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Com enredo de homenagem a Jerônimo da Portela, Arame de Ricardo prepara desfile inesquecível

“Hoje não existe mais aquela vergonha de dizer que você está reciclando para fazer um carnaval. A maioria das escolas estão optando por isso, você pegar um material que não vai servir mais e pensar numa nova forma, num novo jeito de usar. Uma ferragem que era um secador de cabelo, eu consegui transformar num abajur”, esse é o lema de Bruno Rocha, carnavalesco do Arame de Ricardo, que levará para Avenida o enredo “O primeiro bailarino do samba”. A proposta é homenagear Jerônimo da Portela, um consagrado nome da história da azul e branco de Madureira.

Segundo o carnavalesco Bruno Rocha, a Comissão de Carnaval do Arame deu a ideia logo assim que acabou o carnaval de 2018.

“O Samir Trindade e o Ney Lopes fazem parte da nossa comissão de carnaval, por terem mais contato com o Jerônimo, eles fizeram essa triagem de falar com ele, fazer o convite e a proposta. Ele aceitou o convite e ficou muito feliz, contente, radiante com esse convite. Ele mesmo disse que nunca esperava um dia se tornar enredo e ter esse reconhecimento em alguma escola escola de samba”.

Ao fazer a apuração sobre o enredo, Bruno diz que o motivou a equipe do Arame a escolher Jerônimo como enredo do Carnaval 2019.

“Tivemos vários momentos de pesquisa, inclusive, na casa dele. Ele começou como bailarino, muitos tem carteirinha como dançarino. Na época dele era muito difícil de conseguir uma carteirinha como bailarino, e ele conseguiu, e foi o primeiro bailarino do samba e daí desencadeou as outras danças. Jerônimo foi o pioneiro, foi aluno de Mercedes Batista, a primeira bailarina negra a se apresentar no Theatro Municipal”.

Bruno afirmou também que nesse momento de dificuldade, algumas escolas da Série A e do Grupo Especial vem ajudando muito o Arame.

“A Portela e a Beija-Flor já nos ajudaram muito e estão nos ajudando com alguns adereços de carnavais antigos, isso está sendo muito importante para nós”.

Mesmo com toda essa dificuldade financeira, Bruno Rocha afirma que o Arame fará um carnaval inesquecível e que o público ficará chocado na quantidade de coisas simples que eles adaptaram para causar um impacto nos adereços. Segundo ele, não é impossível fazer um belo carnaval com pouco dinheiro.

“É possível sim fazer um carnaval deslumbrante com a atual situação em que nos encontramos, dinheiro pode até faltar, mas criatividade, bom gosto, requinte nunca pode deixar de ter. Dinheiro é tudo, mas saber trabalhar em conjunto é o principal”, afirma Bruno Rocha.

O carnavalesco do Arame afirma também que Jerônimo vai estar presente no grande dia e que é um anfitrião muito participativo nas atividades e no andamento da escola para o desfile.

“Ele liga todo dia, pergunta como vão o processo das coisas, o passo a passo. As fantasias ele teve oportunidade de ir ao ateliê, já viu e ficou encantado e lisonjeado. Já veio aqui no barracão, subiu no carro onde ele vai desfilar, já dançou, já pulou e deu o confere dele”.

A ligação de Jerônimo a religiosidade

Um ponto muito importante que será abordado no desfile do Arame é a questão religiosa do homenageado. Assim como não poderia faltar a importância do samba na vida de Jerônimo, a religião também é um ponto muito forte. Toda a parte religiosa da Portela quem cuida é o ex mestre-sala. Por isso, Bruno decidiu colocar as baianas vindo de Nossa Senhora de Conceição, que é a santa padroeira da Portela e também do Arame de Ricardo. O carnavalesco da azul e branco disse que o único ponto em que o ex mestre-sala exigiu muita prudência e cautela foi nesse aspecto.

“Ele pediu um cuidado, uma observação. Foi dando uma orientação de como fazer as coisas e assim estamos indo. O Jerônimo que cuida dos santos nos dias deles. Ele tem toda parte religiosa, tanto católica, quanto espírita. Quando o santo sai para procissão é ele que cuida, limpa e prepara o andor para por o santo. Ele que organiza a missa e toda a parte religiosa da Portela”.

Como será o desfile do Arame de Ricardo

O Arame de Ricardo vai levar cerca de 700 componentes a Intendente Magalhães. Número de Alegorias: 2

Setor 1 – O surgimento do bailarino – Tripé

O primeiro setor vai vir mostrando onde tudo começou. O tripé vem com um ninho da águia, representando o incentivo da Tia Dodô e surgimento de Jerônimo como bailarino, como, quando e onde a dança virou o triunfo na vida dele.

Setor 2 – O carro abre alas: Os Palcos

O carro abre alas vem contando como a dança se tornou importante em sua vida. Titulado como “os palcos”, o carro mostra todos os lugares por onde Jerônimo passou, as danças e os locais pelos quais ele já se apresentou.

Setor 3 – Jerônimo: o bailarino e seus convidados

Representando o carnaval, o último carro vem com o grande homenageado com seus os convidados de honra como: Tia Nilda, da Mocidade, Tia Surica, Monarco, Carlinhos de Jesus e alguns carnavalescos que ainda não estão confirmados.

Alas:

Baianas – Vão vir de Nossa Senhora da Conceição, uma homenagem a Portela. Alas coreografadas – Vão vir representando as danças afros as quais Jerônimo dançou, uma delas virão representando a gafieira. Alas Homenagens – Serão duas, uma homenageando a mãe do Jerônimo e outra Mercedes Batista.

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