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Comissão de frente e participação das arquibancadas são os destaques do ensaio técnico da Mangueira

Sem sofrer com a forte chuva que caiu durante a noite deste domingo, no Rio de Janeiro, a Estação Primeira de Mangueira teve em sua comissão de frente e na interação do samba com o público presente nas arquibancadas da Marquês de Sapucaí os pontos altos do ensaio da Verde e Rosa. Aclamado como um dos melhores do carnaval, o samba da Mangueira parece que pegou para os foliões que marcaram presença no Sambódromo e que também aplaudiram bastante a comissão de frente, coreografada pelo casal Priscila e Rodrigo Negri.

“Fizemos um ensaio com algumas situações que sabemos que precisamos acertar. O ensaio técnico é pra isso, para observar erros e melhorar até o desfile. Me deixou muito emocionado o povo nas arquibancadas cantando o samba da Mangueira”, disse o ex-presidente e membro da comissão de carnaval, Álvaro Luiz Caetano, o Alvinho.

Comissão de frente

Os comandados por Priscila e Rodrigo levantaram as arquibancadas da Sapucaí. Com 18 componentes, número acima do permitido no julgamento oficial, o segmento apresentou uma coreografia casada com a letra do samba mangueirense e foi motivo de muitos aplausos do público presente. Destaque para o mosaico dupla face que era aberto próximo ao fim da apresentação, ostentando o título do enredo e o trecho mais popular do samba (Brasil chegou a ver… De ouvir as Marias, Mahins, Marielles, Malês) e o pavilhão da Maior Escola de Samba do Planeta.

Harmonia

Mesmo com o clamor do público presente à obra, que tem forte viés crítico à história e à política nacional, faltou em alguns momentos da apresentação da Verde e Rosa o canto contínuo e forte de algumas alas da agremiação. Integrantes de alas comerciais passaram boa parte do ensaio sem entoar o hino da escola, o que numa avaliação de desfile oficial pode acarretar perda de décimos importantes. Em compensação, era nítida a diferença de canto quando as alas da comunidade mangueirense passavam pela pista. Canto forte e de toda a letra da obra.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Pegando uma pista completamente encharcada após a chuva forte que caiu durante o ensaio da São Clemente, o casal Matheus e Squel fez uma apresentação segura na Marquês de Sapucaí. Vestida nas cores da agremiação, a dupla fez movimentos mais seguros nos quatro módulos de julgamento. Destaque para a desenvoltura de Matheus, mostrando evolução no posto de primeiro mestre-sala da escola. Apenas um desencontro de movimentos pôde ser observado durante a apresentação do módulo 2, quando Matheus finalizou o movimento estendendo a mão à Squel, que demorou um instante a mais para completar sua coreografia.

“Foi ótimo, um astral incrível! A chuva não iria atrapalhar o mangueirense e nem o amor que ele tem pela escola. A gente trabalha e vem se dedicando para isso. Se chover no dia, a gente tem que estar aqui do mesmo jeito. Nosso ritmo de ensaios é intenso. Ensaiamos a semana toda, a Sapucaí é praticamente nossa morada. O que vamos representar esse ano é segredo”, disse a porta-bandeira.

“O magueirense não tem medo de nada. Você vê a garra do componente. Ele vem na chuva, no alagado… Eu, por exemplo, cheguei no setor 1 e a água estava na minha canela. Além disso, eu tenho uma porta bandeira que sou apaixonado, ela é sangue do meu sangue e acima de tudo corajosa. A gente tem sangue verde-rosa e quem tem isso tem muita garra. Hoje em dia o mestre-sala é atleta. Eu por exemplo começo a minha preparação em abril, tendo em março apenas um mês de férias”, comentou o mestre-sala.

Samba-enredo

Se, como dissemos acima, houve certa oscilação no canto entre as alas da escola, o mesmo não pode se dizer do rendimento do samba junto ao público presente. Tida como uma das melhores do carnaval brasileiro em 2019, a obra mangueirense funcionou e levantou o público presente. Voz oficial da agremiação, o intérprete Marquinhos Art’Samba e seus intérpretes de apoio tiverem um desempenho bastante satisfatório e contribuíram para o bom andamento do samba.

Bateria

A bateria da Verde e Rosa ousou e apresentou ao público a tão aguardada bossa alusiva aos anos de chumbo enfrentados pelo país. A paradinha na reta final da obra foi responsável pelos momentos de maior delírio da arquibancada, assim como a “zerada” no trecho “Brasil chegou a vez… De ouvir as Marias, Mahins, Marielles, Malês”.

“A bateria está 97%. Falta ainda uns 3% para gente chegar ao objetivo. A chuva atrapalhou um pouquinho por causa da afinação. Toda hora tinha que estar afinando os surdos. Mas, o andamento que a gente quer é esse na Avenida. O samba funcionou, as bossas todas dentro da melodia, dentro da letra do samba perfeitamente. Acho que quando a gente consertar o que falta é aguardar a quarta-feira de cinzas, e se tudo der certo, pegar esses 40 pontos que estão engasgados há 20 anos”, analisou mestre Wesley.

Evolução

A escola mostrou alto grau de compactação em seu treino na Sapucaí. Os setores da escola permaneceram-se agrupados durante todo o ensaio, não abrindo espaçamentos e mantendo um bom andamento na Avenida. Destaque para o processo de entrada e saída do recuo de bateria, tecnicamente perfeitos e sem deixar qualquer espaçamento que pudesse provocar perda de décimos em um julgamento oficial.

Outros Destaques

Não é quesito, mas vale a pena destacar o samba no pé da Ala de Passistas da Mangueira. O homens e mulheres da Verde e Rosa deram um show à parte no treino da agremiação na Sapucaí, levando um brulho especial ao ensaio. Outro ponto que merece destaque foi a rainha Evelyn Bastos. A estrela da bateria da Verde e Rosa deu um show de samba no pé e carisma.

Com o enredo “História pra ninar gente grande”, desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira, a Estação Primeira de Mangueira será a sexta escola a desfilar na segunda-feira de carnaval, na Marquês de Sapucaí. Segunda maior campeã do carnaval carioca, a agremiação vai em busca de seu vigésimo título.

Por Antonio Junior, Guilherme Ayupp, Juliana Cardozo e Lucas Santos. Fotos: Magaiver Fernandes

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