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‘Imperiana presente’: Lucas Donato é penta e Aluísio Machado vence pela 14ª vez no Império Serrano

Por Guilherme Ayupp e Lucas Santos. Fotos: Allan Duffes

O Império Serrano escolheu na madrugada deste sábado para domingo o hino oficial para o seu desfile no Carnaval 2020. Depois de não realizar disputa em 2019 e voltar a desfilar na Série A no ano que vem, a escola voltou a promover o concurso. Os compositores Aluísio Machado, Lucas Donato, Senna, Matheus Machado, Luiz Henrique, Thiago Bahiano, Beto BR, Rafael Prates e Renan Diniz foram os vencedores. Outras três obras disputavam a grande final. O Império Serrano será a última escola a desfilar na sexta-feira de carnaval com o enredo ‘Lugar de mulher é onde ela quiser’, do carnavalesco Júnior Pernambucano.

Cenas lamentáveis e que não condizem com a grandeza do Império Serrano aconteceram após o anúncio do resultado. Ao se manifestar contrária à escolha (por 6 votos a 3) a presidente Vera Lúcia disse que estava “deixando a escola”. A declaração incitou as pessoas e uma briga generalizada ocorreu na quadra, com mesas e cadeiras voando na direção do palco enquanto os compositores vencedores celebravam a vitória. Integrantes da harmonia da escola se feriram na confusão. O samba escolhido foi cantado rapidamente e antes das 04h30 a quadra começou a ser esvaziada.

Formada por uma mescla que reuniu o vitorioso Aluísio Machado, compositor campeão pela 14ª vez na escola e autor de clássicos do Império como ‘Bum Bum Paticumbum Prugurundum’, ‘Eu quero’, ‘Verás que um filho teu não foge à luta’ e ‘O Império do Divino, a parceria consagra também Lucas Donato, vencedor pela quinta vez seguida, já quem em 2019 não houve concurso. Matheus Machado, neto de Aluísio e primeiro mestre-sala da escola, vai vivendo um ano especial com seu primeiro samba na escola. Senna vence pela terceira vez e Beto BR pela segunda. Os demais compositores sagraram-se campeões pela primeira vez.

“Hoje eu saí de casa, pensando em fazer história. Empatei com o meu avô. Ele ganhou cinco e eu hoje cheguei na quinta. É a maior emoção da minha vida. Essa vitória eu dedico a minha mãe e minha vó que me criaram. Foram a inspiração para eu fazer esse samba. Eu sabia que isso ia acontecer. Eu tinha convicção que a minha escola ia me honrar. Sem palavras”, afirmou o compositor Lucas Donato.

Mestre-sala e também compositor faz história

O samba foi defendido na quadra por Emerson Dias e Grazzi Brasil. A bateria cantou bastante o samba antes de subir o ritmo. A composição apostou em uma melodia mais valente, o que contagiou alguns integrantes fora da torcida no centro da quadra. A bateria fez bossa durante a apresentação, valorizando ainda mais a obra.

“Graças a Deus. Acredito que eu esteja fazendo história. Não só no carnaval, mas na escola. Pelo o que eu conheço, não tenho certeza, mas acredito que eu seja o primeiro mestre-sala a ganhar um samba dentro da escola. E estou fazendo mais história ainda porque eu tô ganhando com o meu avô (Aluísio Machado). É muito gratificante. Feliz pra caramba. E qualquer resultado que desse eu estaria feliz também, porque eu aprendi a ser profissional acima de tudo”, disse o mestre-sala e compositor Matheus Machado.

A quadra do Império Serrano esteve lotada durante a noite da escolha do samba. Um dos momentos marcantes da noite foi a homenagem à Andrea Machado (mãe do primeiro mestre-sala Matheus) e Jerônymo da Portela. Eles bailaram pela quadra por alguns minutos, levando o público a um emocionante túnel do tempo. A rainha Quitéria Chagas também abrilhantou a festa com sua simpatia peculiar, bem como a rainha da escola, Monique Rizeto. Leléu e o carro de som imperiano reviveram os grandes sambas da discografia da escola durante a apresentação de segmentos. Entretanto, os sambas que rebaixaram o Império nos últimos dois carnavais foram esquecidos na quadra.

Enredo não abordará aspectos políticos

Embora tenha em seu cerne a luta de mulheres ao longo da história por direitos iguais, o enredo do Império Serrano não vai aprofundar no aspecto político na avenida, embora seja impossível se desvencilhar completamente desta característica, conforme explica o carnavalesco Júnior Pernambucano.

“O enredo do Império Serrano está construído todo em cima de grandes mulheres empoderadas ao longo da história. Personagens que iremos retratar nas nossas alas e alegorias. Eu recebi uma repercussão muito favorável e não temo este ‘fla-flu’ político que toma conta de nosso país. Não vamos nos aprofundar nesse aspecto”, ressalta.

Junior Pernambucano recebeu amigos e colegas no seu camarote durante a final de samba. O artista não escondeu sua emoção por estar em uma das agremiações mais importantes do carnaval carioca.

“É muito especial, é uma escola apaixonante, muito querida, muito tradicional. Sinto uma grande responsabilidade em receber a honra de fazer o Império Serrano. Preocupa essa questão financeira mas eu confesso estar bastante acostumado a isso. Tento me programar o máximo possível para não haver sufoco”, disse.

