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Com os ‘pés no chão’, Mocidade mostra comunidade empenhada em evoluir com técnica e qualidade

Por Gabriella Souza. Fotos: Allan Duffes

A Mocidade levou um grandioso número de independentes para acompanhar em seu ensaio de rua neste domingo. Foi o mais cheio até agora. A concentração na Praça Guilherme e o treino ao longo da Coronel Tamarindo tiveram técnica e nível dos componentes e diretoria. Toda 1h10 de treino foi com empolgação dos componentes que mostraram já estar com o samba na ponta da língua, fazendo com que o canto do carro de som pudesse crescer e casar perfeitamente com o andamento da escola e da bateria. O ensaio foi um dos melhores e mais seguros da verde e branca até agora e em seu discurso inicial o diretor de carnaval, Marquinho Marino, ressaltou que 95% do carnaval já está encaminhado e que o foco a gora da escola é ter pé no chão para evoluir mais.

Harmonia e Samba

O samba pegou e comunidade de Padre Miguel já tem ele na ponta da língua. Wander Pires tem a personalidade da Mocidade. A voz marcante faz qualquer componente cantar o samba com mais empolgação. O carro de som da Independente é forte e muito potente, o toque diferencial são as três cantoras de apoio, que dão o equilíbrio necessário de vozes femininas para o samba que pede este estilo. Wander pediu motivação dos componentes para começar o samba e elevou o canto da escola ao arrancar o ensaio com o histórico samba de 91, “Chuê, Chuá… As águas vão rolar” que fez todo o público cantar com vontade.

Com o clima certo, o ensaio começou com a segurança e controle certo da  potência musical do carro de som sustentado com o canto aguerrido da escola. Se tinham alas nos primeiros ensaios que ainda erravam as letras, isso foi sanado. Os componentes cantavam com força e segurança o samba inteiro e explodiam com braços para o alto no refrão, com destaque para a ala 5 a que mais puxava o canto forte. A escola mostrou que as exigência dos ensaios de canto foram o diferencial, e fez os componentes e o público cantaram, até mesmo nas últimas alas já distantes onde se escutava o canto forte quase que em capela.

Evolução

Quem teve uma atenção mais minuciosa do ensaio e da evolução da escola, pode notar algo de diferente, tanto na oscilação de andamento da comunidade quanto na evolução dos componentes. Mas o diretor de harmonia, Wallace Capoeira, esclareceu que este foi um ensaio para treinar sua equipe em situações de risco visando o preparo para eventuais complicações.

“Nosso trabalho de harmonia e evolução hoje foi de acertos. Existem momentos no nosso treino em que usamos técnicas para preparar a escola, criando situações de risco. Por exemplo, simular um buraco para ver como a escola pode controlar isso se no desfile acontecer, a gente trabalha corrigindo erros e hoje nós treinamos alguns desses mas que passaram quase despercebidos porque conseguimos sanar tudo e o perfeito entrosamento da escola inteira foi ideal para o ensaio sair como o planejado. Esse foi o melhor ensaio que tivemos até agora e é mantendo esse nível é que vamos pisar na Sapucaí”.

De um forma geral, a evolução da escola seguiu o mesmo nível que já estava em outros ensaios com segurança e profissionalismo da diretoria que controlou todos os passos do componente com muita atenção, ótimo trabalho. Os componentes deram um show, com muita empolgação e organização das alas, evoluíram e fizeram um ensaio com qualidade, chamando o público a pular e se animar junto da escola. Todas as alas estão bem cheias. Marino destaca que não pretende que a escola atinja seu ápice agora, mas sim evoluir com técnica em cada ensaio que virá.

