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Comunidade do Cubango canta em ensaio técnico com destaque para bateria, casal e comissão de frente

De ponto para correção é importante destacar uma evolução um pouco presa em relação a espontaneidade dos componentes

O Acadêmicos do Cubango superou alguns pequenos problemas na equalização do som no início do ensaio técnico, no Sambódromo, na noite do último sábado, com bom canto da comunidade guiada pelo intérprete Pixulé. O samba bastante elogiado desde o lançamento trouxe toda a negritude do enredo que fala sobre Chica Xavier, representada logo na comissão de frente que trazia a juventude da atriz na Roça da Sabina, em Salvador. Outro grande destaque ficou para o primeiro casal Diego Falcão e Aline Flores que mostrou entrosamento e segurança nos movimentos. A bateria “Ritmo folgado” foi outro segmento que agradou ao público presente. Os ritmistas comandados por mestre Demétrius trouxeram uma bossa com a presença de atabaques. De ponto para correção é importante destacar uma evolução um pouco presa em relação a espontaneidade dos componentes, faltou um pouco mais animação em algumas alas com o canto do samba, que ainda assim foi constante e esteve presente na boca da maioria dos componentes nos 50 minutos de ensaio. * VEJA AQUI FOTOS DO ENSAIO

Harmonia e samba-enredo

Com o experiente Pixulé no comando do carro de som, a escola superou algumas dificuldades na equalização do som que aconteceram logo depois do esquenta que teve a presença do samba em referência ao antigo enredo “Onilé Cubango” , antes da atual direção decidir pela troca do tema. O intérprete e seu time valorizaram o samba que tem muito de melodia e casa bastante com o enredo. O canto da escola foi constante, ainda que em alguns momentos não tão intenso, e sem aquele momento de explosão. Destaque para a comissão de frente e bateria, além de baianas como alas que também cantaram bastante. Uma das partes de mais destaque vem antes do refrão principal: “Na pedra fria/ no pé do morro/ dizem que mora um velho lá”, em um momento que a bateria fazia também uma bossa.

“O ensaio foi muito proveitoso, a escola cantou bem, é claro que problemas todas as escolas estão tendo, mas gostei muito, foi muito favorável, o canto da escola foi muito forte, o chão já é muito forte, todos conhecem. Etou muito satisfeito com meus harmonias, com a escola em si, a bateria, que encaixou muito bem no samba, todos. A Cubango tem um grande samba, um grande carnaval e tem tudo para fazer um grande espetáculo no primeiro dia da Série Ouro”, disse Leandro Azevedo, diretor de carnaval, que ainda revelou o que pode melhorar.

Fotos de Nelson Malfacini/Site CARNAVALESCO

“A gente sempre busca a perfeição nos ensaios, pedindo um pouco mais de canto, um pouco mais de garra, por mais que isso já seja um dos pontos fortes da Acadêmicos do Cubango. Tenho certeza que a escola vai produzir um grande carnaval, não tenho dúvida disso. Esse tipo de enredo é característica da escola e a energia que a dona Chica Xavier, a mãe do Brasil, está passando para é absurda e tenho certeza que essa energia estará ainda mais presente no dia do desfile”.

Ao site CARNAVALESCO, o intérprete Pixulé analiso o ensaio técnico da verde e branco de Niterói. “O rendimento do samba foi maravilhoso, a escola cantou e vibrou, eu sou suspeito em falar em relação ao desempenho da Cubango no ensaio técnico, pra mim maravilhoso. Podem esperar tudo, será o desfile, a Cubango vai fazer um desfile que nunca fez antes aqui nessa Sapucaí, aguardem. A responsabilidade é muito grande, quando eu fui contrato parecia feriado em Niterói, a escola toda me abraçou, foi uma farra, foi uma festa maravilhosa que fizeram com a minha chegada. Eu só tenho a agradecer a esse povo, a essa comunidade maravilhosa”, comentou o cantor.

Mestre-sala e porta-bandeira

O primeiro casal Diego Falcão e Aline Flores, que irá dançar junto pela primeira vez, no desfile de abril, deram um show de elegância, no predomínio da cor preta no vestuário, com detalhes da escola. Diego no terno escuro, com a camisa, o sapato e uma faixa no chapéu em verde fluorescente. Já Aline, tinha um vestido, com uma saia em duas costuras sendo uma em verde e a outra no black. A roupa da porta-bandeira também se destacava pela presença de brilhantes. Em relação à dança, houve muita segurança, movimentos bem executados e sincronizados, mostrando entrosamento e simpatia. Aline encerrava a sua apresentação jogando um discreto beijo para o público e jurados de uma forma muito elegante e pertinente a coreografia.

