo máximo permitido pelo regulamento.

Comissão de Frente

Um recorrente problema do quesito na Beija-Flor voltou a se repetir no desfile desse ano. A falta de leitura na apresentação. A proposta da escola foi uma mistura de culturas, com passagens no hip-hop e nas tradições afro-brasileiras, segundo o livro abre-alas. Em um primeiro momento exibia uma briga entre gangues estilizada. Depois pombagiras chegam com a mensagem de Exu. A concepção interessante contrastou com uma realização sem clareza. Os personagens estilizados não remetiam às figuras que se pretendia mostrar.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Claudinho e Selminha surgiram após uma ala que vinha depois da comissão de frente, o que conferiu mais destaque à apresentação da dupla. Com uma belíssima indumentária, representava o sol. A apresentação contou com a classe de sempre de um dos casais mais emblemáticos da história dos desfiles. Porém, houve problemas. O costeiro da fantasia da porta-bandeira estava torto nos módulos de julgamento, e, além disso, a bandeira acabou dobrando durante a passagem do casal na primeira cabine dupla.

Enredo

A proposta da Beija-Flor era mostrar a rua e seus signos. Mas não havia qualquer relação entre os setores e a escola tornou a narrativa confusa ao não respeitar uma linha cronológica e colocar no mesmo setores alas que remetiam a situações atuais com outras que tocavam em aspectos de séculos passados. Não ficou claro se o viés era histórico, cultural e até religioso. Embora as fantasias estivesse muito bonitas e a maioria das alegorias também, isso não favoreceu a compreensão do enredo.

Fantasias

Belíssimo o conjunto proposto por Cid Carvalho e Alexandre Louzada. Em todos os setores encontrou-se figurinos de muito bom gosto, reunindo materiais diversificados, sem repetição de recursos em alas distintas. Houve um minucioso estudo em construir os figurinos e que a reprodução se deu fielmente de acordo com os protótipos.

Alegorias

Embora tenha melhorado em relação a 2018 e 2019 o conjunto de alegorias estava irregular. O abre-alas tinham recursos estéticos de gosto duvidoso e apostou na monocrama. Já a segunda alegoria era belíssima, com um belo conjunto escultórico. O mesmo foi notado na terceira alegoria, que tinha uma enorme figura de Debret. A quarta alegoria tinha um Nossa Senhora estilizada com uma leitura bastante difícil e pouco impacto visual.

Evolução

Se outrora a Beija-Flor dava aula no quesito, foi mais um desfile da escola com problemas. Primeiro que a entrada do último carro no desfile na avenida obrigou a escola a parar muito tempo na frente da última cabine dupla. Depois que conseguiu resolver a questão outro problema: com o tempo escasso a escola precisou correr para não estourar o tempo.

Harmonia e Samba-Enredo

Ponto alto do desfile. A comunidade de Nilópolis deu nome e sobrenome e cantou a obra com muita força. Excelente rendimento do samba da Beija-Flor na pista. Neguinho esteve muito bem, ajudando a impulsionar a apresentação com cacos no momento certo.

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