Diretor de carnaval é indiferente sobre disputa com a Imperatriz

Se tem alguma escola de samba temendo a presença da Imperatriz na Série A, essa não é o Império Serrano. Pelo menos não para o diretor de carnaval José Luiz Escafura. Em entrevista ao site CARNAVALESCO, ele minimizou a presença da Rainha de Ramos na principal divisão de acesso ao Grupo Especial.

“Particularmente sou indiferente. Não fico feliz ou triste pela presença deles na Série A. O que eu garanto é que o Império vai fazer o seu trabalho. Somos uma escola muito grande com uma obrigação de disputar o título do carnaval sempre que for desfilar”, promete.

Escafura falou ainda sobre as dificuldades enfrentadas pelas escolas da Série A e disse acreditar que as agremiações recebam ainda subvenção pública.

“Eu não penso em reduzir nada. Vamos desfilar com 4 alegorias e 1.800 componentes. Eu acredito que essa situação da verba vai se resolver da melhor maneira e teremos um grande desfile ano que vem”, torce.

Defesa a música apresentada no desfile de 2019

O cantor Leléu, que em 2020 vai conduzir sozinho o samba imperiano na Avenida, aproveitou para falar do desfile de 2019.

“Eu acho que agora o Império Serrano finalmente vai desfilar com um samba-enredo propriamente dito. O enredo de 2020 é magnífico, já diz tudo, é o empoderamento feminino que hoje em dia estamos todos lutando por isso. O Império Serrano vai cantar de forma especial. Criticaram o Império Serrano por uma questão técnica. E tecnicamente, eu acho que a música foi muito bem na Avenida. Eu acho que deu certo sim transformar a música “O que é, O que é” em samba enredo. E tanto o carro de som, quanto a bateria Sinfônica, do mestre Gilmar, com muito ensaio conseguiram isso. Agora se a música não era pra ser transformada em trilha sonora do Império, isso é uma outra história a ser comentada, e não criticar o trabalho que foi feito pelo Império Serrano”.

Em entrevista ao CARNAVALESCO, mestre Gilmar falou da bateria em 2019. O comandante da Sinfônica do Samba abordou também a obra que foi apresentada no desfile desse ano.

“O ano de 2019 foi um ano que eu completei 10 anos como mestre de bateria. Foi o ano mais desafiador para mim por conta da música. Eu acho que o nosso samba de 2019 foi o mais falado, mais comentado positiva e negativamente. Tive que mudar um pouco o andamento da bateria. Por mais que o Império seja uma bateria que tem um andamento agradável, a gente teve que fazer um trabalho de manter uma pulsação que é muito difícil, porém na Avenida eu fiquei muito satisfeito porque a gente conseguiu realizar o que a gente se propôs a fazer para aquela música”, disse Gilmar, que completou sobre o que esperar do trabalho em 2020.

“O método do trabalho não muda em muita coisa não. Vou desfilar com a mesma quantidade de ritmistas: 270 integrantes e não muda a mentalidade não”.

Casal troca elogios

A nova dupla de mestre-sala e porta-bandeira do Império Serrano já mostrou entrosamento na apresentação feita durante a final de samba. Ao site CARNAVALESCO, ele comentaram o momento que vivem e falaram da parceria.

“Estou muito feliz, tenho ensaiado muito com a Verônica, eu sou de uma linhagem de família com raiz no Império Serrano, da minha mãe, do meu pai, do meu avô. E, estou treinando bastante para alcançar as notas máximas pra minha escola. Vai ser uma experiência incrível dançar com ela. É uma porta-bandeira experiente, eu sou novo, tenho apenas 20 anos, ela pode me guiar para a vitória, para conseguirmos realizar o melhor trabalho”, disse o mestre-sala.

“Uma nova parceria, da escola, dançar com alguém que tem raízes tão ligadas a escola dá uma motivação a mais, além disso é um profissional talentoso. É um grande prazer”, completou a porta-bandeira.

Como foram as apresentações dos outros finalistas

Parceria de Marcão da Serrinha: O grande destaque da apresentação foram os intérpretes Vítor Cunha e Carlinhos da Paz. Embora o início da apresentação tenha sido promissor, o samba não manteve a sustentação de seu rendimento. Apenas a torcida cantou o samba, com o restante da quadra se limitando a assistir. Essa característica ficou clara na passada apenas para o canto, sem a bateria.

Parceria de Henrique Hoffman: Impulsionado pela potência vocal de Tinga, o samba conquistou a quadra terminando como a melhor apresentação da final. Mesclando refrões de melodia valente com trechos intermediários mais dolentes, a composição conseguiu ser aquela que contagiou mais pessoas fora da torcida do samba.

Parceria de Pixulé: a obra apostou em uma melodia bastante dolente, bem ao feitio do estilo de cantar de Pixulé. Esta característica deixou o samba em um andamento excessivamente lento, causando desencontro entre o canto do palco e a bateria, tornando a apresentação fria. Na passada só com o canto da quadra o desempenho também não foi satisfatório, pois pouco se ouvia a quadra cantar a composição. A apresentação transcorreu após esse momento na mesma tônica: pouco canto, apesar do esforço dos intérpretes no palco.

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