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Freddy Ferreira: Apresentações das baterias no segundo dia de mini desfile do Especial

Mocidade Independente de Padre Miguel

Uma apresentação musicalmente cativante da bateria “Não Existe Mais Quente” (NEMQ) de mestre Dudu. A afinação invertida de surdos deu aquele aspecto grave peculiar ao genuíno ritmo independente. Os marcadores de primeira e segunda foram precisos e educados. Os surdos de terceira preencheram a sonoridade dando seu balanço característico, complementado por médios profundamente eficientes. Repiques mostraram técnica elevada, assim como as caixas de guerra executaram a tradicional batida com acentuação na mão invertida com limpeza e qualidade rítmica.

Na parte de frente do ritmo da Mocidade, cuícas seguras ajudaram na cabeça da bateria junto com agogôs de duas campanas (bocas). Uma ala de chocalhos extremamente acima da média foi acompanhada por um naipe de tamborins de nítida virtude musical, que executou um desenho rítmico com certa complexidade, guiado pelo samba-enredo da Estrela Guia.

As bossas da bateria “NEMQ” usaram como referência as variações melódicas da obra da verde e branca da zona Oeste. Todas bastante dançantes, que além de acompanhar a obra garantindo interação com público, proporcionaram um clima de leveza à grande passagem da bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel.

Portela

O autêntico ritmo da bateria “Tabajara do Samba” de mestre Nilo Sérgio foi apresentado com todo seu peculiar garbo. Na parte de trás do ritmo, marcadores de primeira e segunda foram firmes e precisos, garantindo a manutenção do andamento. Os surdos de terceira, com balanço característico, foram um dos pontos altos do ritmo portelense. O complemento dos naipes médios ainda contou com repiques coesos e caixas ressonantes, com a tradicional batida rufada sendo bem executada.

Na cabeça da bateria, um naipe de cuícas de qualidade ajudou no preenchimento da sonoridade, junto de uma boa ala de agogôs. Um naipe de tamborins eficiente exibiu um desenho rítmico pautado pela melodia do samba, tocando junto de uma ala de chocalhos ressonante. Completando a parte de frente do ritmo, uma fila de atabaques consolidou seu toque de modo eficiente durante as passagens, além de auxiliar em bossas.

As bossas da bateria da Portela se mostraram profundamente atreladas ao samba-enredo e ao tema da Águia. Esbanjaram musicalidade de vertente africana, deixando o belo trabalho rítmico da escola ainda mais em evidência, enquanto ajuda na evolução dos componentes, além do canto e da dança, graças a soluções musicais muito bem pensadas e principalmente executadas.

Uma apresentação musicalmente energética da bateria “Tabajara do Samba”. Ritmistas conduziram a obra da Majestade com classe, segurança e espontaneidade.

Unidos de Vila Isabel

Uma apresentação muito boa da bateria “Swingueira de Noel” da Unidos de Vila Isabel. A cozinha da bateria exibiu o tradicional ritmo da Vila. Com o peso característico da afinação de surdos, marcadores foram sublimes durante todo o cortejo. Também vale destacar musicalmente os surdos de terceira, que contribuíram na sonoridade com balanço. Tudo isso complementado por médios de virtude musical. Repiques coesos tocaram de forma integrada com caixas retas e os taróis com a batida de partido alto com levada única.

Na parte da frente do ritmo, uma ala de cuícas ressonantes mostrou um bom trabalho. Uma ala de chocalhos com técnica musical notória tocou de forma integrada com um naipe de tamborins que executou o desenho rítmico baseado na melodia do belo samba reeditado com eficácia e sincronia.

As bossas da bateria da Vila Isabel foram guiadas pelas nuances melódicas da obra da escola do bairro de Noel. Os arranjos mostraram funcionalidade, impulsionando desfilantes tanto no canto, quanto principalmente na dança.

Estação Primeira de Mangueira

A bateria da Estação Primeira de Mangueira fez uma apresentação energética e de impacto musical, comandada pelos mestres Rodrigo Explosão e Taranta Neto. Sua afinação grave característica foi percebida. Marcadores de primeira foram firmes e seguros durante o minidesfile. Ritmistas tocando surdo mor contribuíram no balanço do ritmo da verde e rosa. O preenchimento da sonoridade dos médios contou com repiques acima da média, timbaques culturalmente mangueirenses e caixas de guerra com a peculiar batida rufada da Manga sendo bem executada.

