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Entrevistão com o presidente Tê: ‘O que fizeram pelas Escolas de Samba na pandemia? Acho que a gente tem que dar mais valor ao maior espetáculo da terra’

Mandatário demonstrou insatisfação com a falta de recursos que as escolas da Série Ouro possuem

Desde o seu belíssimo desempenho no carnaval de 2013 com o enredo “Negra, Pérola Mulher”, desempenho esse que levou a escola ao Grupo Especial, o Império da Tijuca tem se mostrado um forte candidato aos títulos. Apesar de seu rebaixamento em 2014 com o enredo “Batuk”, a escola não se deixou desanimar e promete brigar por mais um campeonato este ano.

Entrevistão com o presidente Tê: 'O que fizeram pelas Escolas de Samba na pandemia? Acho que a gente tem que dar mais valor ao maior espetáculo da terra'
Foto: Site CARNAVALESCO

O ótimo desempenho da escola nos últimos anos, muito se deve a excelente escolha de profissionais e a sua ótima administração. Em entrevista ao site CARNAVALESCO, o presidente da escola, dividiu seus sentimentos e nos disse o quanto o inesperado rebaixamento da agremiação, o qual é repercutido até hoje por boa parte dos sambistas, o afetou.

“Eu assumi a escola no Grupo B, na terça-feira de carnaval, então vim trabalhando e melhorando ano após ano para chegar no nosso objetivo. Em 2013 depois que o Império da Tijuca entrou, não precisava desfilar mais ninguém não, foi um rolo compressor. Eu sou suspeito para falar, mas todos que viram concordaram. Já em 2014, eu não merecia descer, foi a maior injustiça que fizeram com o Império da Tijuca. Abriu o carnaval, e não é porque eu sou presidente, mas eu nunca vi uma abertura levantar tanto o público, naquele ano eu ganhei a maioria dos prêmios de comunicação com o público e não ganhei um dez. Até hoje me pergunto onde eu errei. Vi muitas escolas mais erradas que o Império da Tijuca que ficaram na nossa frente. Se o julgamento fosse à vera, certamente estaríamos entre as seis”, lamentou Tê.

Em 2019, o presidente decidiu apostar no jovem talento chamado Guilherme Estevão. Após a liberação de Marcus Ferreira para a Unidos do Viradouro, Tê comentou a chegada do artista na Verde e Branca da Tijuca.

“O Guilherme é um novo talento. Estávamos com o Marcus Ferreira, liberamos ele para a Viradouro e logo fizemos uma inscrição para a escolha de um novo carnavalesco. O Severo acabou indicando o Guilherme e eu fiquei de ver. Ele veio até nós, mostrou os carnavais que já tinha feito e ficou. Foi como o Juninho Pernambucano, nunca tinha feito o carnaval do Rio, eu trouxe ele de Três Rios e ganhou o título, fez o Especial e virou um talento do carnaval”.

Cidade do samba 2

Diferente da maioria das escolas do Grupo Ouro, o Império da Tijuca hoje, possui seu próprio barracão e na localização dos sonhos de qualquer agremiação, em frente à Praça da Apoteose. Apesar disso, caso a escola suba para o Grupo Especial, o presidente se preocupa quanto ao lugar que o Império ocuparia na Cidade do Samba e aproveitou para dizer a importância de um urgente planejamento para uma Cidade do Samba 2.

“Com certeza temos uma logística muito boa, até porque tiramos os carros do barracão e eles já entram na avenida, e acaba o desfile a gente já volta para o barracão. O Império da Tijuca se prevaleceu muito disso, então no quesito logística é uma grande vantagem nossa. Foi a melhor invasão que eu já fiz”, brinca Tê

Mesmo com a ótima localização de seu barracão, o presidente não deixou de mostrar sua insatisfação com a falta de recursos que as escolas da Série Ouro possuem, seja para permanecer no grupo ou até mesmo se manter no Grupo Especial.

“Todas as melhorias feitas são sempre ao Grupo Especial. A gente aqui é um degrau abaixo do Especial, então precisamos da mesma estrutura para conseguirmos chegar lá em cima. Muitas das vezes é falado que as escolas do acesso não possuem recursos para se manter no especial, mas também não nos ajudam nessa questão”, desabafou.

Preocupado com o rumo das coisas e com o destino das escolas, concluiu: “Eu acho que para maior organização, devido ao Especial ter a Cidade do samba, a Série Ouro deveria ter uma também, até porque, você me diz ai para onde vai uma escola rebaixada da cidade do samba se ninguém tem barracão? Então a gente precisa ter. Quando foi feito o projeto da Cidade do Samba 1, automaticamente já deveriam ter pensado na Cidade do Samba 2. Será que ninguém ia descer? Não teria disputa? Se o Império da Tijuca sobe hoje, que lugar ela ocuparia na Cidade do Samba? Aqui a gente pretende fazer a nossa quadra, pois não liberamos barracão, então a engenharia que montou a Cidade do Samba 1, teria que ter o projeto da Cidade do Samba 2. O carnaval muitos dizem que é a maior festa cultural brasileira, mas não é, pois não tem valor nenhum, tiro isso pela pandemia. O que fizeram pelas escolas de samba na pandemia? Acho que a gente tem que ter mais valor e relevância ao maior espetáculo da terra”.

Enredo e samba

Mesmo com todos os empecilhos, a escola promete não só para a comunidade do Morro da Formiga, e sim para todo o público um ótimo espetáculo. A escola conta com 1500 componentes, 20 alas, 3 carros e 2 tripés, sendo um da comissão de frente.

O Império da Tijuca é sempre reconhecido por seus ótimos sambas, que ocorrem por consequência de enredos muito bons. Quando questionado sobre o assunto, o presidente fez questão de declarar: “O Império da Tijuca devido ao enredo vem fazendo grandes sambas, e a importância do samba é fazer 80% da escola na avenida. A facilidade do povo em cantar, a empolgação, tudo isso é muito importante. Não temos um samba arrastado, é um samba para frente, então faz muita diferença na busca pelo sucesso. Já tivemos sambas muito bons como: Negra Pérola, Batuk vai tremer e por aí vai. Eu acho que o Império da Tijuca está de parabéns não só pela minha administração, mas pelo grande samba que temos. 21 de abril, queria dar esse presente para a minha filha por ser aniversário dela. Mas certamente o Império da Tijuca está pronto, se pormos o desfile à vera, a escola briga pelo título”.

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