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Entrevista especial ‘Eleição no Salgueiro’:Thiago Carvalho apresenta propostas para a gestão salgueirense

Oposição concorre com a chapa 'Salgueirar vem de criança'

O Salgueiro realiza no próximo dia 17 de julho sua eleição presidencial. A oposição concorre com a chapa “Salgueirar vem de criança”. Thiago Carvalho é o candidato para presidente. Abaixo, você pode conferir uma entrevista com ele. O site CARNAVALESCO abrirá o mesmo espaço para o atual presidente, André Vaz, candidato para reeleição na Academia do Samba.

Fotos: Lucas Santos/CARNAVALESCO

Por que ser presidente do Salgueiro?
“Por não concordar com vários problemas que a escola está passando, principalmente por não desfilar como a campeã. Quinto lugar duas vezes, sexto, amargando a pior colocação nos últimos 14 anos que vai até além da administração anterior, ela vai há duas administrações, 14 anos atrás, e ideologias”.

Conta para gente qual é a história do Thiago Carvalho dentro do Salgueiro?
“Eu cheguei no Salgueiro para desfilar em 1999 para o carnaval de 2000. Eu tinha uns 12 anos, levado por uma baiana que trabalhava na minha casa, e uma baiana que era conhecida, a mãe dela fazia as fantasias de baiana, uma família tradicional dentro do Salgueiro. Comecei em ala, na ala ‘verdes mares’, eu e minha mãe, a convite da Tia Ciça e da Tia Lindoca que eram as presidentes da ala das baianas. Elas convidaram a minha mãe para ser baiana do Salgueiro, e elas ganhavam um ticket do Seu Miro de fantasia e ela me dava. Então, passei a desfilar na comunidade. Anos depois trocou a presidência das baianas, a Fátima assumiu e ela me colocou como diretor da ala das baianas, eu tinha 15, 16 anos como diretor da ala das baianas. Depois eu sou presidente da escola Mirim, harmonia, apresentei o casal 2009, campeão. Fui responsável pelos shows da quadra do Salgueiro, trabalhei os dois últimos anos (2017 e 2018) até dezembro no marketing da escola. Minha história é bem ligada ao Salgueiro, principalmente porque eu morava na Rua Silva Teles. Eu só atravessava a rua e estava dentro da quadra. Foram 19 anos morando na Silva Teles, eu morava no 68 e a quadra é no 104”.

O Salgueiro ficou 16 anos sem título e agora está há 13 anos. O que falta para o sonhado décimo título?
“Organização na verdade, porque se você parar para analisar friamente, o corpo da escola, harmonia, direção de carnaval, bateria e comissão mudou, mas o corpo mesmo, carnavalesco, nesse período, nada mudou. No carnaval de 2018 ficou em terceiro, 2019 quinto, 2020 quinto , e agora com algumas mudanças, sexto. Falta mais organização, porque o corpo da escola, se na administração antiga foi campeão, sempre estava em segundo e terceiro lugar almejando o primeiro, eu acho que a parte é na administração mesmo”.

Uma das maiores escolas de samba do carnaval vive em conflito político. É possível o salgueirense acreditar que após pleito o clima será de harmonia e em prol da escola?
“É possível porque eu sou Salgueiro, sou raiz da escola, fui criado ali dentro. As pessoas da escola me conhecem desde pequeno, frequentavam a minha casa. A minha casa quando a cidade do samba foi interditada, a cozinha do Salgueiro foi para a minha casa. Alas foram para a minha casa, para fazer. Todo mundo ali, harmonia, baianas, velha guarda, passistas, as pessoas frequentavam a minha casa. Compositores guardavam suas bandeiras, vários sambas, não era só um. Várias parcerias passavam o samba lá, antes de entrar para a quadra. É um salgueirense que está assumindo. E a guerra política na verdade ali não tem. É a guerra pessoal, uma guerra entre André e Regina. Para a chapa 2, a gente tem o apoio da Regina, como a gente tem o apoio do Mangano, são os dois últimos dois presidentes que deram título para a escola, são os únicos presidentes vivos. O Salgueiro só tem três presidentes vivos hoje: o Mangano, a Regina e o atual. Dos três, dois estão apoiando a gente”.

