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Casal de mestre-sala e porta-bandeira é destaque no ensaio da Barroca Zona Sul

Desempenho da Barroca Zona Sul agradou no geral para seu primeiro ensaio no Sambódromo

A Barroca Zona Sul, segunda agremiação a ensaiar na noite do último sábado no Sambódromo do Anhembi, apresentou o enredo “A Evolução está na sua fé… Saravá Seu Zé!”. Acostumada com temas relacionados a africanidade, a Faculdade do Samba, que teve como destaque positivo a bela apresentação do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, precisará fazer ajustes no canto da sua comunidade para o desfile oficial, na qual será a quinta escola a desfilar na segunda noite do Grupo Especial.

‘Quem me protege não dorme’

A chuva bem que tentou aparecer, mas logo nas primeiras gotas, Zé Pilintra, grande homenageado da escola, logo colocou para correr. Com uma comissão de frente que veio caracterizada como a linha dos malandros da Umbanda, a verde e rosa da Água Funda iniciou sua apresentação pisando forte, com muita determinação no olhar dos seus componentes. Marcão, diretor de carnaval da Barroca, expressou a felicidade de voltar ao Anhembi depois do período pandêmico ao comentar sobre o desempenho.

“É o primeiro ensaio depois de dois anos e pouco sem desfilar. Acho que para um primeiro ensaio foi muito bom. Com um enredo forte, comunidade forte, acho que foi muito bem. Com um enredo desse, com alguém que me protege, acho que foi maravilhoso. Não tem preço”, disse.

Abrindo a gira no arrepio do couro do tambor

Saudar a incorporação do mestre do Catimbó será a missão da bateria “Tudo Nosso”, cujos 175 ritmistas virão caracterizados como a própria entidade. E, se depender de todos esses malandros, seu Zé será bem recebido. A apresentação foi correta, com quatro bossas que prometem levantar o público que comparecer ao Sambódromo. A avaliação do mestre Fernando Negão foi rigorosa, mas exaltou com alegria a firmeza de seus pupilos.

“A bateria está muito boa e constante. Tem uns detalhezinhos para arrumar ainda, mas tá aí, 80%. É preciso arrumar algumas faltas de atenção, ajeitadinhas nas bossas, nos breques, mas o ritmo está quase lá. Deu para dar uma brincada, e a escola veio grande, bonita e legal. Deu para brincar a bateria, mas vamos esperar para ajustar os detalhes no próximo ensaio técnico. O ponto alto foi a garra do pessoal, com bastante canto, e a bateria bastante firme. Na hora do paradão a bateria está cantando bastante. A escola está cantando bastante, e é isso aí, é a união”, declarou.

Faculdade do Samba passou no vestibular?

Vontade de desfilar é o que não falta, na opinião do intérprete Pixulé. O cantor, que possui um timbre de voz intenso, não deixou dúvidas da grande vontade da Barroca em desfilar nesse Carnaval. “Olha, foi uma surpresa muito grande porque depois de quase dois anos parada, a escola veio com afinco. A escola mostrou garra, e o seu canto foi seguro. É uma característica da escola ter esse canto forte, firme e seguro. Essa foi a Barroca Zona Sul que vocês viram hoje no ensaio. Ou seja, nada mudou. A gente pisou na avenida com sede. Sabe aquela sede? Aquela vontade de desfilar? Parecia que hoje era o desfile oficial, porque estava mundo com vontade, com garra, com sede de pisar nessa avenida”, exaltou.

Questionado se há pontos a serem ajustados, Pixulé demonstrou bastante otimismo com o papel exercido pela sua comunidade. “Olha, sinceramente? Não acho, até porque não estou no meio da Harmonia. Embora nós, músicos, cantores de uma ala musical façamos parte da Harmonia da escola, e muitos não sabem disso, pelo que vi nós não precisamos ajustar nada. Pelo contrário, é só acrescentar pra chegar no dia do desfile, chegar aqui, pisar com o pé direito e arrebentar nessa avenida”, acrescentou.

O cantor ainda fez referências acadêmicas ao comentar sobre o ponto alto do ensaio. “Eu acho que nós estamos prontos. Nós fizemos a prova do Enem, no dia nove teremos um outro ensaio técnico, que é o resultado dessa avaliação. A gente só vai saber se passamos ou não nessa prova no dia do desfile, no dia 23”, concluiu.

Emoção de brilhar logo na primeira vez

Estreando no posto de porta-bandeira, Camila Pancini até que demonstrou certo nervosismo ao conversar com o site CARNAVALESCO, mas isso não a impediu de fazer uma fantástica apresentação junto com seu parceiro, o mestre-sala Igor Sena. O casal, que não apenas fez uma apresentação digna de veteranos, ainda chamou pela caracterização
impossível de não reconhecer do guardião do pavilhão, que veio fantasiado de Preto Velho
com direito até a bengala.

Camila manifestou grande emoção ao falar da sua primeira vez defendendo o verde e rosa da Barroca na avenida. “Olha, a emoção foi grande. Estamos muito felizes, e acreditamos que estamos preparados para o desfile. Tivemos um pouco de nervosismo, mas controlamos e chegamos. A emoção tomou conta. Mas estou muito feliz. Espero que dê tudo certo, e vamos com Deus”, disse.

Com apenas um carnaval a mais na função, Igor destacou a rotina intensa de ensaios da dupla, além de falar da alegria de estar de volta ao Anhembi. “Tudo que a gente vem ensaiando esses dias e esses meses, conseguimos desenvolver na avenida e apresentar. Tem alguns acertos a serem feitos, é normal, mas foi muito bom o nosso ensaio e estou muito feliz. Acho que o nervosismo é em dobro, já que ficamos dois anos parados. É o carnaval das nossas vidas, e é muito bom voltar assim com essa comunidade, com esse canto forte e essa comunidade forte. A Barroca vem muito grande e confiante, e essa energia que eles passam pra gente ajuda a termos força e seguirmos em frente”, declarou.

Comunidade empolgada e raçuda, mas harmonia precisa de alguns ajustes

O desempenho da Barroca Zona Sul agradou no geral para seu primeiro ensaio no Sambódromo do Anhembi, mas há alguns pontos observados que precisam ser ajustados. Em diferentes momentos do ensaio, algumas alas cantaram de maneira errada o verso “Salve Zé Pilintra de Aruanda” na primeira passagem do refrão principal, que é em um tom mais elevado que na segunda, e é uma falha que não pode ser ignorada. A ala “Xoq Neles” veio toda com chapéus brancos com fita vermelha, marca de Zé Pilintra, e seus componentes apresentaram desempenho diferenciado, sendo assim um ponto bastante positivo e que pode ser espelho para as demais alas.

A Faculdade do Samba escolheu um enredo poderoso de fato. Falar de uma entidade tão popular chamará a atenção até mesmo daqueles que pouco conhecem as religiões de matriz africana. Que os ajustes necessários sejam feitos para que a escola possa agradar não apenas os jurados, mas também a esse malandro tão danado que cativa tantas multidões.

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