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Debaixo de temporal, Unidos da Ponte abre com desfile forte no rendimento do samba e leitura do enredo

Por Geissa Evaristo

A Unidos da Ponte volta à Série A no Carnaval 2019 reeditando um de seus mais importantes enredos: “Oferendas”, de 1984 fazendo reverência aos ritos feitos para cada orixá nas religiões de origem africana, como a Umbanda e o Candomblé. A escola teve a missão de abrir os desfiles de sexta-feira de carnaval depois de um dos maiores temporais da história da Sapucaí com cerca de 30 minutos de atraso. O desfile teve duração de 54 minutos.

Trazendo a força do seu samba como seu grande trunfo, 35 anos depois, na Marquês de Sapucaí, a obra com melodia envolvente e letra didática, além de conhecida pelo público que acompanhou o primeiro desfile desta noite embalou o desfile que desafiou a chuva. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, no entanto, foi o quesito mais prejudicado da noite. A dupla sofreu com o contratempo em todas as cabines dos módulos de julgadores.

Sem deter de muitos recursos financeiros, a escola da Baixada Fluminense, a azul e branca de São João de Meriti apostou em uma plástica simples. Os carnavalescos Rodrigo Marques e Guilherme Diniz apresentaram uma releitura do que foi apresentado anteriormente, e não exatamente uma reedição. Em sua segunda passagem pela Sapucaí, “Oferendas” trouxe uma nova estruturação e organização de enredo, além de uma estética atualizada, com toques mais modernos, se comparado ao que foi apresentado em 1984.

Comissão de Frente

A comissão de frente dos coreógrafos Daniel Ferrão e Léo Torres apresentou “Agô para os meus orixás”. O grupo representou os filhos de santo praticando o ritual de oferenda “Padê” para saudar Orixá Exu Bará e abrir os caminhos. O grupo apresentou uma coreografia sem erros, no entanto a saia da fantasia de uma integrante desmontou na segunda cabine de julgadores e se apresentou da mesma forma frente as outras cabines. Partes da decoração imitando palha no tripé também desmancharam no decorrer do desfile, deixando rastros após a apresentação frente às cabines. Com a Sapucaí ainda fria e com chuva intensa, o grupo não empolgou o público.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Yuri Souza e Camyla Nascimento foram os que mais sofreram com o temporal que atingiu a Sapucaí no início dos desfiles da Série A. A dupla com um belo figurino representava “O sagrado oráculo de Ifá” e trazia os guardiões vestidos de “O jogo de Búzios”, apresentados pelo síndico da passarela do samba, Machine. A bandeira de Camyla chegou a enrolar algumas vezes tanto na primeira, quanto na segunda cabine de jurados. Sem sintonia, o mestre-sala estendeu a mão para a porta-bandeira que não retribuiu em ambas cabines. O bailado do casal estava inseguro, muito provavelmente pelo risco de virem a cair com a pista completamente molhada.

Harmonia / Samba-Enredo

O samba foi o grande destaque do desfile da Unidos da Ponte que escolheu a obra por sua força. A obra foi cantada por componentes e público, mas faltou explosão. Desfilar com um samba-enredo reeditado costuma colaborar para a Harmonia da escola e deu certo. No entanto, o canto dos componentes ficou aquém do esperado para um samba-enredo clássico da agremiação. As alas poderiam ter cantado com mais vontade o samba, porém as condições do desfile podem ter prejudicado o ânimo e garra dos componentes que tiveram uma concentração para o desfile com chuva muito intensa. Intérpretes oficiais Lico Monteiro e Tiganá fizeram um excelente trabalho no carro de som da azul e branca de São João de Meriti inflamando os componentes o tempo inteiro a cantar.

Enredo

Com um enredo visualmente fácil de interpretar, a escola teve leitura clara tanto em alegorias, quanto em alas. A proposta dos carnavalescos estreantes. A escola respeitou a construção original da Ponte de 1984, mas trazendo características próprias em tudo. Como fantasias novas, uma leitura estética diferente, a construção dos carros. Tudo trabalhando com a questão da fé e da prosperidade.

Evolução

O desfile da Unidos da Ponte contou com uma boa evolução. Não foram percebidos buracos, nem grandes espaçamentos entre as alas que também tiveram suas demarcações bem definidas. A escola nem acelerou, nem andou rápido demais, mantendo um andamento regular. A agremiação encerrou seu desfile com 54 minutos. Componentes soltos, só faltou empolgação.

Fantasias

A escola vestiu seus componentes de maneira simples. O conjunto de fantasias tinha leitura e quase nenhum luxo. As fantasias ficaram bem abaixo das alegorias, porém não foram percebidos problemas de acabamento nas alas, ainda que com o temporal que cai durante o desfile. Somente uma baiana foi vista sem o arco da saia. O mesmo aconteceu na comissão de frente. As fantasias demostravam facilidade para o componente desfilar, é bom destacar.

Alegorias

As alegorias da agremiação estavam sem nenhum tipo de problemas de acabamento e continham efeitos de luz. Destaques para o carro abre-alas “Um culto ancestral afro brasileiro” que trazia os escravos como composição, a cerâmica como trabalho cenográfico e o uso de materiais rústicos. A quarta e última alegoria também chamou atenção uma escultura central caracterizada de Oxalá e uma homenagem a Mãe Stella de Oxóssi, que faleceu em meados de dezembro de 2018. Todo confeccionado na cor da escola.

Bateria

A bateria de mestre Vitinho veio vestida de Ogans num figurino simples e leve facilitando a execução dos ritmistas que durante as passagens frente as cabines de julgadores abaixavam-se. A rainha de bateria, Rosana Farias vestiu-se com uma das mais belas fantasias apresentadas no desfile.

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