Na parte da frente do ritmo, ritmistas dançantes tocando xequerê auxiliaram na sonoridade e na leveza, além da alegria da bateria da Mangueira. Ganzás, cuíca e Agogôs de duas campanas (bocas) também deram sua contribuição na sonoridade mangueirense. Uma ala de tamborins com desenho rítmico complexo, garantiu uma execução bastante caprichada. A convenção rítmica do tamborim se mostrou intimamente ligada à obra da Estação Primeira, aproveitando as variações na melodia para consolidar o toque.

As bossas da bateria “Tem Que Respeitar Meu Tamborim” levavam em conta a melodia do samba para consolidar seus arranjos. Todos musicais e altamente dançantes. O destaque da sonoridade vai para a impressionante convenção onde ritmistas utilizam matracas escondidas na roupa para efetuarem um arranjo musical simples, mas de impacto profundo. Além da importância de atrelar culturalmente a musicalidade de um instrumento tipicamente maranhense em homenagem a Alcione, o efeito rítmico da referida convenção foi simplesmente sublime. Um autêntico espetáculo mangueirense de ritmo, ousadia e espontaneidade energética.

Paraíso do Tuiuti

Uma exibição acima da média da bateria “Super Som” do Paraíso do Tuiuti, comandada por mestre Marcão. Marcadores de primeira e segunda tocaram de forma equilibrada, garantindo a manutenção do andamento com eficiência e certa leveza. O balanço dos surdos de terceira merece menção musical positiva. O preenchimento da sonoridade pelos médios demonstrou toda a classe em fazer bom ritmo, com repiques coesos e um naipe de caixas de guerra bem ressonante. A consistência das caixas da agremiação do bairro imperial foi notável, servindo de amparo musical para os demais naipes.

Na cabeça da bateria, uma ala de chocalhos absurdamente técnica tocou de forma entrelaçada com um naipe de tamborins de qualidade musical indiscutível. O desenho rítmico do tamborim do Tuiuti merece ser ressaltado musicalmente, por sua ligação profunda com a obra da escola de São Cristóvão. A sonoridade da parte da frente do ritmo também contou um correto naipe de cuícas.

Bossas intimamente ligadas a melodia do samba foram percebidas, consolidando o ritmo através das nuances e variações da canção do Paraíso do Tuiuti. O leque de convenções bem trabalhado e executado demonstrou na prática toda a versatilidade rítmica do ótimo minidesfile da “Super Som” do Tuiuti.

Unidos do Viradouro

A bateria “Furacão Vermelho e Branco” de mestre Ciça fez um grande minidesfile. Com um andamento bem mais cadenciado que em anos anteriores e subindo no repique, o fato demarcou diferenças musicais nítidas para os trabalhos passados do Caveira. O andamento confortável garantiu um equilíbrio pleno entre os naipes, bem como uma equalização com ar de refino. Mesmo com uma afinação de surdos tradicionalmente pesada, foi possível ouvir todos os naipes em qualquer ponto que estivesse na bateria.

Os surdos foram o ponto alto do ritmo da escola do bairro do Barreto. Se os de primeira e de segunda tinham a tarefa de ditar andamento cadenciado, os de terceira foram responsáveis por acrescentar molho à sonoridade. Tudo isso complementado por médios eficientes, como repiques de boa técnica e um naipe de caixas de guerra ressonante, com sua batida característica tocada em cima com levada de partido alto.

Na parte da frente do ritmo, uma ala de cuícas de qualidade musical foi notada, assim como um naipe de chocalhos de virtude rítmica que tocou de modo intercalado com a ala de tamborins. O desenho rítmico dos tamborins utilizou a melodia do samba para consolidar seu toque, se aproveitando das nuances da obra para, com simplicidade, exibir um belo desenho musicalmente enxuto que foi tocado de modo firme e sincronizado.

As bossas se aproveitaram da pressão provocada pelo impacto dos surdos, bem como do toque dos atabaques, garantindo uma pegada africana plenamente inserida culturalmente no que pede o samba-enredo. Para uma bateria que promete surpreendentemente ser uma das mais cadenciadas na próxima folia, o minidesfile serviu como um luxuoso treino para mostrar ao grande público toda a evolução musical notória da “Furacão Vermelho e Branco” do lendário mestre Ciça. A exibição foi tão satisfatória e divertida para os ritmistas que, perto das cinco da manhã, os presentes na Cidade do Samba caíram dentro da energia proporcionada por uma execução musical simplesmente impecável da renovada bateria da Viradouro.

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