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História lúdica da Tom Maior envolve as arquibancadas e desfile se destaca pelos acertos

Quarta escola a pisar no Sambódromo do Anhembi, a Tom Maior apresentou um enredo lúdico, fácil de entender, e envolveu o público com uma evolução segura e solta

Quarta escola a pisar no Sambódromo do Anhembi, a Tom Maior apresentou um enredo lúdico, fácil de entender, e envolveu o público com uma evolução segura e solta. * VEJA FOTOS DO DESFILE

Enredo

“O Pequeno Príncipe no Sertão” é um enredo inspirado na obra literária de Josué Limeira e Vladimir Barros, porém com adaptações pra fazer sentido com a maneira de contar uma história através de um desfile de escolas de samba.

O espectador que já tem um conhecimento prévio sobre a história, conseguiu entender as referências, homenagens e trechos com certa facilidade. Até porque, tanto a história quanto o samba (que funciona como uma espécie de guia), se interligam e tornam a história bem contada.

Alegorias

Intitulado como: “A travessia: Cordel em Sinfonia”, o abre alas ajuda a contextualizar o sambista ao universo do enredo, por isso notou-se elementos do agreste e sertão nos detalhes. As cores que predominaram foram o preto e o branco, uma opção monocromática, com alguns detalhes coloridos (azul, vermelho e amarelo). A alegoria em questão chamou a atenção pela movimentação, praticamente todos os elementos giravam em sentido horário e anti-horário. A parte de trás da alegoria soltava papel picado.

Assim que o Pequeno Príncipe sai de seu país em busca de resposta, ele é levado por uma revoada de Asas brancas. Esse foi o momento da história em que a segunda alegoria contextualizou: “A partida em uma revoada de asas brancas”. O carro traz vários elementos da aviação, e até coloca o seu personagem em cima de uma asa branca, logo ao centro da alegoria. Nas laterais, pôde-se notar componentes pedalando sob as aves, que formam a composição de vôo em V.

Já a terceira alegoria retrata o momento em que o Pequeno Príncipe chega na terra, o que marca o encontro com os personagens A Cobra Coral Ibobiboca e o Lobo Guará. Há algumas referências de estações de trens, uma associação ao também Guarda Chaves.

Quarta, e última alegoria apresentada pela Tom Maior, marca o encontro com o Aviador Antoine de Saint-Exupéry. Por ser uma obra literária inspirada na história literária, esse momento marcou a conclusão do desfile da escola.

Fantasias

Já reconhecido pelo trabalho de divisão de cores e diferentes elementos de alas, que se combinam ao olhar de longe, Flávio Campello manteve o estilo em sua estreia na escola.

As fantasias chamaram atenção pelos elementos de referência e homenagem, o que ajudou diretamente ao entendimento e contextualização da mensagem do setor.

Por exemplo, o elementos nas mãos dos componentes na ala 1 (Cordel em Sinfonia), a divisão em “X” da ala 04 (Os terríveis baobás), o formato de asa da Ala 06 (Asa Branca) e o detalhe da cobra no adereço de cabeça das/dos passistas, na ala 12 (A Coral Ibiboboca).

Comissão de frente

Pra quem conhece a história que a escola procurou contar na avenida, a comissão de frente teve uma associação bem clara. A coreografia relembrava o encontro do Pequeno Príncipe com o caminhoneiro, no caso, Zé Peri.

A apresentação foi composta por três movimentos diferentes, em um há interação direta com o elemento cênico. Logo no trecho “Guarde todo amor dentro do peito”, os bailarinos fazem uma saudação ao público carregado de amor e sutileza. A coreografia apresentada contou com bastante movimento ágil por parte dos bailarinos.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Numa homenagem à literatura de cordel, Jairo Silva e Simone Gomes estavam vestidos com roupas em que a cor preta foi predominante, porém com muitos detalhes coloridos.

Ambos já tem um estilo de bailar mais clássico, que valoriza os movimentos, as conclusões, de forma leve e detalhada. Jairo esbanjou simpatia e não deixou de lado o sorriso.

Harmonia

O nível e intensidade de canto da escola foi mantido durante todo o desfile. Não houve grandes momentos de oscilações, e as alas cantaram com níveis de volume quase que similares. O fato do samba ser facilmente cantado, decorado, e ter a sua compreensão tranquila, assegurou o desempenho da escola no quesito.

Samba

A ala musical da escola teve um desempenho seguro. O intérprete Gilsinho cantou em alto nível durante os 65 minutos. Ele não abusou dos cacos, valorizou e sustentou o samba. As cordas também tiveram momentos em que notou-se arranjos criativos. Como os solos dos cavacos, no trecho: “No céu se avoou a doce inspiração”. Já na parte “Se o mundo te apequena, nunca deixe de sonhar”, os cavacos dão uma acentuada maior, marcando as notas.

Evolução

A evolução da escola não comprometeu, pelo contrário, apresentou componentes soltos e alegres. Poucas coreografias puderam ser vistas, e todas coreografias eram espontaneidade do desfilante. A entrada no recuo foi realizada de forma bem tranquila. A corte apresentou uma pequena ação com os passistas. Eles criaram um círculo e a corte sambava no meio.

Outros destaques

Nessa mesma ala citada acima, uma criança chamou a atenção do público. Conforme o pequeno sambava, girava e evoluía conforme a coreografia, as arquibancadas se levantavam. Outro destaque ficou na conta do Flávio Campello. O carnavalesco se posicionou em frente ao recuo. No início estava contido, mas do meio pro final, se emocionou com a escola e vibrou nos minutos finais.

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