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Embalada pelo samba e com a força de Martinho, Vila Isabel celebra a vida em ensaio impecável e emocionante

Azul e Branco fez uma apresentação digna de quem tem todos os quesitos para brigar pelo título do Carnaval 2022

A Unidos de Vila Isabel mostrou toda força de sua comunidade, realizando um excelente ensaio técnico na noite de domingo. A chuva, que não dava tréguas no Centro do Rio de Janeiro, não prejudicou em nada a emocionante passagem da azul e branco do bairro de Noel. O casal Marcinho Siqueira e Cristiane Caldas, a bateria de mestre Macaco Branco e o canto dos componentes foram os grandes destaques do treino. Além, é claro, do Martinho da Vila, o grande homenageado da escola neste carnaval de 2022, que hoje desfilou em cima do carro de som. O ensaio durou 60 minutos. * VEJA AQUI FOTOS DO ENSAIO

“Emocionante, emocionante! Eu tô assim…. não dá pra dizer porque é muita emoção ser homenageado num desfile, ainda mais sendo da minha vila Isabel, a maior escola de samba do mundo. Carnaval debaixo de chuva e a gente vai”, disse Martinho ao site CARNAVALESCO.

Harmonia e Samba

A comunidade de Vila Isabel mostrou um excelente canto durante a passagem da escola pela avenida. Praticamente todas as alas pareciam saber o samba de cor, cantando forte e com muita empolgação. Em especial, as alas 6 e 12, que entoaram o samba com um vigor ainda mais intenso. O refrão do “Partideiro, Partideiro Ó” é um dos pontos altos deste samba-enredo que conquistou a avenida. * VEJA AQUI: VÍDEO DO ENSAIO

Fotos de Allan Duffes/Site CARNAVALESCO

Antes do início do desfile, Tinga cantou vários sucessos de Martinho durante o esquenta. O samba-enredo de 2022 da Vila Isabel confirmou os elogios que tem sido feitos à obra de Evandro Bocão, André Diniz, Dudu Nobre, Professor Wladimir, Marcelo Valença, Leno Dias e Mauro Speranza. Seu desempenho foi excelente, muito por conta da harmonia da escola, que “cantarolava” todos os versos. Tinga e seu carro de som deram um show, como de costume, mantendo a mesma intensidade de canto ao longo do treino.

Sem dúvida, a parte final do samba foi a mais cantada pelos componentes e também pelas pessoas nas frisas e arquibancadas, o orgulho em cantar “Modéstia à parte, o Martinho é da Vila” estava estampado no rosto de cada desfilante.

“A Vila Isabel cada vez mais se supera no ensaio técnico. Viemos da 28 de setembro com um excelente ensaio e hoje provamos mais uma vez que estamos brigando para ser campeã do carnaval. Temos que agradecer a Deus por estar aqui vivo. Agradecer tudo de bom que está acontecendo agora na Vila. É o que eu falo para os componentes: temos que agradecer e viver a Vila. O Martinho representa o pagode, samba, carnaval, poemas e poesias. Esse enredo é a cara da Vila Isabel, do Morro do Pau da Bandeira e do Morro dos Macacos. A escola pediu esse enredo, que era uma vontade do Tinga (intérprete) que no último carnaval disse que precisávamos fazer um enredo sobre o Martinho. Acho que nada nessa vida é por acaso, era a hora de ser Martinho agora”, afirmou Marcelinho Emoção, diretor de harmonia.

Mestre-sala e porta-bandeira

O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marcinho Siqueira e Cristiane Caldas, apresentou um bailado extremamente elegante e sincronizado. Embora ventasse bastante, os dois fizeram bonito do início ao fim, dançando no chão molhado da Sapucaí e arrancando aplausos do público. As vestimentas do casal eram em tons de azul, sendo a dele um azul mais claro. A apresentação em frente ao módulo de julgamento durou cerca de 2m13seg.

Marcinho riscou toda a Sapucaí sempre com o sorriso no rosto e agiu como se a pista não estivesse molhada, o mesmo vale para Cris, a porta-bandeira usou toda experiência a seu favor, e mesmo com as adversidades do tempo, realizou giros arriscados. Em alguns momentos, devido ao vento forte, a bandeira quase enrolou, mas nada que tirasse o brilho do casal. O destaque da apresentação foi a garra e o vigor de ambos, além da evidente sintonia que demonstraram ter.

“Toda a humanidade passou dificuldades nesse período de pandemia e a gente poder voltar de fato a fazer o que gostamos, é momento de glória. Nós (casal) estamos voltando para o Grupo Especial e eu para a minha escola do coração. Pegamos uma chuva e vento no decorrer do ensaio, mas conseguimos driblar”, disse o mestre-sala.

