InícioSérie OuroFreddy Ferreira: Panorama das baterias da Série Ouro para o Carnaval 2022

Freddy Ferreira: Panorama das baterias da Série Ouro para o Carnaval 2022

A proposta do panorama pré desfile é informar o que se aguarda das baterias da Série Ouro no geral, além de pontuar o que se espera de uma a uma individualmente. Muitas das vezes, além da produção sonora, uma bateria busca passar algum aspecto cultural envolvido ao enredo da escola de forma musical, agregando inestimável valor ao ritmo. A intenção desse conteúdo, portanto, visa garantir ao leitor uma quantidade de informações mínimas, no intuito de guiar os sambistas e apreciadores de ritmo, proporcionando uma absorção musical mais fluída de cada bateria.

No dia do desfile oficial após a passagem de cada escola será publicado um texto, analisando a bateria pela pista e pontuando as passagens pelos módulos de julgadores. Numa análise que, além de exaltar fatores positivos e mencionar peculiaridades de cada ritmo, também fará ponderações de caráter técnico, levando em conta as apresentações das baterias para os jurados. No final de cada dia de desfile será gravado um vídeo contendo um apanhado geral sobre os ritmos, resumindo as passagens de cada bateria como quesito.

Em Cima da Hora

Da bateria da Em Cima da Hora de Mestre Wando se espera uma sonoridade marcada por um timbre um pouco mais grave, com pulsação firme. Além de um acompanhamento de peças leves que complementem com qualidade o ritmo da Sintonia de Cavalcante, auxiliando nas bossas de modo eficaz. É aguardada uma bateria que mostre seu valor sonoro na tradicional Em Cima da Hora.

Cubango

Na Acadêmicos do Cubango a expectativa é de um ritmo marcado pelo equilíbrio entre naipes, por parte da bateria Ritmo Folgado (RF) de Mestre Demétrius. Tudo isso acompanhado por paradinhas de alto grau de complexidade e bom gosto musical. Vale ouvir com carinho a execução em conjunto das bossas envolvendo os atabaques na bateria da Cubango.

Unidos da Ponte

A Ritmo Meritiense da Unidos da Ponte, sob a batuta do estreante Mestre Branco Ribeiro, exibirá uma concepção musical ousada. Uma bateria da Ponte mais pesada, com afinação grave de surdos, mas com peças leves eficientes para preencher seu ritmo. Paradinhas que pretendem unir boa musicalidade e espontaneidade.

Porto da Pedra

A Ritmo Feroz de Mestre Pablo mesclará boa sonoridade a bossas de grau de dificuldade elevado. A base musical das paradinhas envolverá ritmistas que tocam timbal, produzindo uma sonoridade peculiar, inclusive na largada da bateria subindo o samba da Unidos do Porto da Pedra.

União da Ilha

A Baterilha dos Mestres Keko e Marcelo promete uma apresentação com destaque para a batida de caixas com sua acentuação rítmica tradicional e um acompanhamento acima da média das peças leves. Além das paradinhas com boa concepção musical e um elemento audiovisual com potencial de alto impacto.

Unidos de Bangu

A bateria Caldeirão da Zona Oeste (CZO) de Mestre Léo Capoeira levará para a Avenida um amplo leque de paradinhas com grau de dificuldade extremo. Os destaques vão para as bossas do refrão do meio e para a complexa paradinha da segunda do samba, onde a bateria da Unidos de Bangu pretende fazer uma alusão rítmica à bateria da Mocidade.

Acadêmicos do Sossego

A bateria Swing da Batalha de Mestre Laion aliará bom ritmo a uma desenvoltura acima da média. As paradinhas da bateria da Acadêmicos do Sossego unem produção de sonoridade com solidez a movimentos sincronizados, na tentativa de instigar o público a “cair dentro” do samba da escola.

Lins Imperial

Na estreia de Mestre Átila, a expectativa é por uma bateria da Lins Imperial tentando cativar a plateia com sua musicalidade e espontaneidade. A paradinha iniciada no refrão principal terá acentuado nível de dificuldade, além de movimentos interativos pela pista. O destaque sonoro tem tudo para ser a bossa em que os ritmistas da Lins Imperial tocarão com as características da bateria da Mangueira, no enredo sobre Mussum.

Inocentes de Belford Roxo

A estreia de Mestre Juninho na Cadência da Baixada tem a expectativa por uma bateria mais pesada. As bossas terão grau de dificuldade acima da média. No acompanhamento das peças leves, uma ala de tamborins com elevado número de ritmistas (por volta de 40) pretende complementar o ritmo e ajudar na equalização com a afinação mais grave da bateria da Inocentes.

Estácio de Sá

A bateria Medalha de Ouro juntará sua musicalidade identitária a uma desenvoltura que pretende ter destaque. Uma bateria da Estácio de Sá dirigida por Mestre Chuvisco buscando unir boa musicalidade a uma passagem arrojada, na tentativa de levantar o público da Sapucaí, principalmente os rubro-negros.

Acadêmicos de Santa Cruz

A bateria Tabajara da Zona Oeste de Mestre Riquinho planeja aliar bom ritmo à leveza de movimentos sincronizados. A cabeça do samba terá uma bossa de execução praticamente constante. Além de uma paradinha do refrão de baixo, que unirá ritmo a uma saudação ao público e julgadores.

Unidos de Padre Miguel

A bateria Guerreiros de Mestre Dinho exibirá uma plataforma sonora mais grave aliada a um acompanhamento de peças leves buscando destaque. As paradinhas são de elevado grau de dificuldade. A bateria da Unidos de Padre Miguel contará com a utilização de atabaques, tentando preencher o ritmo com boa musicalidade.

Acadêmicos de Vigário Geral

A Bateria Swing Puro de Mestre Luygui produzirá um ritmo pautado pela melodia, executando viradas na tentativa de impulsionar o samba, se aproveitando das nuances da obra. A paradinha de maior destaque engloba um solo de agogôs e atabaques no refrão principal, numa bossa que se estende em complexidade e musicalidade até parte da primeira.

Império da Tijuca

A bateria Sinfonia Imperial regida por Mestre Jordan unirá seu tradicional ritmo com naipe de caixas de guerra e afinação de surdos característica a um bom acompanhamento de peças leves. A bossa iniciada na segunda passada do refrão principal é a de maior complexidade musical, com participação de surdos de terceira com duas macetas preenchendo a sonoridade.

Império Serrano

A estreia de Mestre Vitinho, filho de Mestre Faísca, na bateria Sinfônica do Samba é cercada de expectativa. Uma bateria do Império Serrano disciplinada é aguardada. Assim como paradinhas de grau de dificuldade elevado e construção musical refinada. Destaque para a bossa onde os tradicionais agogôs da Serrinha tocarão em ritmo de Capoeira, em alusão ao enredo sobre o capoeirista Besouro Mangangá.

Considerações finais

As baterias da Série Ouro do Grupo de Acesso prometem apresentações de invariável qualidade. Além da concepção musical muito bem elaborada, é aguardado um desempenho acima da média das baterias envolvidas, no que tange a desenvoltura. A expectativa é por uma mescla entre boa sonoridade e espontaneidade. Garantindo assim, além da produção de bom ritmo, uma tentativa cada vez mais nítida de tratar seus desfiles como autênticos espetáculos. A busca será, portanto, por aliar musicalidade à apresentações que propiciem interação popular, transformando a passagem da bateria das agremiações numa parte primordial inserida no show de cada escola de samba.

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