InícioSérie OuroCom gritos de 'é campeã', Unidos de Padre Miguel faz desfile beirando...

Com gritos de ‘é campeã’, Unidos de Padre Miguel faz desfile beirando a perfeição e sonha com o Grupo Especial

Comunidade da Vila Vintém fez bonito em desfile com vários destaques positivos

A Unidos de Padre Miguel entrou na Marquês de Sapucaí com muita garra e mostrou que está disposta a brigar novamente pelo título da Série Ouro. O desfile provou que a escola tem estrutura e uma comunidade apaixonada que almeja chegar ao Grupo Especial. Vários foram os destaques positivos desta noite, a começar pelo samba, muito elogiado no pré-carnaval, foi impulsionado pelo desempenho de Bruno Ribas e seu entrosamento com a bateria de mestre Dinho. O conjunto visual foi um bálsamo para os olhos e impressionou pela riqueza no acabamento, cada ala que pisou na avenida tinha um detalhe único, assim como as alegorias. Vale destacar ainda a apresentação do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Vinícius Antunes e Jéssica Ferreira. O desfile da Unidos uniu a técnica com emoção e conquistou o público que soltou gritos de “é campeã”. * VEJA AQUI FOTOS DO DESFILE

Apresentando o enredo “Baião de Mouros”, assinado pelos carnavalescos Edson Pereira e Wagner Gonçalves, a vermelho e branco da Vila Vintém retratou a influência árabe, Moura e muçulmana no nordeste brasileiro. A escola foi a quinta a cruzar a passarela do samba na primeira noite de desfiles da Série Ouro. A agremiação terminou sua apresentação com 55 minutos aclamada pelo público.

Comissão de Frente

A comissão de frente coreografada por David Lima foi intitulada “De repente, um encantador de serpente” e apresentou um ótimo cartão de visitas, a qualidade das fantasias e o bom acabamento do elemento cenográfico marcaram o início da apresentação. A comissão trabalhou com mítica árabe do encantamento de serpentes, em um primeiro momento os componentes tentam encantar, porém, sem sucesso, até que o Rei do Baião surge com sua sanfona e as cobras sobem do carro, o momento recebeu uma boa resposta do público. No segundo momento, as mulheres que estavam escondidas no elemento saem fantasiadas de odaliscas. A dança foi aguerrida e com muitos detalhes, foi possível observar a sincronia presente entre todos os componentes. Como preocupação fica o fato do chapéu do “Rei do Baião” ter descolado em frente ao segundo módulo de julgamento, na última apresentação o item continuou em evidência.

LEIA MATÉRIAS ESPECIAIS
* UPM apresenta uma mistura de culturas dentro e fora do enredo
* Ala mirim se reafirma como uma das maiores potências da UPM
* ‘O encanto das mil e uma noites sertanejas’: Abre-alas da UPM trás a união da cultura árabe com o Nordeste
* Detentora de vários prêmios Estrela do Carnaval, baianas da UPM elogiam figurino do desfile

Mestre-sala e Porta-bandeira

Vinícius Antunes e Jéssica Ferreira são figuras carimbadas na Unidos de Padre Miguel, indo para o décimo carnaval juntos, a sintonia entre eles foi nítida, assim como o companheirismo. A apresentação da dupla foi um dos pontos altos do desfile, muito seguros, o bailado mesclou movimentos clássicos com coreografias em alguns momentos. A belíssima fantasia contribuiu para engrandecer ainda mais a apresentação, representando “A Descoberta da América Pelos Turcos”, o figurino mesclou o dourado com o vermelho, cor da escola. No verso do samba que diz “Respeita o povo da Vila Vintém”, o casal apontou para a comunidade e ao finalizar a apresentação, Jéssica realizou uma bandeirada, em todos os setores a apresentação do casal foi exitosa e arrancou aplausos do público.

Harmonia

Uma grande exibição da comunidade da Vila Vintém, com o samba na ponta da língua o resultado foi uma harmonia extremamente vigorosa, a letra do samba diz para respeitar o povo da Vila Vintém e foi exatamente esse o recado que eles deram, desde as primeiras alas o canto foi muito forte, os componentes estavam com muita animação e espontaneidade. Em sua predominância, as alas cantaram do início ao fim, o orgulho dos componentes estava presente em cada frase do samba que era entoado, a escola festejou na avenida e contagiou o público. A presença de Bruno Ribas no comando do carro de som trouxe ainda mais garra para o samba, seu estilo vibrante casou perfeitamente com a bateria de mestre Dinho e com o samba, que desde os primeiros acordes mostrou sua força.

Enredo

Os carnavalescos Edson Pereira e Wagner Gonçalves foram os responsáveis por desenvolver o enredo “Baião de Mouros”, a escola mostrou a influência árabe na cultura nordestina. Os carnavalescos optaram por orientar o enredo através da musicalidade, o que eles consideram ser a maior interferência entre as duas culturas, sendo assim, a narrativa adotada entre as interseções árabo-nordestinas foram contadas através de um repente.

