InícioGrupo EspecialEntrevistão com mestre Chuvisco: ‘O rebaixamento de 2016 dói muito’

Entrevistão com mestre Chuvisco: ‘O rebaixamento de 2016 dói muito’

Por Victor Amancio

Em mais um ano à frente dos ritmistas da bateria da Estácio de Sá, mestre Chuvisco é um dos grandes nomes do carnaval em termos da bateria. Chegando ao Grupo Especial, mais uma vez, o mestre segue trabalhando duro para conquistar novamente o feito que realizou em 2016, quando a Estácio também subiu para o grupo principal, garantindo os 30 pontos para a agremiação. Durante a entrevista o mestre lembrou também do sentimento de injustiça que sentiu quando a escola foi rebaixada em sua última passagem pelo grupo.

O mestre da bateria Medalha de Ouro conversou com a reportagem do site CARNAVALESCO para a série ‘Entrevistão’ e falou da sua trajetória e do atual modo de julgamento.

Você estreou no grupo especial alcançando os 30 pontos. Você acha que é possível repetir isso?

Chuvisco: “É o que a gente almeja. Na verdade a gente almeja os 40, para ficarmos tranquilo e para todo mundo ficar satisfeito, para bateria ficar satisfeita também, mas os 30 pontos é o que mais importa porque é o que a escola precisa e a gente está trabalhando forte para isso. Se Deus quiser a gente vai conseguir”.

Como você vê essas mudanças agora do regulamento, da não obrigatoriedade de parar? A Estácio vai parar?

Chuvisco: “Isso daí vai depender do andamento, da evolução da escola. Se a gente tiver condições de parar e se apresentar para os jurados, é sempre bom parar. Mas se não der, infelizmente nós teremos que vir antes deles já fazendo alguma coisa, depois que passar também para eles poderem analisar no raio de divisão deles”.

O rebaixamento de 2016 ainda dói em vocês ou é uma página virada?

Chuvisco: “Isso daí não vai virar não. O rebaixamento de 2016 dói muito. A gente fez um desfile maravilhoso e, com todo o respeito, não desmerecendo ninguém, a gente fez um desfile melhor do que muitas escolas. A gente foi injustiçado, mas infelizmente foi o que aconteceu e agora nós estamos indo de volta e vamos fazer bonito de novo para a gente buscar o nosso lugar de direito”.

A bateria da Estácio possui um dos ritmos mais característicos de carnaval. Como você vê a questão do andamento da escola?

Chuvisco: “Hoje a gente está sofrendo muito até por conta disso. A maioria dos jurados, as pessoas estão falando muito em andamento e a gente acaba sendo muito penalizado com isso. Estão querendo que voltem aqueles tempos de antigamente com o andamento mais dolente só que a Estácio tem o jeito dela de tocar e a gente quer que os jurados entendam isso. Nós não vamos mudar a nossa característica, não vamos mudar a nossa forma de tocar e o jurados têm que entender isso, porque cada um tem o seu jeito, se não fica tudo igual também, perde a graça”.

Você falou que o andamento da bateria para 2020 vai cair um pouco. Por que você tomou esta decisão?

Chuvisco: “A gente vai tirar cem gramas do andamento mais ou menos. Mas como eu falei: sem perder a característica da bateria, a característica da escola. Nós vamos tirar cem graminhas só para não ficar nada também, de repente, muito exagerado na visão deles e com cuidado para não perder a característica”.

Que lições você tirou naquele ano na Vila Isabel? Valeu a pena?

Chuvisco: “Valeu muito. Foi uma experiência muito boa. Eu voltei muito mais maduro com certas coisas que aconteceram lá. Eu acho que hoje eu estou muito mais preparado e muito mais experiente com certos tipos de acontecimentos e então a gente tem que saber tirar aproveito de tudo que acontece com a gente. Tanto na parte boa, tanto na parte ruim”.

Como é a sua relação com o Casagrande? O que ele representa pra você?

Chuvisco: “O Casagrande, já falei várias vezes em outras entrevistas também, em outras oportunidades, ele é um irmão que eu ganhei no samba. A gente têm uma amizade muito forte. Nós conversamos muito, um expõe o problema pro outro e a gente tenta resolver junto, na necessidade de cada um. É uma irmandade de verdade”.

Se você pudesse mudar o regulamento, o que você mudaria?

Chuvisco: “Eu não tenho o que mudar. A única coisa que eu peço é que os jurados pensem na hora que tiver julgando, que cada uma tem a sua característica, cada um tenha a sua forma de tocar. Então eu não posso tocar igual uma Beija-Flor, igual a uma Tijuca. Nossas baterias tocam diferentes umas das outras. Cada um tem a sua forma de tocar. Não posso tocar igual a uma Portela, a uma Mocidade. O jurado tem que entender isso”.

Como você vê a chegada de tantos jovens no comando das baterias?

Chuvisco: “Deu uma renovada muito grande. Esse carnaval que passou e eu acho que é isso aí, faz parte da vida. É um ciclo esse daí. Enquanto uns param outros têm que chegar e a garotada que chegou, chegou bem. Representou bem e todo mundo chegou arrebentando. Acredito que isso seja necessário para o carnaval”.

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