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Ensaio da Unidos de Padre Miguel mostra Diego Nicolau entrosado com a escola e canto forte da comunidade

Por Gabriella Souza

A chuva parece ter sido somente um detalhe para a Unidos de Padre Miguel, que fez na noite desta sexta-feira seu ensaio de rua, com concentração na Praça Guilherme da Silveira e desfile ao longo da Coronel Tamarindo, no bairro de Padre Miguel. A vermelho e branco mostrou segurança em sua equipe e garra de seus componentes. O treino que durou cerca de 1h10 foi marcado pelo canto forte de sua comunidade e a performance grandiosa do carro de som que anima e eleva o nível do samba. A interação com a escola foi o diferencial que fez os componentes e o público vibrarem com o samba que é forte e com letra muito marcante. A escola que sempre está na briga para subir, treina com pé no chão e abre a sua roda para que todo o Rio possa conhecer o gingado da Vila Vintém.

A segurança da diretoria em um ensaio com chuva foi essencial para organizar e manter a escola em ordem. O diretor de carnaval da escola, Cícero Costa, disse que ainda terão mais cinco ensaios até o carnaval e que o objetivo é seguir aprimorando os detalhes que faltam na escola.

“A Unidos de Padre Miguel é isso aí, o povo cantando e essa emoção toda. A cada semana nós estamos acertando os detalhes para que no dia 22 nós possamos fazer um grande desfile. A chuva não atrapalha em nada, acho que o povo gosta até mais”, conta Cícero.

Comissão de Frente

O gingado dos bailarinos que representam uma grande roda de capoeira em uma coreografia impecável emociona e consegue representar completamente a proposta do enredo, com técnica e muitos movimentos característicos da dança. Realmente, a apresentação prende o público pela veracidade passada por cada integrante que gingava e cantava com força e de forma perfeita o samba da escola, remetendo o espectador a realmente se sentir dentro de uma capoeira. A ala foi muito aplaudida pelo público que estava assistindo o ensaio e promete ser uma das grandes atrações para o desfile e um dos pontos fortes em 2020.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Unidos de Padre Miguel, Vinícius Antunes e Jéssica Ferreira, já constroem um trabalho conjunto desde 2014. O amadurecimento chegou através do entrosamento e experiência de ambos com a Avenida. A coreografia deles é leve e bem simples, alguns movimentos foram pensados em ser sincronizados com o samba, através de passos de ginga. A chuva atrapalhou a leveza do casal, mas a o entrosamento deles é ideal e muito bonito de se ver, tudo isso aliado com coreografia certa e muita simpatia dos dois para com o público e na encenação aos jurados.

Harmonia e Samba

Mesmo com chuva, o ensaio conseguiu fazer juz ao alto nível de treinos que a Unidos de Padre Miguel vem realizando. Mérito da organização e disciplina da diretoria, que manteve a comunidade em ordem para o começo do desfile. O que deixou a desejar foi a presença dos componentes. A escola estava bem reduzida em determinadas alas e bem mais cheia em outras, desequilíbrio que não se costuma ver, como também na bateria, que estava com menos ritmistas. O carro de som é potente e muito animado, diferencial que fez a comunidade e público vibrarem e sentirem a vontade de ensaiar com grande entusiasmo até na chuva. Canto forte e na ponta da língua, destaque para as três últimas alas que eram as mais animadas, com canto forte, imponente e na ponta da língua. As primeiras alas ainda precisam desenvolver mais o canto que deixou a desejar.

A mudança de intérprete para o carnaval de 2020 caiu muito bem com a comunidade da Vila Vintém, que recebeu Diego Nicolau com carinho, e, ele conseguiu conquistar identidade e identificação com a escola. O mais interessante é que Diego faz questão de passear pelo desfile, de um lado para o outro, ele canta no carro de som, perto das alas, com o público e, principalmente, perto da bateria, algo pouco frequente aos intérpretes, mas que deixa o ensaio bem mais animado e intimista.

Evolução

No que tange ao desenvolvimento e o evolução da escola tudo saiu como o esperado. Destaque para a ala coreografada que estava muito bem sincronizada, cantando e com a coreografia bem executada. Desfilar na chuva também é importante, exige perspicácia da direção e evolução para conduzir o componente a se doar ao máximo. O que impressiona é a quantidade de crianças, o que marca a identidade forte da Unidos de Padre Miguel como uma escola de berço e criação de sambistas.

Bateria

A bateria Guerreiros, comandada por mestre Dinho, tem sua identidade marcada ao longo dos anos e mostrou sua potência neste desfile. No começo a bateria ‘embolou’ um pouco devido a chuva, mas depois que engatou a sua evolução, se desenvolveu, cada naipe muito bem encaixado com o samba, destaque para as caixas, repiques e marcações que são os pontos fortes da bateria. Os ritmistas tocavam com vontade e entusiasmo, e, claro, muita técnica. Após o segundo recuo o ritmo cresceu bastante, os instrumentos ficaram mais vibrantes e o andamento seguiu perfeitamente encaixado,  assim como a interação da rainha Karina Costa. Mestre Dinho comentou que mesmo com chuva a comunidade não deixou de vibrar e apoiar a escola.

“Mediante a chuva acho que foi até perfeito, até porque quando chove o pessoal fica até inibido de sair de casa, mas na Unidos a gente sempre tem esse contingente e também na bateria. Aqui parece que quando chove o ensaio é melhor e hoje foi um ensaio maravilhoso na minha opinião”, afirmou Dinho ao analisar o ensaio de rua.

Ele ainda reforçou que todo o seu planejamento para a Guerreiros já está sendo utilizado nos ensaios e ainda destacou que não gosta de realizar muitas bossas ao longo do desfile, que prefere uma bateria mais sambada e rítmica.

“No ensaio já usando tudo o que vamos colocar na Avenida, eu geralmente preparo tudo dentro da melodia do samba de um critério para a escola poder cantar. Não sou adepto de ficar fazendo muita bossa, acho que carnaval, bateria e desfile tem que ser sambado e para conseguir isso tem que ter ritmo. Acho que ficar fazendo bossas é algo bem individual de cada mestre, eu trabalho para a escola e não só para a bateria”, declarou.

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