“Sim, o chão da Marquês está aprovado, está ótimo. Nota 10 pra avenida. Vamos vim com algumas surpresas na avenida. Semana passada tivemos uma mudança na nossa coreografia. Seremos um casal muito bonito, afro e com muitos detalhes”, garantiu a porta-bandeira.

Bateria

A bateria Swingueira de Noel, comandada por mestre Macaco Branco, executou três bossas com perfeição. Em uma delas, a batucada se cala para que a escola cante que “Modéstia à parte, o Martinho é da Vila”. Então o repique faz a chamada e a bateria volta com pressão e precisão. Mart’nália, filha de Martinho da Vila, passou na avenida tocando o seu xequerê.

“Foi maravilhoso, mesmo com a chuva e é como diz a música “chuva forte lá na Vila é garoa”. Nem essa chuva iria atrapalhar a gente de homenagear o nosso grande Martinho. A bateria hoje estava muito feliz em poder representar nossa cultura e agora devagarinho vamos comemorando. Vamos fazer três bossas. Uma pra cabeça do samba, uma pro refrão do meio e uma paradona pra galera cantar ‘o Martinho é da Vila'”, explicou mestre Macaco Branco, que terá 276 ritmistas no desfile.

A rainha de bateria, Sabrina Sato, esteve presente e levantou o público por onde passou, a japa estava com uma fantasia futurista toda em azul com algumas argolas prateadas, ela, que está de volta ao posto após hiato de um ano, demonstrou muito carisma na frente dos ritmistas. Bastante empolgada, Sabrina fez questão de agradecer a presença do público mesmo sob forte chuva.

“O samba está maravilhoso. E escola escolheu um andamento alegre para evoluir bastante e estamos conseguindo mantê-lo. Estamos muito felizes com o samba e com a escola que está vibrante e alegre. A gente vai vir forte para a avenida. Martinho é um ícone, nosso ídolo maior. Poder falar sobre ele é uma honra muito grande e ficamos muito felizes. Eu sempre lutei pelo enredo e fui um dos primeiros a falar que ele deveria ser o nosso tema central, falava para toda a diretoria. A emoção vai ser muito grande de cantar Martinho na avenida”, citou o intérprete Tinga.

Comissão de frente

A comissão de frente do coreógrafo Márcio Moura arrebatou o público com um bailado forte, vigoroso e impactante, muito aplaudida. O ápice acontecia quando uma bandeira em homenagem aos mortos pela Covid-19 no país era levantada pelos bailarinos. A frase “por nós e pelos 656 mil que nos deixaram, a vida vai melhorar” arrepiou quem estava presente. O grupo, composto por homens descalços, vestidos e pintados de azul e branco, se dividia em dois.

Evolução

A Vila Isabel exibiu uma evolução muito compacta entre seus componentes, sem apresentar buracos na pista de desfile. A escola manteve o mesmo andamento do início ao fim. Entre os segmentos que se destacaram estão a ala das baianas, com as senhoras todas de azul e branco, girando lindamente, e a ala de passistas, que exibiu muito gingado e samba no pé. A escola levou elementos para demarcar os setores e facilitar a distribuição das alas. O ponto negativo fica por conta do forte assédio em cima de Sabrina Sato, em alguns momentos, principalmente próximo ao setor 3, foi possível notar muita aglomeração em torno da rainha, o que atrapalhou a evolução da bateria.

“Sem palavras, essa chuva veio para lavar. O carnaval precisava disso, a vida precisava disso, o samba precisava disso, e agora é festa. Independente da chuva a Vila Isabel veio pronta. Bateria está pronta, comunidade pronta para cantar, para homenagear esse mestre Martinho da Vila que leva o samba para onde vai. Energia positiva para esse desfile, pode ter certeza que disputaremos o campeonato”, afirmou Moisés Carvalho, diretor de carnaval.

Foi uma apresentação digna de quem tem todos os quesitos para brigar pelo título do carnaval 2022. Os morros dos Macacos, do São João e do Pau da Bandeira pulsam essa merecidíssima homenagem ao mestre Martinho da Vila. A Vila Isabel será a sexta e última escola a pisar na Marquês de Sapucaí no dia 23 de abril, sábado, com o enredo “Canta, Canta, Minha Gente! a Vila é de Martinho!”, do carnavalesco Edson Pereira.

Participaram da cobertura: Eduardo Frois, Luan Costa, Danilo Freitas, Isabelly Luz, José Luiz Moreira, Walter Farias, Philipe Rabelo e Gabriel Gomes

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