InícioGrupo EspecialUnidos da TijucaEntrevistão com Fernando Costa, o 'pulmão' da Unidos da Tijuca

Entrevistão com Fernando Costa, o ‘pulmão’ da Unidos da Tijuca

A evolução da Unidos da Tijuca como agremiação que deixou o posto de coadjuvante para o de protagonista nos desfiles de escola de samba não pode ser contada sem ouvir as palavras de Fernando Costa. Com 31 anos no Pavão do Borel, o dirigente é o personagem da série ‘Entrevistão’ e bateu um papo com a reportagem do CARNAVALESCO. Costa revela que não gosta de pensar no acidente ocorrido em 2017, questiona o resultado obtido em 2018 e assume o papel de homem de confiança do presidente Fernando Horta.

Por que a Tijuca ficou fora dos últimos dois desfiles das campeãs? Que lição tiraram desses dois desfiles?

“Não acho que houve um desaprender nosso. Em 2017 houve uma falha humana de engenharia e que acarretou aquele acidente. Não houve uma falha da escola. Um funcionário esqueceu de travar. Ano passado ao meu ver fizemos um desfile sem erros, ficamos por um décimo. Esse ano estamos com raiva. Nos aguardem. O horário de desfile não foi o que eu gostaria mas faremos um belo carnaval”.

O presidente Fernando Horta te consultou sobre a chegada do Laíla?

“Eu talvez tenha sido o primeiro a saber da ideia de trazer o Laíla. Eu achei ótimo. Se poderíamos ter o Pelé? Porque não? Está sendo um aprendizado para a gente e para ele também, pois a Tijuca é uma escola bem diferente da Beija-Flor. As adaptação dele tem sido muito boa com a gente”.

Como tem sido a relação com ele?

“Aqui no barracão nem cruzamos muito. Ele vem sempre na parte da manhã e eu como tenho um outro trabalho chego sempre quando ele já está saindo. Nos cruzamos mais nas reuniões e na quadra e ensaios. Está fluindo, ele tem o jeito dele, ele tem o meu. Os nossos ensaios estão muito bons e temos uma expectativa muito boa”.

É um orgulho ser chamado de ‘rolo compressor’ como a Beija-Flor?

“Esses termos de ‘rolo compressor’ e afins eu sou meio contra isso. Existem todas as escolas que fazem um trabalho muito bom de harmonia e evolução. Nossa equipe foi formada a muitos anos, conhecem a escola. Ensaio técnico, ensaio de rua, é para você preparar a escola para o desfile. É lá que tudo acontece. Tudo que é falado antes eu particularmente não dou muita bola não”.

O que você alteraria no julgamento de harmonia?

“O julgamento da Lierj é subdividido oficialmente. Ano passado não fizemos os 30 pontos pois puniram o carro de som. O julgador eu não sei se tem algo contra o Tinga ou contra a escola. Esse ano eu vou saber (risos). Eu acho que quando engloba tudo a culpa cai para a harmonia. Às vezes não é o canto da escola em si. Talvez essa subdivisão seja melhor. Eu acho que de cima dá para julgar corretamente”.

Como foi sua passagem pelo Salgueiro?

“Eu sou um profissional do carnaval mas quando fui para o Salgueiro foi com o aval do Horta. Eles já haviam me chamado duas vezes e eu achei que ainda não tinha condições de comandar. Na terceira vez que fui convidado conversei com o Fernando Horta. Trabalhei em 2007 e 2008 no Salgueiro. Eu fiquei até chateado na época, pois ele me liberou e eu pensava que ele fosse me segurar. Falei que só voltaria quando ele me chamasse de volta e isso aconteceu dois anos depois, e estou até hoje”.

Como você conheceu o presidente Fernando Horta?

“Entrei na Tijuca em 1988. Não tinha muito contato com ele na época. Éramos apenas conhecidos. Em 2000 eu estava no ensaio de bateria e ele me convidou para ser harmonia de ala no ano 2001. Depois desse carnaval ele me pediu para arrumar uma equipe de harmonia. A maioria está comigo até hoje, estreamos no desfile de 2002”.

Você é o homem de confiança do Horta…

“Sou funcionário dele, mas existe uma relação de confiança. Quando ele viaja eu cuido da loja dele. Eu sou uma pessoa confiável, quem me conhece sabe. Eu sou justo. Aqui dentro ele sabe que pode contar comigo. A relação ultrapassou a relação de funcionário”.

O que você lembra do período mais difícil da Tijuca?

“A gente quando começou eram 40, 50 pessoas nos ensaios. E sempre as mesmas. O que aprendi muito é prestar atenção nas pessoas. Saber lidar com os indivíduos, ir conhecendo cada cantinho da Tijuca. Não adianta você ser muito bom sozinho. É preciso liderar a equipe. Eu venho lá na frente. Se quiserem me sacanear eles vão fazer. Não adianta não saber lidar corretamente com a equipe”.

Você ainda pensa no acidente de 2017?

“Não penso e nem quero. Já pensei muito. A lição é observar e fiscalizar mais de perto. Não confiar tanto. Havia uma relação de anos com essa empresa, e acabamos relaxando. Hoje em dia conversamos muito para não acontecer de novo. Na Tijuca não tem nada hidráulico”.

Esse samba da Unidos da Tijuca está entre os melhores da história da escola?

“Esse negócio de samba, você tem que ter um bom enredo e uma boa sinopse. Assim fica fácil. Não sou compositor mas convivo com os caras. Já teve ano aqui que não sei como fizeram samba em cima disso. Pedimos uma oração e eles atenderam. Eu coloco nosso samba de 2019 junto das grandes obras da discografia da Tijuca”.

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