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Carnavalescos da Grande Rio preparam enredo sobre Exu para afastar preconceito estrutural sobre religiões de matriz africana

Leonardo Bora e Gabriel Haddad caminham novamente na identificação forte do enredo com a comunidade e os sambistas que deu certo no vice-campeonato de 2020

“Fala, Majeté: Sete Chaves de Exu” é este o enredo que a Acadêmicos do Grande Rio vai apresentar na Avenida, no próximo carnaval, que não tem data confirmada ainda para acontecer. Apesar de já ter aparecido em diversos enredos, é a primeira vez que Exu será o protagonista de um desfile e, justamente por isso, a dupla de carnavalescos da Tricolor de Caxias, pretende apresentar o Orixá de uma forma nunca mostrada antes, para desmistificar e afastar o preconceito estrutural sobre religiões de matriz africana.

“Nossa intenção é continuar nessa linha de enredos que propõem uma observação, principalmente de brasilidade, a partir de outros pontos de vista. A gente quer interpretar toda essa temática buscando uma outra perspectiva, não eurocêntrica, não fincada nesses pilares de um saber branco, eurocentrado, buscando outras miradas, outras possibilidades narrativas que contribuem de saída para essa não demonização. Contra essa visão maniqueísta de mundo que tanto afeta as religiões de matriz africana, que contribui tanto para depredação, perseguição que são manifestações do dito racismo epistémico, racismo sistêmico, estrutural que tanto está sendo debatido se manifesta também nessas manifestações, nessa forma de demonização do outro”, explica Leonardo Bora.

Gabriel Haddad, que desenvolverá o desfile com Leonardo Bora, mais uma vez, contou que a inspiração em falar sobre Exu não é algo novo, na verdade, o Orixá esteve presente em outros desfiles da dupla.

“Na verdade, a ideia já vem brotando dos nossos outros enredos. Se você perceber, Exu vem no Bispo do Rosário, aparece no Igbá, aparece em Tata Londirá… a gente já vinha com essa vontade, mesmo que inconsciente e brota em uma encruzilhada. Comemorando o nosso desfile de 2020, nosso vice-campeonato, todo mundo já falava que Exu tinha que ser o enredo. Nasceu de uma maneira muito espontânea, assim como é a energia de Exu. Ele está em todos os espaços, em cada encruzilhada de Caxias e está junto da gente o tempo todo”, afirma Haddad.

Falando sobre o vice-campeonato, Gabriel Haddad contou sobre a responsabilidade de fazer outro carnaval após ter conquistado uma posição que a Grande Rio não alcançava há muito tempo, o segundo lugar, com gosto de vitória, já que a escola teve a mesma pontuação que a grande campeã, Viradouro, perdendo a taça no desempate, com o quesito Evolução, o qual a escola de Niterói teve melhor pontuação.

“Acredito que seja uma responsabilidade maior. É claro que a gente vai trabalhar da mesma forma, com os pés no chão, como a gente sempre fez. Trabalhar pensando na comunidade, pensando em como a comunidade vai se sentir no desfile, porque acho que isso é que tem feito os nossos desfiles darem certo. A gente pensar em como a comunidade vai pensar e cantar o samba na Avenida e vai entender o enredo. Claro que a responsabilidade de manter um vice-campeonato ou buscar o título, estar ali no desfile das campeãs brigando pelo primeiro lugar é muito maior agora, mas é levar isso de uma maneira muito leve e tranquila como a gente sempre fez”, garante Haddah.

Haddad e Bora já estão ficados no novo trabalho apesar de não saberem exatamente quando será o próximo desfile. A dupla tenta usar a incerteza de forma positiva.

“Estamos aguardando, esperando saber quando vai ser, como vai ser… Então é um processo, seguramente, diferente de todos os outros, não apenas pra gente, mas pra todos os artistas do carnaval, pra todos os profissionais da cultura em geral. Pra quem trabalha com carnaval que tem uma data específica e que tem uma estrutura, é ainda mais delicado. Mas, felizmente, a gente está com um enredo que possibilita essa brincadeira, essa ampla criatividade, essa plasticidade, que Exu é isso, é movimento, também é adaptação. Acredito que a gente vai conseguir dentro dessa conjuntura tão difícil, tão inusual, extrair algo interessante e potencialmente criativo”, avalia Leonardo Bora.

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