Eleito, você mantém equipe e o enredo de 2023?
“Sim, a princípio sim. Até porque os contratados , são contratados da escola, não são contratados da administração. O presidente exerce a função de ver quais são os melhores profissionais, mas eles são contratados do Salgueiro, eles não são contratados do presidente. Como eu costumo dizer, a eleição é para presidente , vice, o corpo do conselho deliberativo. Ela não é para o mestre de bateria, para o intérprete, carnavalesco. Eles são contratados da escola. Agora, a gente também não pode obrigar as pessoas a ficarem. Se tiver alguém que não esteja satisfeito, ou não queira continuar , aí a gente não pode obrigar. Mas, o meu desejo é que todos continuem. Até porque, ali, por exemplo, o Sidclei é Salgueiro, ele é raiz da escola, tem anos de Salgueiro, foi para a Grande Rio, mas voltou para o Salgueiro. Emerson é a mesma coisa. Os meninos da bateria, Gustavo foi meu mestre de bateria quando eu fui presidente da escola Mirim. Eu coloquei ele para ser mestre de bateria da Aprendizes do Salgueiro. O corpo dali é Salgueiro. E os últimos contratados que foram o Edson e o Patrick, o Patrick para mim é o 01, hoje, de comissão de frente do carnaval. E o Édson tem uma relação muito boa até mesmo com a própria Regina por causa da Unidos de Padre Miguel, fez grandes carnavais na Vila, então não tem porque não continuar. Só depende deles quererem ficar”.

Qual sua análise da equipe salgueirense para o ano que vem?
“Com certeza é uma equipe para um Salgueiro forte. A ideia é fortalecer ainda mais a escola. Óbvio, algumas coisas a gente vai ter que mudar porque eu não concordo. Um dos motivos de eu não concordar com a atual administração é o enxerto de pessoas de outras escolas dentro do Salgueiro. O Salgueiro sempre foi uma escola que cria profissionais, que lança profissionais. Por exemplo, grandes carnavalescos, intérpretes, mestres de bateria saíram do Salgueiro. Será que não tem pessoas competentes para assumir a harmonia, o departamento de carnaval? Foi colocado a segunda porta-bandeira de outra escola, tendo porta-bandeira na casa. É uma das coisas que eu não concordo. O enxerto de pessoas que não são do Salgueiro e não tem história no carnaval como profissional para assumir tal cargo. Se tiver que errar , que erre alguém da escola, a oportunidade seja para alguém da escola e não de fora”.

Qual é o seu momento inesquecível dentro do Salgueiro?
“São muitos. Eu acho que o mais inesquecível foi 2009 quando eu venho apresentando o primeiro casal Ronaldinho, grande mestre-sala, e Gleice Simpatia, no título de 2009. Apresentar o primeiro casal é uma honra, é uma responsabilidade e a gente ainda foi campeão. Melhor impossível”.

Qual é o tamanho da importância de ter o apoio dos ex-presidentes Mangano e Regina para sua candidatura?
“A importância é total. A gente tem dois presidentes, Mangano na década de 1990, um Salgueiro grandioso, aquele Salgueiro que as pessoas achavam que não ia dar tempo, o Salgueiro tomando forma, o Salgueiro campeão de 1993, com todo respeito às co-irmãs, mas é um dos melhores carnavais, pelo menos do samba da Sapucaí. E o Salgueiro vitorioso da Regina, que é o Salgueiro campeão de novo em 2009, uma quadra feliz, contente, com aquele clima de família, harmonia, que as próprias outras escolas se sentiam bem de estar presentes. Eu continuei frequentando o Salgueiro e não vi em momento algum o mesmo abraço no carnaval, nas pessoas do samba na atualidade”.

A partir daí, caso seja eleito, o comando é do Thiago ou da Regina e Mangano?
“É do Thiago, sou eu e o Flávio (Oliveira, vice na chapa), a gente vai ter uma comissão de carnaval, de harmonia, enfim, a diretoria. O seu Mangano é benemérito da escola, a Regina teve o título cassado pela atual administração. Eles continuam, já fazem parte do corpo da escola, qualquer decisão que dependa dos beneméritos, do conselho deliberativo, o Mangano participa ativamente até hoje. E isso é estando o Thiago, estando o André, estando qualquer pessoa. É mais um apoio mesmo, até para a gente poder ficar mais forte dentro da escola e contar com todos os salgueirenses”.

