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Entrevistão com Serginho do Porto, cantor da Estácio: ‘o carnaval de São Paulo pode superar o do Rio’

Serginho do Porto é um dos mais experientes intérpretes do carnaval. Com 25 anos de carreira e passagens por gigantes do carnaval do Rio de Janeiro e São Paulo, ele conversou com o CARNAVALESCO pra a série ‘Entrevistão’. Ex-vice-presidente do Águia de Ouro, ele alerta que o carnaval de São Paulo pode superar o do Rio de Janeiro. Diz ainda que os desfiles de 2009, pela Estácio e de 1998, pela Unidos da Tijuca, foram as maiores injustiças que ele viveu no carnaval.

Qual o melhor samba que você cantou na Estácio?

“Eu cantei alguns sambas marcantes aqui. Cachoeira de Macacu em 2003 foi muito forte. O carnaval não era muito bom mas a comunidade estava aguerrida. Em 2002 a homenagem ao jornal O Dia, debaixo de chuva. O Cristo Negro em 2019 não posso deixar de citar. E a Chita Bacana em 2009 que para mim foi uma das maiores injustiças que vivi”.

Como surgiu seu grito de guerra?

“Todos sabem que sou cria da Ponte. Tanto que virei na última alegoria deles no desfile desse ano. Toda vez que a Ponte subia de grupo eu dizia ‘eu gosto assim, agora é pra valer’. Em 1983 estávamos no Especial e acabou caindo. Mas acabamos ficando. Em 1984 acabamos rebaixados. Em 1985 homenageamos o próprio samba. Desde essa época acabou ficando como uma marca minha”.

O que você sentiu quando cantou o samba da Tijuca sobre o Vasco? E o que sente quando ouve a torcida cantar nos jogos?

“No desfile da Tijuca quando comecei a cantar o alusivo, a arquibancada toda começou a cantar ‘Vasco’. Fiquei muito emocionado. Mas aprendi com os grandes intérpretes a manter a frieza nesses momentos. A nossa responsabilidade é imensa. Éramos apenas eu e mais três cantando a avenida toda. Ali foi outra injustiça”.

Aquele desfile foi penalizado injustamente?

“A Tijuca desfilou linda, todo mundo cantando. Não entendo aquele rebaixamento. Talvez, o enredo, dividido entre o homem e o clube”.

Hoje, como você analisa o trio de cantores formado pelo Salgueiro?

“Foi muito importante para a minha carreira. Foi um período glorioso. Cantar ao lado do Quinho me ensinou muito. É um ídolo de qualquer cantor. E o Leonardo tocou comigo, um profissional grandioso. Ali unimos a fome com a vontade de comer. O que sempre gostei de fazer foi cantar. E foi o que eu fiz ali. Eram três cantores”.

Por que saiu do Salgueiro? 

“Foi uma decisão em conjunto. Todo trabalho que tinha sido feito já havia seu patamar maior. Eu achava melhor respirar outros ares, não era mais o que eu queria. A escola também compreendeu isso e a vida seguiu”.

O que você pensa sobre a presença de cantores mulheres no carro de som e assumindo o posto de principal?

“Eu tenho duas meninas maravilhosas aqui. A Tati, além de cantar com a gente, ela faz dublagem, ninguém sabe que é ela ali. Acho que para cantar na frente, como foi Eliana de Lima, Dinorá da Bahia, Samanta, que cantou comigo em São Paulo, mas é preciso um entendimento se for mais de um. Vejo como muito proveitoso a voz feminina. Isso só valoriza o samba”.

Você comandou a Águia de Ouro e hoje São Paulo virou referência. Acredita ser possível passar o Rio?

“Pode sim. E vou falar a você: é extremamente organizado. Uma semana antes do carnaval os carros estão todos na baia. O Rio é muito mais turístico, em São Paulo é mais comunitário, as pessoas choram. Fui muito feliz de fazer parte do Águia de Ouro. Torço para que a escola ganhe um título. Em 2013 batemos na trave”.

E o que é melhor em São Paulo do que no Rio?

“Primeiro, todos os grupos possuem barracão. Segundo, as alegorias saem com uma semana de antecedência. Sabemos que aqui não temos espaço. A infraestrutura em São Paulo é muito melhor. Como carioca e sambista me entristeço muito com a gestão do prefeito, que desdenha das escolas e do carnaval. O carnaval é um patrimônio. Isso aqui se enche de turistas. Temos agremiações gigantes. Isso tudo faz com que o nosso desfile seja o maior espetáculo da terra. São Paulo tem mais estrutura”.

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