Por Nathália Marsal
A celebração pelo tradicional carnaval no enredo “E o samba sambou” da São Clemente, fez críticas ao modelo atual em relação ao acesso de pessoas na pista de desfiles que não têm função em nenhuma escola ou no carnaval.
Os amigos dos “poderosos” vem representados pela ala “Cara-crachá”. A fantasia fazia menção à farra das credenciais mostrando um grande crachá de pista do personagem Fulano de Tal, cuja a única função é ser Amigo do Presidente.
Rosângela Perez, de 52 anos, que desfilou pela primeira vez na escola, decidiu participar do desfile atraída pelo enredo. Ela contou ao site CARNAVALESCO que estudou a fundo o tema.
“Amei o enredo e a letra. Gosto de cantar acreditando naquilo que estou cantando. Hoje está tudo muito hollywoodiano mesmo, tem muito artista e o samba acaba fica em segundo plano”, disparou Rosângela, lembrando dos antigos desfiles da Praça Onze, que foram relembrados no samba.
“Antigamente era aberto e o povão participava. Hoje, só vê pela TV. Quem sabe um dia isso não vai se reverter”, sonha a componente.
Há dois anos na agremiação, Rosane Pinto, 61 anos, defende a valorização do samba apesar dos novos moldes atuais de desfile. Para ela, a roupa representa um fiscal de pista que vai abrir o Sambódromo para os foliões sambarem.
“Não é uma crítica, mas uma constatação. O samba não é mais tão importante. Por isso, hoje vim aqui prestigiar esse samba”, contou.
