InícioGrupo EspecialEncontro 'Pensando a crise no samba' pede a criação do auxílio sambista

Encontro ‘Pensando a crise no samba’ pede a criação do auxílio sambista

Milton Cunha propôs a elaboração de uma carta assinada por 50 mestres de bateria pleiteando apoio para os sambistas e que será enviada para o poder municipal e estadual do Rio de Janeiro

Na primeira live da série “Pensando a crise no samba”, criada por mestre Casagrande e apresentada por Milton Cunha, os mestres de bateria conversaram sobre o momento terrível em que vivem os profissionais do carnaval. Participaram da live realizada no canal do CARNAVALESCO no YouTube os mestres Lolo (Imperatriz), Chuvisco (Estácio de Sá) e Macaco Branco (Vila Isabel). Um dos principais pontos levantados é a criação por parte da Prefeitura do Rio e do Governo do Estado para que seja criado um emergencial projeto de apoio.

“Cada escola tem o seu cadastro oficial e faz o auxílio sambista. Dar R$ 500 para os cadastrados seria uma grande ajuda. São 400 dias que a cidade não batuca. Os tambores vão continuar silenciados por muito tempo. A solidariedade veio com os projetos sociais, mas agora é difícil sustentar. As perspectivas são bem ruins e o que fazer para reinventar essa situação? A Liesa pode liderar o destrave da burocracia para o dinheiro chegar na ponta final. Faço a proposta de uma carta assinada pelos 50 mestres e que a gente faça chegar nas mãos do prefeito, governador e secretários de cultura do estado e município. Vocês representam mais de 100 mil famílias. Uma carta assinada por vocês tem um peso muito grande em representação”, disse Milton Cunha.

Mestre Casagrande completou e pediu para que o poder público ouça os sambistas. “Até agora o setor do carnaval não foi convidado para ser ouvido. Paramos em março de 2020 e até agora não voltamos. Não temos caminho e nem luz no fim do túnel. Ninguém do poder público nos chamou para conversar. Dar uma cesta básica, um auxílio emergencial, mas nada foi oferecido para gente. Esse dinheiro não chega para ajudar a classe dos artistas. O que fazer? Como vai ser? O nosso prefeito é totalmente focado e gosta muito do carnaval. A gente pede encarecidamente que ele olhe por nós. Cada escola tem um quadro de funcionários (de 15 a 20 entre barracão e quadra – Isso na Tijuca), mas de seis meses para cá não conseguiu mais pagar. Quando chegar essa grana, ela tem que pagar água, luz e esses funcionários. Esse dinheiro que vem (R$ 150 mil para cada escola do Especial pelo edital do Carnaval) não da para quitar toda essa dívida. As escolas ajudaram até onde puderam, mas agora não tem de onde tirar o dinheiro. O que pedimos é que nesse momento os dois poderes (estadual e municipal) nos ajudem. O povo está com fome. A prefeitura criou o auxílio carioca, aplaudo de pé o prefeito e quem organizou com ele o projeto, altamente legal, beneficiaram os ambulantes com R$ 500 e teve auxílio moradia para mães de família e R$ 115 para estudantes da rede municipal. Mas, a nossa classe também tinha que entrar neste auxílio”.

Os mestres ressaltaram a importância do projeto Ritmo Solidário que atua há um ano na doação de cestas básicas para os ritmistas. Porém, eles citaram que a força de todos os projetos está acabando e já passou da hora do poder público ajudar.

“Olhamos para um lado e para o outro e não sabemos o que fazer. Tentamos viabilizar meios para ajudarmos algumas pessoas. Ainda temos o Ritmo Solidário que pode ajudar um pouco todas baterias, quem dera que fosse possível ajudar 100%. Não é só isso que estamos precisamos. Precisamos até de um auxílio psicológico. A bateria é uma terapia, o ritmista vai para distrair a cabeça. Como viabilizar isso? Tem vacina? Toda hora ouvimos uma coisa diferente e ficamos de mãos atadas. Como líder fico sem dormir pensando como dar um suporte para os ritmistas. A Vila está honrando com os nossos salários, mesmo que seja 50%, a gente está conseguindo se manter. Como músico, eu vou complementando minha renda. Eu queria poder ajudar meus ritmistas, temos meus diretores e coordenadores de bateria. Envolve 300 famílias. As contas não param de chegar. Não é só dar cesta básica para o ritmista é ter um auxílio para ele pagar a conta de luz e água. É hora dos líderes, grandes empresários, autoridades e ouvirem os líderes dos segmentos do carnaval e saberem o que estão precisando. É hora de dar voz para gente. Não é esperar certidões, muitas são caras demais. Muitos cartórios estão fechados. Se quero doar tenho que facilitar para viabilizar”, afirmou mestre Macaco Branco.

Em sua fala, mestre Chuvisco citou que a classe do samba é a mais prejudicada. “As outras classes estão indo e voltando, mas a nossa não abriu de jeito nenhum para podermos voltar ao trabalho. Meus alunos de percussão de mobilizaram para fazer 50 cestas básicas e que são divididas entre ritmistas, baianas e velha-guarda. É pouco o que estamos conseguindo fazer. Realmente, está muito difícil. Não estamos vendo perspectiva. A coisa está ficando cada vez pior. Não sabemos até quando vamos conseguir aguentar. O governo podia ter uma atenção maior para o nosso lado. Fazemos um espetáculo tão grandioso e importante para cidade. Tem que partir do governo essa atenção para cultura. Não aguentamos mais esse esquecimento”.

Mestre Lolo afirmou que muitos passam por dificuldade e que quando é possível ajuda os amigos.

“O negócio está difícil. Muita gente em dificuldade. Quando é possível a gente ajuda os amigos. Temos que correr atrás. A escola não mede esforços. Em junho e julho, a bateria terá cestas básicas. É muita gente necessitada. Graças a Deus minha escola está pagando um salário pandemia, comecei a rodar no Uber para completar minha renda. O samba passa por uma dificuldade tremenda. Peço ajuda para quem tem fome”.

Veja abaixo o papo na íntegra:

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