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Fabato fala sobre a morte de Luizinho Drumond: ‘representa um marco para a história do carnaval’

No dia do avestruz, com mês carneiro (7) e no ano 20 – que é peru – do século 21 (touro), morreu Luizinho Drumond, o homem que deu consistência administrativa e oito (camelo, coincidentemente um dos animais protagonistas de um dos maiores desfiles de sua escola na Sapucaí) campeonatos à Imperatriz (não me peçam o bicho de cada caneco).

A morte de Luizinho Drumond representa um marco para a história do carnaval. Um dos homens que mudaram o tamanho e cifras da festa, Drumond entregou força e competitividade à Imperatriz Leopoldinense.

Junto com a Beija-Flor (de Anísio) e Mocidade (de Castor de Andrade), a escola passou a dar as cartas na folia, nos anos 80.

A trajetória do folclórico bicheiro, também ex-dirigente do Botafogo, se confunde com a cultura de rua, disputa por espaço público e dribles à lei, no Rio e no Brasil.

Um personagem rico em camadas e típico das características de rua da metrópole forjada sobre pântano e na constante relação entre morro e asfalto: hegemonia, contra-hegemonia, poder, cultura popular e negociação de (co)existência.

No livro “As Três Irmãs”, contamos detalhes da relação entre bicho e carnaval. Link aqui para comprar o livro.

* Resumo rápido *

O enlace do Jogo do Bicho com o samba emerge do conflito na rua e pela rua. Marginalizados, ambos encontraram no abraço sincero ou interesseiro uma forma de sobrevivência à atmosfera de repressão que vinha de cima.

Por vezes, partindo pro pau. Noutras, em afagos de mutualismo descarado. Assim, decolaram.

Ora, as agremiações nasceram, fundamentalmente, em áreas periféricas e, ocupadas por “benfeitores”, se permitiram a relação de troca em meio ao voo em cego dos segredos de existir.

Não à toa o porquê de perdurarem, a despeito de titubeios aqui e acolá de era em era. Nesse mesmo passo a passo no compasso, a contravenção amealhou moeda-prestígio, garantida em status e cifras.

No meio da década de 70, sob a liderança de Castor, os bicheiros decidiram que valia muito mais a divisão de regiões de mando do que o bangue-bangue urbano por controle de pontos. Mudaram o próprio Rio de Janeiro e a sua dinâmica social.

Não foi coincidência, portanto, que, a partir de 1976, três escolas impulsionadas pelo dinheiro da banca alcançassem vitórias seguidas. Primeiro, a Beija-Flor (1976, 1977, 1978), liderada por Anísio.

Depois, a Mocidade (1979), quando Castor já arriscava uns desajeitados passinhos de algo assemelhado a samba à frente dos ritmistas de Padre Miguel.

Por fim, a Imperatriz Leopoldinense (1980 e 1981), sob a tutela de Luizinho. Além do trio, Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, ligado à Vila Isabel, também começou a se destacar na chefia da brincadeira séria neste contexto.

Sob as asas de Drumond, a Imperatriz ganhou em 1980, 1981, 1989, 1994, 1995, 1999, 2000 e 2001. Recentemente, faturou o Grupo de Acesso de 2020.

A frase final sintetiza boa parte da trajetória: “a Imperatriz é um amor e uma cachaça da qual só me separarei com a morte”. Verdade afetiva absoluta.

Quem disse que há maniqueísmo em se tratando de Brasil?

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