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Casal brilha e Mangueira homenageia Cartola, Jamelão e Delegado em desfile com conjunto visual caprichado, mas com erros de evolução

Squel e Matheus encantam, Leandro Vieira derrama o verde e rosa nas fantasias e escola emociona com comissão frente

Um presente para os mangueirenses, assim pode ser definido o desfile da Estação Primeira de Mangueira nesta noite, predominante verde e rosa, foi a primeira vez que o carnavalesco Leandro Vieira utilizou tanto as cores da escola nas fantasias e alegorias desde que chegou na escola. O capricho nas fantasias impressionou, foi um show de bom gosto de Leandro, com muito volume, as alas tinham acabamentos maravilhosos e leitura era fácil, o mesmo vale para as alegorias, que contaram o enredo de forma clara. A comissão de frente emocionou com homenagem a Nelson Sargento, o mesmo vale para Squel e Matheus, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira desfilou na frente da bateria e contou com umas fantasias mais bonitas que já usaram na Mangueira. * VEJA FOTOS DO DESFILE DA MANGUEIRA

Fotos de Allan Duffes e Nelson Malfacini/Site CARNAVALESCO

Como destaque negativo, fica a iluminação dos carros, o primeiro passou com algumas luzes apagadas e um produto de limpeza foi esquecido na parte de trás da alegoria, já o segundo carro passou com a parte superior apagada pelos setores 6 e 10. A evolução da escola foi outro ponto a ser observado, o início se mostrou um pouco travado e o final foi mais corrido, com alas passando em ritmo acelerado. No final, um espaço considerável ocorreu no momento em que a bateria se apresentava na última cabine de julgamento.

Apresentando o enredo “Angenor, José e Laurindo”, assinado pelo carnavalesco Leandro Vieira, a Mangueira homenageou três dos seus maiores baluartes e foi a segunda escola a cruzar a passarela do samba na primeira noite de desfiles do Grupo Especial. A verde e rosa terminou sua apresentação com 67 minutos.

Comissão de Frente

Intitulada “Tempos Idos”, nome de uma canção de Cartola, a comissão de frente assinada pelos coreógrafos Priscilla Mota e Rodrigo Negri fez um resgate das antigas comissões, quando a velha-guarda era o centro das atenções, 15 dançarinos usavam o tripé como uma espécie de palco e três crianças representavam Cartola, Jamelão e Delegado ainda meninos. A apresentação foi uma síntese do enredo, o sambista do morro de Mangueira foi evidenciado, dando destaque para o momento em que ao vestir o verde e rosa, ele vira estrela na avenida.

A apresentação foi marcada pela emoção, e arrancou aplausos por onde passou, nenhum erro foi observado durante os módulos de julgamento. O ápice ocorreu em cima do tripé, com uma caracterização incrível, os homenageados surgiram ao lado das crianças que os representavam, posteriormente, através de uma troca de roupa impressionante, os sambistas passavam das roupas simples, para o manto verde e rosa. Na letra do samba que remetia a composição “As rosas não falam”, rosas surgiam no palco e Cartola se apresentou para os jurados. O público recebeu com muito entusiasmo a comissão, a apresentação finalizou com um tributo a Nelson Sargento, trazendo ainda mais emoção.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Matheus Olivério e Squel Jorgea, diferentemente do habitual, não veio no início da escola, eles desfilaram na frente da bateria, no setor que homenageou Jamelão, com uma fantasia nomeada “Dinastia Verde e Rosa”, o casal personificava a própria Mangueira, as cores da escola estavam presentes e o primor da fantasia chamou atenção, uma das mais bonitas que já vestiram na escola.

Apresentando uma dança de ritmo cadenciado, sincronizada e com gestos graciosos, a dupla não cometeu falhas expressivas nos módulos de julgamento e impressionou pela garra, as terminações de movimentos estiveram perfeitas, a troca de olhares e o romance entre eles foi de emocionar. O bailado fez menção simbólica aos antigos desfiles da escola, bebendo da fonte dos casais que fizeram história na verde e rosa. Ambos cantaram o samba o tempo todo, o sorriso de Squel encantou mais uma vez todo o público, assim como a presença marcante de Matheus.

Harmonia

A harmonia da escola foi muito satisfatória, como de costume, o mangueirense cantou com muita garra o samba, que mesmo criticado no pré-carnaval, rendeu e ofereceu para escola um canto uniforme. Pode-se destacar a ala 1, “Velhas Baianas”, até mesmo as alas coreografadas cantaram com bastante empolgação, como por exemplo a ala 17, “Eu vi seu Laurindo beijando a bandeira”. No geral, os componentes cantaram com força, apesar de algumas fantasias um pouco abafadas.

