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Em coroação de Lexa, Unidos da Tijuca apresenta samba e fecha a safra do Carnaval 2020 no Especial

Por Guilherme Ayupp e Lucas Santos. Fotos: Magaiver Fernandes

A Unidos da Tijuca foi a última agremiação do Grupo Especial a apresentar ao público o seu samba-enredo para o desfile no Carnaval 2020. A azul e amarela do Borel recebeu sambistas e a comunidade na quadra para mostrar o hino do enredo ‘Onde moram os sonhos’, do carnavalesco Paulo Barros. Durante o evento, a escola realizou a coroação de Lexa, como nova rainha de bateria.

Com a festa neste domingo na quadra da escola em sua quadra, na Avenida Francisco Bicalho, a safra de sambas para 2020 no Grupo Especial está completa. A Tijuca será a quarta a desfilar na segunda de carnaval.

O compositor Dudu Nobre, que assina o samba com Jorge Aragão, André Diniz, Fadico e Totonho, explicou a linha seguida na construção da obra e ressaltou que buscou sair do lugar comum.

“Seguimos uma linha melodiosa, pois falamos de sonho. Dividimos em temas melódicos. A segunda é um momento de trevas e depois damos uma virada em alusão ao momento do país e da cidade. Buscamos fazer uma obra fora da curva e acho que conseguimos”.

Dudu Nobre falou ainda sobre as reuniões e a relação com o carnavalesco Paulo Barros na construção do samba da Unidos da Tijuca para o Carnaval 2020.

“O refrão é maravilhoso, a preparação para o refrão é maravilhosa. Nos encontramos 12 vezes, fizemos seis refrões. Foi maravilhoso trabalhar com o Paulo. Ele nos deixou bem livre para criar. Estou muito emocionado com o resultado obtido”.

Fadico completou: “O processo foi bem tranquilo. Foi um aprendizado para mim por conviver com grandes compositores. Um samba com trechos muito bonitos. Um trecho antes do refrão do meio que realmente me toca bastante. Nesta parte tem um misto de ondulações em que a letra não se repete, mas diálogo com o refrão, que é algo novo que talvez por isso até justifique a escolha da encomenda de samba, justamente trazer um samba que tenha essas partes diferentes na melodia”.

Horta fala em oportunidade de contratar Paulo Barros

O presidente da Unidos da Tijuca, Fernando Horta, é conhecido no meio do carnaval por sempre se posicionar. Suas opiniões sempre repercutem muito. Sobre Paulo Barros, ele confessa que o artista não estava nos planos para 2020, mas reconhece que não poderia perder a oportunidade.

“O Paulo é uma cria nossa. Não estava em nosso projeto, porque tinha contrato na Viradouro. Com seu desentendimento lá, acrescentamos ele à nossa comissão. ele nos procurou pois não estava feliz. Fizemos um acordo, pois não podemos pagar uma fortuna. Ele sempre está no meu radar, aconteceu e foi bom para a Unidos da Tijuca”.

A escola optou pela encomenda do samba-enredo pela primeira vez em sua história. Sem garantir a repetição, Horta faz uma crítica ao atual modelo de disputas, afirmando que as alas de compositores estão descaracterizadas.

“Se vai se repetir eu não sei. Esse ano o tempo ficou curto e os próprios compositores sugeriram. Hoje em dia não existe mais ala de compositor da Tijuca, do Salgueiro. Eles levam a sinopse para os escritórios fazerem. A realidade é essa. Aqui só o Jorge Aragão nunca havia feito. Eu acho que esse modelo é interessante”, finaliza.

Paulo Barros afirma que samba é o melhor de sua carreira no Grupo Especial

O carnavalesco Paulo Barros, de volta à Unidos da Tijuca depois de cinco carnavais, revelou à reportagem do CARNAVALESCO que acredita ser este samba da escola o melhor com o qual já trabalhou no Grupo Especial. Ele falou ainda da experiência de orientar os compositores do samba, algo inédito em sua carreira.

“Para mim foi uma experiência única. Dar de cara com Dudu Nobre, Jorge Aragão, é complicado. Aí eu dizer o que quero é pesado. Mas eles graças a Deus tiveram muito carinho comigo e eu arrisco a dizer que este é o melhor samba que eu trabalho no Grupo Especial”.

Bateria segue no estilo Pura Cadência

Comandante da bateria da Unidos da Tijuca, mestre Casagrande é garantia de pontuação máxima para agremiação. Ao site CARNAVALESCO, ele falou sobre o trabalho para 2020.

“Andamento a gente não muda, mantém aquele que é característico nosso. Em 2019, nós fizemos legal, cumprimos o objetivo da bateria servir a escola. A diferença para esse ano é que o samba desse ano é um samba mais valente, mais pra frente. Ele nos ajuda a trabalhar melhor, nas bossas, é um samba mais para desfile”, revelou o mestre que terá 272 ritmistas na Avenida.

Para o diretor de carnaval, Fernando Costa, o samba encomendado facilita o trabalho da escola.

“É mais fácil, pois a gente está em contato com os caras o tempo todo. Na hora deles fazerem o samba eu dizia isso é assim, isso não é e saiu um grande samba”.

O diretor falou sobre a dificuldade de produzir o carnaval sem previsão de subvenção.

“É uma dificuldade muito grande. Para você ver, agora que a gente está começando a fazer o carnaval, hoje em outubro, mas já com novembro batendo aí daqui a pouco. Mas carnaval é assim. Tenho certeza que vai sair e vai ser bom”.

Para o Carnaval 2020, Wantuir terá a experiência de cantar um samba encomendado e está ansioso pelo momento.

“O primeiro contato com esse samba foi maravilhoso por encontrar esse naipe de compositores renomados. Samba de uma beleza muito grande, de uma alegria contagiante para o desfile. Eu acho que ajuda, tudo na vida evolui e se está fazendo uma experiência. Mas nada disso garante uma nota 10. Seria bom se fosse assim. Mas não é. Como também é o samba que vai pra disputa. É na Avenida que a gente vai ver”.

O casal de mestre-sala e porta-bandeira tijuca, Alex Marcelino e Raphaela Cabloco, vai para mais um desfile na escola e está animado com o trabalho ao lado do carnavalesco Paulo Barros.

“Tivemos uma conversa muito boa com o nosso carnavalesco. A fantasia já está encaminhada e conseguimos unir o estilo arrojado do Paulo (Barros) com o nosso tradicional. Estamos muito felizes com essa indumentária”, disse a porta-bandeira.

“A gente viu o desfile de 2019 em cima das justificativas dos jurados, algumas coisas que eu acho que a gente tem que consertar. A partir disso, pensamos em colocar mais dança, mais movimento contínuo, menos paradas, enfim, é o nosso propósito para trabalhar para o ano que vem”, completou o mestre-sala.

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