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Gaviões da Fiel constroem carnaval inovador para regulamento de São Paulo e com muita movimentação

O site CARNAVALESCO inicia as visitas nos barracões das escolas do Grupo Especial do carnaval de São Paulo com uma estreia que provoca muita expectativa. A dupla de carnavalescos, Paulo Barros e Paulo Menezes, promete muita ousadia e inovação para o Sambódromo do Anhembi. Menezes recebeu a equipe do site no barracão dos Gaviões da Fiel pra falar sobre enredo de 2020, cronogramas, adaptação ao regulamento e outros assuntos importantes para o planejamento.

O enredo da agremiação alvinegra exalta o amor, intitulado como: “Um não sei que, que nasce não sei onde, vem não sei como e explode não sei porquê”. Paulo Menezes explica resumidamente o tema.

“A gente vai falar sobre o amor, sobre as diversas formas de amar, sobre as maneiras do homem demonstrar o sentimento. Faremos um apanhando dos grandes amores da história, dos grandes amores da literatura, dos grandes amores das artes. Enfim, a gente mostra todos os grandes amores da história, mas mostramos também que amar não é só isso. Você pode amar ideais, conquistas, tem diversas maneiras de demonstrar seu amor. Quando você luta pelo que você acredita, é também uma forma de amar. Nós mostramos isso no nosso enredo, inclusive o amor do torcedor pela escola, pela torcida. É um apanhado das diversas formas de amar”.

Paulo também revela que ideia se concretizou após conhecer a quadra e os componentes dos Gaviões da Fiel.

“A gente tinha várias ideias, mas não tínhamos vindo pra cá ainda. Quando chegamos, vimos que eles se tratam como um ‘bando de loucos’, e fomos ver que loucura era essa. E era justamente o amor, e aí decidimos o que a gente ia falar”.

O carnavalesco também comenta sobre as diferenças entre Rio e São Paulo, e expõe similaridade.

“O carnaval do Rio de Janeiro premia a criatividade, o de São Paulo já não, mas isso não impede que você não conquiste as pessoas através da interação. A gente não sabe como isso é recebido pelos jurados. Não premiar vai até a página dois”, afirma Menezes, que acrescenta: “As pessoas falavam pra gente que o carnaval de São Paulo era frio, diferente do Rio de Janeiro por ser mais caloroso. O comportamento e a maneira de enxergarem é diferente, mas isso não quer dizer que seja tão diferente assim. Eu trabalhei em diversas escolas de torcidas fortes, Portela, Mocidade, Império Serrano, União da Ilha, e uma coisa que todas ela tem é a paixão, e isso a gente encontrou aqui também”.

Carnavalesco promete inovação e movimentação nas alegorias

Se analisar os desfiles de cada carnavalesco da escola, nota-se muita criatividade, ousadia e inovação. Paulo Barros, por exemplo, já trouxe componentes da comissão de frente que trocavam de roupas num ato para parecer mágica, motoqueiro fantasma, e muita movimentação humana nos carros alegóricos. Paulo Menezes revela desfile fora dos moldes paulistas e garante aprovação do público.

“O carnaval de São Paulo não está acostumado a ver tanta movimentação no desfile, e esse ano vai ter. Agora, a gente não sabe como o público vai reagir a isso, mas acho que vai ser um diferencial, as pessoas vão gostar. Não tem como prever, é o resultado da avenida na hora, mas estamos confiando muito nisso”.

A trajetória da dupla é bastante lembrada ao sambista que imagina o desfile dos Gaviões, e espera grandiosidade similar. Questionado sobre como enxerga a expectativa, Paulo desvia, foca na qualidade do carnaval e desmente projeto nos moldes do Rio de Janeiro.

“A nossa expectativa é de fazer um grande carnaval, o que vier depois é lucro. É claro que são os 50 anos da escola, a gente quer muito dar de presente o título, mas são muitos fatores que influenciam e não depende só da gente. Lógico que estamos trabalhando pra isso, e o resultado é lá na avenida na hora do desfile. A gente procurou não fazer um carnaval igual do Rio de Janeiro, mas um carnaval dentro dos moldes de São Paulo. Não adianta fazer algo que é bom pro Rio, e pode não ser bom aqui. Já estamos bem adaptados. A gente estudou muito o regulamento, o comportamento do jurado, a maneira que ele julga”.

Os carnavalescos da agremiação sempre seguem a recomendação básica da escola de não usar o verde no desfile. Por ser uma escola de torcida, e remeter ao rival, eles mantêm tal pensamento. Paulo garante que pedido não atrapalhou planejamento.

“Foi só uma recomendação e que não atrapalhou a gente em nada. Quando começamos a desenhar e pintar os projetos, a gente sabia que não podia usar. Não sentimos falta porque a nossa cabeça já estava direcionada a isso. O combinado não sai caro”.

Paulo Menezes conta ao CARNAVALESCO que se mudou pra São Paulo, e com isso pode acompanhar o dia a dia do barracão.

“O boi só engordar com o olho do dono. A gente tá correndo pra poder terminar tudo tranquilamente. É um carnaval que está tranquilo, mas a gente não pode descansar. O Paulo Barro está longe, no Rio, mas eu estou aqui, todo dia no barracão. Eu nunca costumo calcular porcentagem, às vezes o trabalho emperra porque são muitas novidades pra eles, trabalhos diferentes, mas também tem horas que o trabalho flui”.

Lembrando o último carnaval dos Gaviões da Fiel, ganhador do prêmio Estrela do Carnaval em 2019, a escola levantou as arquibancadas durante grande parte do desfile. Questionado sobre força da torcida, Paulo valoriza a animação que contagia os desfilantes.

“Os componentes podem influenciar a arquibancada, da mesma forma que o público pode influenciar o desfile. Já desfilei pra concreto, já desfilei pro público vibrando e pra arquibancada fria. Quando se tem uma arquibancada vibrante, o componente automaticamente se anima e devolve pra arquibancada. Eles influenciam muito mais a gente do que vice-versa”.

Outro ponto de bastante destaque de 2019, e que carrega um onda de expectativa, é a comissão de frente coreografada pelo Edgar Júnior.

“Nós conversamos muito com o Edgar. Não adianta criarmos coisas e só entregar pro coreógrafo, tem que ter uma atenção, é o primeiro quesito da escola. Pra escola que quer ganhar, a comissão precisa ter a certeza do que está fazendo, estar ciente do que pode dar certo e errado. A gente conversa muito com o Edgar, até pra não jogar ele na arena com os leões. Tudo é conversado pra não acontecer exatamente isso”.

Ordem de desfile

A escola optou por não revelar montagem da escola e divisão de setores. Assim como a questão das fotos, vetadas pela diretoria.

“É uma estratégia minha e do Paulo Barros. A gente não gosta de abrir totalmente o enredo”, afirma Paulo Menezes.

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