Sambistas de diversas escolas de samba do Rio de Janeiro participaram de uma intervenção artística, no início da noite de quinta-feira, 29, pelo Dia Internacional da Dança. O site CARNAVALESCO acompanhou a ação feita na Avenida Rio Branco, no Centro do Rio, em um sinal de trânsito, próximo da sede da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa). Milton Cunha, carnavalesco e comentarista da TV Globo, participou da atividade e celebrou o momento de reconhecimento das danças de carnaval.

“É a celebração de que depois de 100 anos o samba passou de perseguido pela polícia para dentro do sindicato. É uma comemoração! É a primeira vez que o sindicato convoca danças do carnaval para um evento. Estamos aqui com passistas, baianas, mestre-sala e porta-bandeira, danças gerais, e diz ‘nos respeitem’. Somos dança carioca, expressão do povo do Brasil. Sobretudo, nós reforçamos essa resistência, essa ressignificação do samba negociando com tradição, modernidade. É uma forma do samba dizer para cidade que estamos vivos. Enverga, mas não quebra”, afirmou Milton Cunha.

Porta-bandeira da Viradouro, campeã do Grupo Especial em 2020, Rute Alves elogiou a iniciativa e o avanço dado pelo samba na conquista de mais um espaço.

“A pandemia está ensinando muitas coisas para as pessoas e unindo os bons corações. No Dia Internacional da Dança, a gente poder representar nossa classe, do carnaval, do sambista, a classe tão discriminada, que leva tanta paulada, e ajudarmos com a nossa arte, com o que amamos e vivemos, é algo muito incrível. Mesmo diante de todas adversidades é um passo a mais que o sambista está dando”, disse a porta-bandeira.

O mestre-sala da Viradouro, Julinho, também falou sobre a intervenção artística e citou a emoção de ter dançado novamente com a porta-bandeira Rute Alves.

“Me sinto honrado diante de tudo que estamos vivendo hoje podermos comemorar o Dia Internacional da Dança e ao mesmo tempo exaltar o carnaval. Esse convite surgiu pelo Sindicato da Dança. Estou muito feliz por representar a dança do samba e estar com a minha dama (porta-bandeira Rute Alves) oficialmente em 2021, já que a gente só tem ensaiado e feito trabalhos físicos, mas já podemos falar que brincamos um carnaval de rua”.

Nilce Fran, coordenadora da ala de passistas da Portela, revelou estar emocionada em ter participação da intervenção artística.

“A dança faz bem para minha alma. É muito emocionante participar do evento com tantas pessoas apaixonadas pela arte. Neste momento tão difícil que estamos vivendo poder passar nossa dança para as pessoas é engrandecedor. Sou muito feliz de ser artista e ter escolhido o samba”.

Machine, síndico do Sambódromo da Marquês de Sapucaí e um exímio passista, estava radiante de felicidade com o espaço dado para os dançarinos do carnaval.

“Foi muito maravilhoso participar dessa ação. Estamos há muito tempo sem dançar. Estou muito feliz e peço que todos nos ajudem com doações para os dançarinos que estão precisando”.

O coordenador da ala de passistas da Mocidade Independente de Padre Miguel e da Unidos de Padre Miguel, George Louzada, apontou o simbolismo da ação para quem vive da dança de carnaval.

“É um dia internacional e de grande importância para todo segmento da dança. Ela movimenta nossa alma e vida, principalmente, para gente do carnaval. Essa data tem o simbolismo maior neste ano que não tivemos os desfiles. Nada mais justo do que essa comemoração de forma eficiente, fazendo uma intervenção em vários pontos do Rio”.

Em Realengo, Zona Oeste do Rio de Janeiro, o casal da Mocidade Independente de Padre Miguel, Diogo e Bruna, participou da intervenção pelo Dia Internacional da Dança. Veja no vídeo abaixo.

Chamada de “No passo do outro”, a ação solidária foi criada para dar visibilidade e sensibilizar toda a sociedade a participar de um movimento que visa arrecadar alimentos em vários pontos de cultura, incluindo equipamentos da Secretaria Municipal de Cultura, para serem distribuídos aos profissionais da dança que se encontram em situação de vulnerabilidade. A arrecadação vai até o dia 5 de maio.

“Estar no passo do outro neste momento é perceber a necessidade de ajudar ao próximo. A dança sempre foi uma arte não verbal e é através do movimento que muitos profissionais de dança levam nossa arte para o mundo”, diz a mensagem passada pelo grupo.

Veja abaixo os pontos para doações:

Centro

– Circo Voador: Lapa
– Museu de Arte do Rio (MAR): Praça Mauá

Zona Norte

– Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro: Praça Saens Peña, Tijuca
– Quadra da Vila Isabel: Vila Isabel
– Arena Carioca Fernando Torres/Parque Madureira: Madureira (somente das 11h às 16h)
– Areninha Carioca Renato Russo: Ilha do Governador (somente das 14h às 19h)

Zona Oeste
– Areninha Carioca Hermeto Pascoal: Bangu

Zona Sul
– Teatro Funarte Cacilda Becker: Catete/Largo do Machado
– Teatro Ipanema: Ipanema
– Museu Histórico da Cidade/Parque da Cidade: Gávea

Baixada
– Academia Tereza Petsold: Travessa Augusto Rodrigues 125, Centro, Nova Iguaçu.

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