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Cabine a cabine: como foi o desfile do Salgueiro na avaliação do site CARNAVALESCO

Terceira escola a desfilar na abertura dos desfiles do Grupo Especial, o Acadêmicos do Salgueiro apresentou o enredo “Resistência”. A reportagem do CARNAVALESCO esteve disposta nos módulos de julgamento do Sambódromo e realizou uma análise da apresentação da agremiação em oito quesitos, exceto bateria.

Comissão de Frente
A comissão de frente coreografada por Patrick Carvalho arrebatou a avenida. Com um desempenho impecável, a comissão batizada de “Akikanju Ijo” – “Dança dos Heróis” em Iorubá. Exibiu um bom aproveitamento do tripé que acompanhava o grupo e os componentes encenaram o surgimento de iaôs, dançando sobre a areia, tendo em seguida o aparecimento de Mercedes Baptista, primeira nega no balé, dançando com o punho elevado. Dança feita com perfeição, sincronia, beleza.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira
O casal de mestre-sala e porta-bandeira Sidclei e Marcella Alves se sagraram como um dos melhores das duas noites de desfiles, com um figurino lindo, combinando com o belíssimo bailado deles. Destaque ainda para a interação com os guardiões, que coroaram ainda mais a beleza da apresentação. Sem dúvidas uma das melhores apresentações, com ritmo, sincronia. Nenhum erro foi contabilizado em frente aos módulos e o casal apresentou rendimento superior ao treino técnico realizado semanas antes.

Harmonia
A escola “chegou chegando” na avenida e, quando se pensava já estar bom, o que se viu foi um canto crescendo ainda mais, mostrando cada vez mais força, que vinha de cada componentes que cantava fortemente o samba e contagiou as arquibancadas, que juntos ecoaram o samba enredo da escola, dificultando inclusive destacar uma ala que tenha cantado mais que outras, uma vez que o canto forte foi visto de ponta a ponta.

Enredo
Um enredo apresentado com beleza, clareza, e carregado de elementos culturais, mesclando a importância que o enredo merecia para ser retratado com um incrível trabalho de didatismo, sem perder a elegância, a profundidade. Um trabalho impecável. Destaque para a forma como a escola mistura sua própria história com a luta contra o preconceito racial, mostrando que a escola nunca se dissociou dos temas relevantes, da luta social que tudo tem a ver com sua história.

Foto: Site CARNAVALESCO

Evolução
O Salgueiro foi mais uma escola prejudicada no quesito enredo. Logo no começo do desfile, a escola passou apertos com seu carro abre-alas que empacou, custando a entrar e abrindo um “buraco” frente ao modulo 1 de julgadores. Essas dificuldades de evolução, com buracos e alternando entre seguir lento e corrido se repetiram ao longo do desfile da escola, como no segundo módulo à frente da alegoria de número dois.

Samba
A agremiação mostrou que o samba escolhido foi um acerto da escola. Sem dúvidas o samba embalou muito bem o desfile, empolgando e envolvendo todos. O canto ecoava do desfilantes até as arquibancadas, especialmente nos refrões. Destaque, claro, para as vozes do Salgueiro, Quinho e Emerson Dias, especialmente Emerson que se destacou impulsionando a escola fortemente. Em termos de letra, os versos poderiam ser mais ricos, mas nada que traga demérito ao trabalho dos compositores.

Fantasias
As fantasias do Salgueiro, como se diz popularmente, foram “colírio para os olhos”. A proposta de exaltar a negritude com sua força, luta e beleza foram majestosamente cumpridas. A escola veio plasticamente impecável, dando muito gosto de ver. Importante destacar que isso foi visto desde os primeiros momentos do desfile, desde a comissão, casal, a alas que também tocaram o público como a 17, “Negro e o Futebol Carioca”, e a ala do Cacique de Ramos, ambas tocando na identificação pessoal do torcedor com sua escola. Destaque ao segundo setor da escola, que tratava da resistência pela fé e que estava incrível. Entretanto, a ala de número 8, que representou os orixás, estava com uma leitura que complicava a identificação.

Alegorias
Apesar de também trazer uma estética linda, com um brilhante trabalho, um ou outro erro apareceu, como o primeiro tripé com uma parte que estava sem luz, mas, sem dúvidas a beleza falou mais alto, com carros com muita preocupação de acabamento, atenção aos detalhes, uma elegância enorme em cada carro. O quarto carro apresentou falhas de acabamento na parte traseira e superior.

Participaram da cobertura: José Luiz Moreira, Yuri Neri e Dyego Terra

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