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Cabine a cabine: como foi o desfile da Mangueira na avaliação do site CARNAVALESCO

Segunda escola a desfilar na abertura dos desfiles do Grupo Especial, a Estação Primeira de Mangueira apresentou o enredo “Angenor, José e Laurindo”. A reportagem do CARNAVALESCO esteve disposta nos módulos de julgamento do Sambódromo e realizou uma análise da apresentação da agremiação em oito quesitos, exceto bateria.

Comissão de Frente
A comissão de frente, comandada pelos vitoriosos coreógrafos Priscilla Mota e Rodrigo Negri, começou sua apresentação no modulo 1 em cerca de 10 minutos de desfile, apresentando uma das comissões mais emocionantes dos dois dias de desfile. Representando do jovem ao velho, mostrou os mangueirenses reverenciando os homenageados Cartola, Jamelão e Delegado, contando com eles crianças, jovens e velhos, com o seu ápice com eles vestindo o verde e rosa da escola. Sem dúvidas, uma das melhores do ano, precisa, bem executada, com destaque para a troca de roupas e pela sutileza com o aparecimento das rosas ao final, referência as rosas não falam. Não ocorreram falhas de execução ao longo da Avenida.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira
O casal Matheus Oliverio e Squel Jorge tiveram dificuldades ao se apresentarem no modulo 1, com erros de sincronia por mais de uma vez, em momentos que ele finalizava partes da coreografia antes dela, por exemplo. Ponto alto, contudo, foi a belíssima coreografia, com um bailado que trouxe elementos tradicionais e outros momentos de maior vigor e garra na coreografia, bem bonitos. Diferente de outros desfiles, o casal não veio no início, mas sim a frente da bateria. Nos demais módulos, o casal passou bem, porém, a impressão é de que casal e bateria dividiram a atenção ao mesmo tempo, tirando certo brilho de ambas as apresentações.

Harmonia
A harmonia da Mangueira mostrou a força da escola, com os mangueirenses cantando forte o samba, ainda que em certos momentos, do meio para o fim do desfile, algumas alas foram perdendo a força, rareando o canto um pouco. Destaque para as alas iniciais que, talvez por estarem abrindo o desfile, chegarem com muito vigor, cantando com muita força e intensidade. A agremiação foi bastante ajudada pela torcida que cantava boa parte da letra. A ala de compositores, bastante animada, cantou a obra com um orgulho emocionante, contagiando a arquibancada do módulo que passou a cantar mais alto junto a eles. A ala 5 “O arengueiro que escolheu verde e rosa” cantava interagindo com a letra do samba.

Enredo
Leandro Vieira, carnavalesco, mostrou que no quesito enredo, a Mangueira da aula: muito bem contado, de forma clara, precisa. A história foi muito bem contada, com emoção e beleza. Não ficou nada a desejar nesse quesito. A própria Estação Primeira foi exaltada por sua tradição e representatividade para o carnaval carioca. O morro também não ficou de fora, já que é fundamental para o pertencimento de sua agremiação, até chegar aos seus homenageados. O poeta Angenor de Oliveira foi o primeiro a aparecer, abrindo o segundo setor com o tributo à Cartola. Dados biográficos de José Bispo Clementino dos Santos, o Jamelão, vieram no terceiro setor. Seu Laurindo abriu o quarto e último setor.

Evolução
A evolução foi sem dúvidas o quesito decisivo das duas noites. Diversas foram as escolas que enfrentaram problemas com isso. Mas ao menos a Mangueira conseguiu escapar disso, com uma evolução boa, fluindo bem e harmonicamente ao passar pelo módulo 1. Já a partir da metade da Avenida, a escola teve que acelerar o passo, gerando um descompasso com o que estava sendo realizado até então, mas que se ajustou para o final do desfile. A ala 6 “O rei da Mangueira” passou em dois polos, a primeira metade bastante solta e animada, enquanto na segunda alguns componentes não dançavam e por consequência também não cantavam.

Samba
O samba da Mangueira cresceu muito na avenida, empolgando, porém com momentos de queda no rendimento, com componentes mais desanimados cantando, especialmente alas do final da escola. O ponto alto, porém, ficou com as paradinhas no samba, momento em que as arquibancadas responderam forte cantando a capela – o trecho ‘A voz do meu terreiro’, com o mangueirense cantando forte. Marquinho Art Samba a todo tempo tentando impulsionar a escola, representando o lendário Jamelão. Em sua letra, faltou riqueza de rimas em suas terminações. Destaque para o excesso de finalizações em “ado”. Apesar de melodicamente bem trabalhado, a letra ficou a desejar. Alongamentos presentes no verso “lustrando sapato…” não soaram bem.

Foto: Site CARNAVALESCO

Fantasias
Leandro Vieira deu show com as fantasias da mangueira, imponentes, bonitas, de boa leitura e entendimento, mas em alguns momentos o tamanho delas atrapalhou o andamento. A ala 19 – “Nota Dez”, por exemplo, e a 20 – “Eles e Elas” – se embolaram em certo momento, mesmo com distância boa entre elas, por conta dos tamanhos, momento em que o próprio Leandro Vieira, que estava por perto da primeira cabine, foi desenrolar os componentes que se enrolaram. Apesar de excessivo, o verde e rosa foi justificado e trouxe um belo efeito ao enredo contado.

Alegorias
Talvez um dos quesitos que mais penalizarão a escola, com diversos erros que podem comprometer um melhor resultado. Dentre esses erros: o abre-alas passou com algumas de suas lâmpadas apagadas e um dos elementos cenográficos veio para a avenida com um produto de limpeza em cima, esquecido por lá. No segundo carro, uma pessoa não identificada estava de pé na alegoria, atrás de uma escultura. O segundo carro “As rosas não falam” era um lindo jardim com grandiosas rosas dando um clima poético, contudo, o carrossel, destaque central da alegoria passou totalmente apagado no terceiro módulo, acendendo somente após passar pelo campo de visão do júri.

Participaram da cobertura: José Luiz Moreira, Yuri Neri e Dyego Terra

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