O desfile foi dividido em três setores, sendo o primeiro denominado “No Caminho da Estrela”, o segundo, “Sopram o Vento e a poeira da História” e o terceiro “Na Caminhada, na Cavalgada: A Meca Apoteose”. A leitura do quesito foi muito direta, os carnavalescos recorreram a analogias, além do uso de signos e símbolos de conhecimento geral, o que ajudou a contar a narrativa da melhor forma, por exemplo, foi observado o uso de xilogravuras, incensos, cactos e camelos nas alegorias.

Evolução

A escola da Zona Oeste levou para avenida 2500 componentes, apesar de extremamente numerosa, a evolução foi correta. Os componentes estavam extremamente organizados e cada um sabia seu papel dentro das alas, foi uma evolução fluida e coesa, mas sem perder a empolgação e descontração que pede um desfile de carnaval. Porém, vale destacar que no final do desfile a escola precisou apertar o passo e a bateria não se apresentou no último módulo de julgamento.

Samba-Enredo

O samba, de autoria de Myngal, Chacal do Sax, Alexandre Rivero, Robertinho, Maykon Rodrigues, Rafael Faustino, Gabriel Simões e Felipe Mussili, foi um grande destaque da escola durante o desfile, com refrões fortes e melodia potente, o componente se sentiu à vontade para cantar e extravasar. A letra da obra mexe muito com o brio da comunidade, principalmente o refrão “A nossa escola não deve nada a ninguém, respeite o povo da Vila Vintém”, nessa parte o samba explodia e a escola se contagiava. Fazendo sua estreia esse ano pela escola, o intérprete Bruno Ribas demonstrou total entrosamento com o carro de som e também com a bateria do mestre Dinho.

Alegorias e Adereços

A escola contou com três alegorias e um tripé, como de costume, os carros chamaram atenção pelo tamanho, acabamento caprichado e a fácil leitura. Antes do abre-alas, a escola trouxe para a avenida um pede passagem, denominado “Bravo boi Mouro: Saara e Sertão, Unidos”, onde mostrou o boi, símbolo da Unidos de Padre Miguel, entrelaçado com a cultura árabe, apesar de grandioso, um dos chifres da escultura apresentou uma pequena falha de acabamento. Logo em seguida, a primeira alegoria, chamada “O encanto das mil e uma noites sertanejas”, causou impacto assim que entrou na avenida, muito colorida e com elementos que faziam ligação entre o nordeste e o saara, o carro impressionou pela qualidade das esculturas e o ótimo uso de cores.

A segunda alegoria, “Armorialma”, levou uma proposta ousada para avenida, o uso do preto tomando conta de quase todo o carro em contraste com o vermelho na parte traseira proporcionou um efeito interessante, dentro do enredo ela representou o espírito mágico dos folhetos do romanceiro popular do Nordeste, como a xilogravura. Foi interessante observar como cada carro tinha uma proposta diferente do outro, o último por exemplo abusou do uso da cor rosa, denominado “O Boi é Mouro… Na Mesquita de Padre Miguel”, ele representou o conjunto de ligações culturais árabe-nordestinas que se encontram no carnaval da Mesquita de Padre Miguel, a escultura de um enorme boi de “braços” abertos chamou atenção de todo o público presente na avenida.

Fantasias

Assim como em seus carros alegóricos, a Unidos levou para a avenida um belo conjunto de fantasias, no total foram 22 alas, além das composições em alegorias. Foi interessante observar a mistura de tecidos, a presença de bordados e o contraste de texturas presentes nos figurinos. Marca da escola, as fantasias eram muito volumosas e com acabamento beirando a perfeição, porém, mesmo com o volume, os componentes estavam soltos e conseguiam evoluir com muita facilidade. A ala de baianas, que vieram no setor de abertura e representavam a poesia nordestina, com uma roupa predominante rosa, as soluções utilizadas nas saias foi diferente e causou um efeito interessante. O conjunto de fantasias no geral foi de tirar o folêgo, podendo destacar as seguintes alas: “Medievo Cantador”, “O mourisco andaluz”, “Pandeiro e camanjá” e “Máscaras de boi – os beduínos da rua da Mesquita”.

Outros Destaques

A escola teve uma comunicação excepcional com o público presente no Sambódromo, durante o esquenta o samba de 2022 foi cantado e o público correspondeu cantando em alto e bom som.

Sempre presente no desfile da Unidos, a ala das crianças mais uma vez roubou a cena, os pequenos da Vila Vintém estavam fantasiados de “Aladim Raimuidim”, o figurino lembrou um grande tapete voador, as crianças se divertiram e encantaram o público.

- ads-

Imperatriz Leopoldinense distribui três mil rosas em homenagem ao Dia das Mães

Em mais uma ação do projeto “Imperatriz Social”, a Imperatriz Leopoldinense foi neste sábado às ruas do Complexo do Alemão e toda a Zona...

União de Maricá tem novo presidente

A União de Maricá tem um novo presidente. Cria da escola e presente desde a fundação, Juliano Oliveira, de 28 anos, assume a função...

Luiz Vinícius Macedo é o novo presidente da Superliga

A Superliga, que administra os desfiles do Acesso, na Intendente Magalhães, anunciou que Luiz Vinícius Macedo é o novo presidente. O vice é Heitor...