“Eu não tenho nem palavras, porque meu último ano foi 2007… eu estou muito emocionada. Hoje, conseguir pisar novamente nessa avenida maravilhosa no lado de pessoas que dão o maior apoio, o Diego que está me ajudando muito. Espero chegar no dia do desfile e fazer melhor do que eu fiz hoje. O vento aqui é diferente, esse vento que eu gosto de pegar, vento, chuva… sem correr, porque é isso, é trabalhar a resistência. Vamos estar prontos pra tudo quanto é tipo de clima. O Cubango é uma escola com chão”, afirmou a porta-bandeira.

“É uma emoção muito grande retornar a marquês de Sapucaí. A gente já está fazendo ensaio durante a semana, mas com a comunidade, mais a bateria nesse lugar que é sagrado, só quem é sambista é que sabe o valor de estar pisando aqui. Estou muito emocionado. Minha parceria com a Aline já é um namoro bem antigo, de mesmo 14 anos atrás, mas tudo acontece quando tem que acontecer. Essa escola é maravilhosa, ela tem uma comunidade incrível que abraça quem abraça a escola e essa energia eu acho que o povo pode sentir”, completou o mestre-sala.

Bateria

A bateria “Ritmo Folgado”, de mestre Demétrius, sustentou muito bem o ritmo e valorizou o samba. Destaque para uma das bossas que acontecia antes do refrão principal a partir do trecho “Na pedra fria…”, em que os ritmistas agachavam, paravam os instrumentos e deixavam que atabaques sustentassem o ritmo até a volta completa dos naipes na entrada do refrão principal. A rainha Mariane Marinho veio com uma roupa brilhante, cheia de luzes e uma capa colorida. A rainha também chamou a atenção pelo longo cabelo rosa. Destaque também para a madrinha Maryanne Hipólito que veio com uma fantasia em uma malha branca cheia de símbolos que remetem a pinturas corporais. As duas pareciam bem entrosadas.

“O andamento foi muito bom para o tempo que a gente ensaio. No desfile será o mesmo andamento que a gente passou aqui hoje, vamos seguir confiantes no trabalho desenvolvido. Ensaiamos na quadra, mas só conseguimos realizar dois ensaios de rua na Amaral Peixoto. Foi muito proveitoso, juntando todo mundo e graças a Deus deu tudo certo. A bateria vem representando griôs, tanto feminino, quanto masculino. Vão ser 220 ritmistas. A gente vem com três bossas: uma é o opanijé, que é o toque do Omolu, que é o padroeiro da casa. A outra bossa também é nessa parte, pegando o refrão e tem mais uma no refrão do meio. Três convenções”, explicou o mestre.

Evolução

A escola evoluiu sem apresentar buracos e sem correr. Mas pecou um pouco na animação. Algumas aulas coreografadas eram bastante interessantes, com coreografias fortes como a que vinha logo atrás da bateria fazendo uma bonita coreografia remetendo a figura dos pretos velhos. E a ala posterior, remetia aos caçadores, com uma pena na cabeça e arco e flecha. Porém, as que não tinham coreografia, em alguns casos apresentavam foliões apenas cantando o samba de uma forma mais mecânica, evoluindo sem tanta espontaneidade, faltando um pouco de envolvimento com aquele momento, brincando ou sambando. Destaque para a organização das alas, e os elementos que os componentes traziam. A ala número 2, por exemplo, colorida, trazia estandartes na mesma estampa que as saias das mulheres. As baianas também vieram elegantíssimas em branco com detalhes na cor verde em vários tons com estética da mata, da natureza. Já as passistas vieram todas trabalhadas no verde fluorescente.

Outros destaques

A comissão de frente coreografada por Fábio Batista, além de cantar muito, parecia trazer uma representação da juventude de Chica Xavier, como aparece na sinopse, sua relação com a dança e com a reza ainda na Bahia. A comissão tinha bailarinos homens vestidos com uma calça branca e um pano com estética africana amarrado na cintura. Já as mulheres estavam de vestidos brancos, inclusive, a Chica que se diferenciava por uma tiara de flores vermelhas na cabeça. Na frente, ainda antes da comissão de frente, havia uma faixa com os dizeres “O amor preto cura. Me respeita”. O aniversário do carnavalesco João Vitor foi lembrado antes da arrancada com direito a um bolinho. E a presidente Patrícia Cunha, que esbanjava simpatia perto do carro de som, agradeceu a comunidade pela dedicação e aproveitou para pedir garra para o desfile.

O Acadêmicos do Cubango será a segunda escola a desfilar na segunda noite de desfiles da Série Ouro, com o enredo “O amor preto cura: Chica Xavier, a mãe baiana do Brasil”.

Participaram da cobertura: Lucas Santos, José Luiz Moreira, Walter Farias, Gabriel Gomes e Luan Costa  

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