Enredo

A Mangueira levou à avenida a vida e obra de Cartola – o seu maior compositor; Jamelão – seu maior cantor; e Mestre Delegado, o grande mestre-sala da escola. O enredo “Angenor, José e Laurindo”, de autoria do carnavalesco Leandro Vieira, emocionou e encantou todo o público do Sambódromo. As alegorias e fantasias conseguiram passar com clareza a história que era contada, Leandro dividiu os setores de forma clara, começou com uma homenagem a comunidade do Morro de Mangueira, local em onde os grandes homenageados do enredo cresceram e fizeram história.

Posteriormente, o carnavalesco optou por separar cada homenageado em um setor, no segundo vimos um tributo ao Mestre Cartola, algumas alas representaram músicas compostas por ele e o carro que fechou o setor trouxe “As rosas não falam”. O terceiro setor da Mangueira foi reservado a Jamelão, intitulado “A voz do meu terreiro”, o setor trouxe o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira e a bateria, ambos representando a Mangueira e os antigos carnavais da Verde e Rosa. O setor que encerrou o desfile foi destinado ao Mestre Delegado, o carro que fechou a história chamava-se “O bailarino Negro”.

Evolução

A evolução da escola foi o quesito que pode preocupar mais na apuração oficial, o início se mostrou lento e um pouco travado, mesmo com os componentes brincando e se divertindo, foi observado que a escola não foi uniforme como se espera do quesito, já a parte final da escola foi mais acelerada que o normal, na altura do setor seis, as últimas alas passaram correndo em frente a cabine de julgamento, a situação se normalizou na última cabine, porém, durante o final da apresentação da bateria, o carro que estava à frente seguiu e deixou um buraco considerável em frente ao módulo, a rainha de bateria Evelyn Bastos tentou ocupar o espaço, mas ele já havia sido observado. Vale ressaltar também, que no setor 6, uma componente da ala 19 embolou a fantasia com outra da ala 20, o carnavalesco Leandro Vieira ajudou a desembolar.

Samba-Enredo

Criticado no pré-carnaval, o samba da Mangueira foi cantado por todos os componentes e por boa parte da Sapucaí. A composição de Moacyr Luz e companhia rendeu no Sambódromo e mostrou sua força. Marquinho Art Samba também fez ótimo trabalho e a todo momento impulsionava a escola, representando o lendário Jamelão, ele conduziu o samba com brilhantismo. O destaque do samba fica para o verso ‘A voz do meu terreiro’, essa parte até o fim do refrão, foi o momento que o mangueirense cantou com mais afinco, enquanto a virada do samba apresentou leve queda.

Alegorias e Adereços

A escola optou por levar o número mínimo de carros para a avenida, ao todo, foram quatro carros, um tripé e dois elementos cenográficos. Rico em detalhes e com excelentes acabamentos, os carros eram cenográficos, mas sem perder a carnavalização. Porém, a escola deve perder pontos preciosos por conta de alguns deslizes. O desfile começou com dois elementos alegóricos representando as baianas, muito bonito, eles vieram em frente a ala de baianas, o primeiro carro, “Teu cenário é poesia”, representou o próprio morro de Mangueira, apesar de muito bonito, o carro apresentou falhas em algumas luzes e foi observado um produto de limpeza esquecido na parte de trás da alegoria, o segundo trouxe Cartola e sua música mais famosa, “As rosas não falam”, o carro soltava aroma de rosas pela avenida, entretanto, o carrossel da parte de cima da alegoria passou apagado pela avenida. O terceiro carro fez uma homenagem a Jamelão, predominantemente vermelho, o carro recriou o ambiente noturno de um antigo dancing carioca. No último carro, “O bailarino negro”, a escola trouxe a figura de mestre Delegado, o carro lembrava uma caixinha de música e a escultura em cima estava muito bem acabada.

Fantasias

Um show de Leandro Vieira, mais uma vez, o carnavalesco apresentou um conjunto de fantasias de encher os olhos, volumosas, criativas e de boa leitura, foi um dos pontos altos do desfile. Pela primeira vez, Leandro abusou do verde e rosa em toda a escola e deixou todo mangueirense orgulhoso. Como destaque, pode-se citar a primeira ala, “Velhas Baianas”, a sétima ala, que representava o sol, impressionou pelo volume apresentado, a fantasia da ala 11 mostrou uma criatividade enorme, representando a gafieira. A ala 13 trouxe estandartes com os títulos da escola e mais uma vez o bom gosto foi visto. A ala de baianas, apesar de lindas, passou com algumas matriarcas segurando a cabeça da fantasia, outro detalhe observado foi que talvez por conta do volume, um número excessivo de componentes passaram mal.

Outros Destaques

A bateria do Mestre Wesley se apresentou de forma impecável pela avenida, representando a “Saudosa Mangueira”, a fantasia impressionou pela riqueza de detalhes. A rainha da bateria, Evelyn Bastos mais uma vez encantou o público na avenida, com muito samba no pé, a rainha desfilou com as cores da escola. A frente do carro em homenagem a Jamelão, desfilaram Alcione e Rosemary, ambas foram muito aplaudidas pelo público.

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