“Eu, sinceramente, acho que a escola tem que crescer gradativamente, uma escola que chega no ápice muito longe do carnaval a tendência é ir caindo até chegar a hora. Não posso ter esse tipo de problema, se eu exigir o máximo e chegar no ápice faltando três ou quatro ensaios para o carnaval eu corro o risco de ir caindo depois disso, eu vou puxando um pouco a corda enquanto os ensaio vão acontecendo. Quem percebeu bem viu pode ver que esse ensaio foi mais ‘puxado’, até mesmo em termos técnicos, fizemos as cabines com comissão e casal no mesmo tempo com as mesmas passadas que serão no desfile e isso vai ser direto, assim como a saída da bateria do recuo, tem que ser bem casada e estamos fazendo igual ao desfile e bem feito. Agora a parte mais humana da galera, do coração, é a hora de tirar um pouco mais deles em canto e evolução. É a hora de botar o samba na veia. O componente já está cantando e evoluindo bem, agora é puxar no emocional dele, a cada semana se eu estimular mais isso é tudo crescer, e no discurso inicial eu fiz questão de frisar isso. Eu já estou chegando no ponto que eu quero e vamos melhorar cada vez até porque nosso ápice não é agora. No setor 11 está tudo certo, estaremos lá nossa bateria, carro de som, rainha, casal de mestre-sala e porta-bandeira e, talvez, a nossa comissão”.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Nos primeiros ensaios, os casal já tinha técnica conquistada através da bagagem de trabalho, mas ainda faltava entrosamento e leveza. Mas com treinos, trabalho e dedicação de ambos, o que se viu neste último treino foi a clara conquista desse lugar. O entrosamento entre eles é algo que emociona, na simulação da segunda cabine de jurados, o público que os assistia acompanhou cada passo deles com muitos gritos de apoio, ao final foram agraciados com uma calorosa salva de palmas, contemplando, assim, a determinação do trabalho de qualidade que ambos criaram ao longo dessa temporada. Bruna tem técnica, leveza e conquistou a segurança que faltava com a condução do pavilhão e Diogo aperfeiçoou sua agilidade e entrosamento com ela. A coreografia é sutil, bonita e pensada. Casal está encaixado e o segredo é manter o nível até o desfile. Ao que aponta o diretor de carnaval Marino, o casal virá com uma novidade na Avenida:

“Algo que não posso revelar mas que teremos uma surpresa na apresentação do casal, algo que já está condicionado com mestre Dudu e harmonia”.

Bateria

A ‘Não Existe Mais Quente’ enfrentou alguns problemas de organização e desencontro com o equipamento do carro de som nos últimos ensaios da escola, prejudicando sua qualidade. Neste ensaio o problema foi sanado e o público pode realmente voltar a ver a qualidade desta bateria, uma das mais renomadas do carnaval. Com a bateria cheia, todos os naipes estavam bem completos e equilibrados, destaque para as caixas e marcações que seguraram um andamento ideal. A qualidade dos ritmistas é muito boa e neste ensaio isso ficou evidente, passaram com segurança, sem correr e respeitando o estilo de andamento da escola.

A rainha Giovanna Angélica também merece destaque, visto estar mais entrosada com a bateria e o público, seja em suas coreografias sincronizadas com as bossas ou na coreografia principal em que a bateria abre para ela desfilar no meio, tudo muito bem ensaiado e que criará um efeito muito bom para a escola na Avenida.

Mestre Dudu fala que agora seu foco estão sendo os ensaios de naipes separados, para aprimorar os detalhes que ainda faltam em cada um. Diz ainda que a bateria já está pronta para o ensaio no setor 11 dia 6 de fevereiro.

“A bateria está muito empolgada com o trabalho, vimos o resultado aí hoje. Não estamos 100% ainda, como todas as outras baterias, ainda faltam 28 dias para o nosso desfile e tenho certeza que até lá muita coisa ainda vai mudar. Começamos essa semana com um ensaio extra separado por naipes, para que eu possa limpar as bossas e retomadas, o que os jurados mais acabam ‘pegando’ e faço meu trabalho em cima disso o tempo todo e sei que no final vai dar tudo certo, o samba ajuda também e já meio caminho andado. Agora falta pouco e coração está a mil. E dia 6 no setor 11 está confirmado e será melhor do que hoje, vamos com sangue nos olhos, perdemos um décimo no chocalho e já resolvi o que foi criticado, trabalho em cima de erros e agora é esperar. As bossas estão firmes e vamos seguir evoluindo com trabalho”, explicou.

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