Você é um cara que gosta de eventos e shows. O que faria no Salgueiro vencendo a eleição?
“Eventos, a gente vai voltar a trabalhar como eu fazia, já fazia os eventos de terça e de sexta na escola, dar uma valorizada na feijoada da escola também, trazendo grandes artistas, dando uma movimentada, voltar a fazer festa dos segmentos, festa da ala das baianas, há pouco tempo eu achava que a única festa que ainda continuava sendo realizada era da velha-guarda. Mas eu soube que nem a festa da velha-guarda teve mais. Foi cancelada em cima da hora. Assim, festas da escola, dos segmentos para receber as co-irmãs, carnaval é isso, uma grande festa, uma grande celebração”.

O lado social é fundamental para uma escola de samba. O que melhorar para comunidade e claro lá no morro do Salgueiro?
“A primeira ação social é ativar com muita urgência a Vila Olímpica. Ela está fechada há quatro anos, na qual foi alegado inclusive em assembleia, que eu estava presente, que a Vila Olímpica estava embargada. Porém, não tem um documento na porta dizendo qual o órgão que embargou, porque foi fechado. Você ia no samba sábado e você via a Vila Olímpica funcionando como estacionamento. Então, no meu entendimento quando está embargado não funciona, não abre. E se pode funcionar para estacionamento, para ensaio, porque não pode funcionar para a comunidade, para cursos, dentistas? E o outro projeto é o ‘Casa Salgueiro’, que é uma casa cultural profissionalizante, dentro do Morro do Salgueiro, para dali a gente tirar os profissionais para trabalhar no barracão, os ritmistas, passistas. Seria uma casa dentro da comunidade. No pé, no meio, ou lá em cima do morro, onde a gente conseguir esse espaço. E a última grande ação é ativar o centro cultural de frente da escola que foi denominado ” Centro Cultural Djalma Sabiá”, como realmente centro cultural. E ali ter a sala de troféus, tirar ela do camarote da presidência porque só quem tem acesso a sala de troféus do Salgueiro, é quem tem acesso ao camarote da presidência. A comunidade, os salgueirenses, ninguém tem acesso. Se colocar em um lugar que todo mundo tem acesso, no caso um centro cultural. Ter um estúdio de gravação audiovisual, exposições sobre a história do Salgueiro. Entregar o centro cultural ao departamento cultural da escola. Ali ter fotos, gravações, depoimentos, uma coisa bem cultural mesmo, com a história do Salgueiro”.

Você fala da Casa Salgueiro. O que seria?
“A Casa Salgueiro teria parcerias do governo, prefeitura, ou parceiros da escola mesmo, patrocinadores. A gente já tem o projeto pronto mesmo, só assumir a escola e ter o local. Seriam cursos de mestre-sala e porta-bandeira, de passistas, ritmistas, cavaquinho, cordas, adereços. Um espaço da comunidade, para receber as pessoas lá, cursos, um cinema ao ar livre se for o caso, um cinema para comunidade, mais ou menos isso”.

Por fim, qual mensagem você deixa para os sócios que podem votar no dia 17 na eleição salgueirense?
“Alô família Salgueirense, domingo dia 17 de julho é o pleito do Salgueiro, convoco todos vocês eleitores, salgueirenses para estarem juntos com a gente, você que não concorda , você que tem uma ideologia parecida com a nossa, você que quer o Salgueiro campeão, você que quer ver a escola brigando pelo título e não mais em quinto, sexto lugar, somente com os mesmos discursos, as mesmas desculpas. Você que quer a Vila Olímpica de volta, funcionando, projetos sociais, eventos , a comunidade dentro da escola, feliz! Conto com vocês no dia 17 na quadra do Salgueiro, nós vamos estar lá na porta fazendo uma grande celebração, uma roda de samba dos compositores que estão nos apoiando, uma roda de sambas-enredo para a gente celebrar esse grande acontecimento,se Deus quiser vai levar a gente à administração do Salgueiro para gente poder voltar a ter um Salgueiro campeão. Conto com vocês e a hora é essa, a hora da mudança, a hora do salgueirense ter a voz, a hora do salgueirense administrar”.

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