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Dirigentes das escolas de samba de São Paulo comentam que ensaios técnicos são levados a sério

Por Matheus Mattos

Os ensaios técnicos carregam um alto nível de importância para as agremiações do carnaval de São Paulo. É o momento em que os dirigentes podem corrigir, arriscar e enxergar a escola na mesma forma do desfile oficial. Tanto nos últimos anos, como nos recentes treinos de 2019, as escolas colocam o que exibirão no desfile oficial. Grande parte das comissões de frente ensaiam o que vão apresentar no desfile, a diferença se da pela liberdade maior que tem por não estar sendo julgada e a ausência de eventuais surpresas que estão propondo.

O coreógrafo da Tom Maior, Robson Bernardino, diz que a coreografia apresentada no último treino é a oficial e enxerga críticas como construtivas.

“Nós colocamos na pista as duas coreografias oficias que vamos apresentar no desfile, e a importância dos ensaios é justamente esse, ajustar o que precisa pra prevenir alguma coisa que possa ocorrer de errado no dia. Quem fala algo precisa conhecer o que está acontecendo, claro que alguns críticos identificam algo que ocorre, mas às vezes não. Toda a crítica eu vejo como construtiva”, afirma.

Isabel CasaGrande, primeira porta-bandeira oficial da Rosas de Ouro, defende que os ensaios são ótimos para testar passos novos.

“Aqui a gente pode errar, no técnico a gente vê o que vai dar certo no dia e o que não vai dar, a gente já tira, ele é essencial”, revela Isabel que acrescenta também: “Depende muito da crítica né, se a gente vê que é algo construtivo nós absorvemos, agora quando consideramos que não é muito coerente, ai a gente não usa mesmo”.

O diretor de carnaval do Vai-Vai, Lourival de Almeida, conta que a escola já fazia o treino pro desfile antes da inauguração do Sambódromo e ressalta que é a única forma de testar tecnicamente.

“O Vai-Vai faz esse modelo de ensaio técnico desde a década de 90. Começamos a fazer isso no estádio do Pacaembu, a gente dava volta na pista e depois fazíamos o teste de som na Tiradentes. A gente sempre esteve acostumado com esse teste na pista, e tecnicamente falando é a única forma de esticar a escola e de fazer o melhor simulado para o carnaval”. Lourival comenta também sobre os comentários da internet que diz que a entidade é “campeã de ensaio técnico”. “A gente tem trabalhado e vamos continuar trabalhando pra reverter essa história. Tem três anos que a gente não ganha carnaval, passamos por uma temporada muito difícil mas vamos chegar muito fortes para disputar o título do carnaval 2019 sem sombra de dúvida”.

No quesito bateria, o experiente mestre Carlão traz o olhar dos ritmistas que pisam no Sambódromo pela primeira vez.

“Os ensaios técnicos pra bateria são fundamentais. Antigamente nós íamos pro Anhembi só para o desfile. Na década de 90 não tinha ensaio técnico. Temos muitas pessoas formadas na escolinha e foi no ensaio técnico a primeira vez que pisaram no Sambódromo, eles estão super emocionados”.

A presidente da Tom Maior, Luciana Silva, traz a diferença do ensaio no Anhembi com o da quadra.

“O ensaio de quadra não te da a base e não te mostra esses pequenos erros. Na quadra você nunca consegue juntar a escola toda. Hoje conseguimos juntar 1.800 pessoas, e isso te da a possibilidade de juntar as alas, fazer as coreografias e ver se isso vai funcionar ou não. E onde você vai fazer isso? Na rua você não tem a mesma estrutura”.

Em relação aos comentários e críticas durante a realização de ensaio técnico, a presidente da Mocidade Alegre, Solange Cruz, desabafa: “Eu acho que quando a crítica é construtiva, ela é válida. Agora a crítica ela tem que ser pra todas, e não direcionada. Primeiro que existe muita gente entendida de carnaval e não sabem o que a gente passa do outro lado, e coloca todo mundo na mesma panela, eu não gosto disso. Fico um pouco triste em determinadas situações, quando a crítica é construtiva ela até nos alerta, mas quando ela é direcionada eu fico até um pouco chateada, porque desmotiva a escola, independente de ser a minha ou não”.

O mestre Rafa da Rosas de Ouro já foi alvo de bastantes comentários durante época de ensaios técnicos, e sobre isso ele nos conta que procura fazer vista grossa.

“Quando é crítica de amigo e eu sei que é pra me ajudar, eu presto atenção. Hoje em dia existe a internet, as pessoas criticam mesmo, falam, mas eu não fico pesquisando, procuro fazer vista grossa para essas criticas maldosas. É isso, mas crítica construtiva a gente aceita sim”.

Além de ser um ótimo ambiente de lazer para muitos paulistanos e turistas, os treinos no Anhembi são levados a sério pelas escolas de samba. As opiniões de fora traz uma característica fria, sem sentimento envolvido, e que pode ser usada a favor e ajudar a diretoria a produzir um trabalho mais técnico, enriquecendo o nosso carnaval.

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