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Independente Tricolor traz os males encarados pelos brasileiros na história em desfile de protesto

Quarta escola a pisar na avenida, a Independente Tricolor levou para a avenida o enredo “Brava gente, é hora de acordar!” com a proposta de mostrar os problemas que o povo brasileiro sofre desde os tempos da colonização. Com destaque para a dança vibrante do casal de mestre-sala e porta-bandeira, o bom desempenho da bateria e a sinergia entre todos os componentes, a agremiação terminou sua apresentação com 57 minutos sem demonstrar nem um pouco de preocupação.

Comissão de frente

A comissão de frente da tricolor, de nome “Brava Gente” e liderada pelo coreógrafo Arthur Rozas, fez uma apresentação segura, com duas encenações diferentes que ocorreram ao longo de uma passagem do samba cada. A coreografia, porém, foi engessada e de interpretação confusa na pista, acabou não animando o público. Pode garantir os pontos na hora da apuração, mas não mais do que isso.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Em compensação, o casal de mestre-sala e porta-bandeira da Independente, Jefferson Antônio e Thais Paraguassu, foi um dos grandes destaques do desfile. Felizes com sua dança, o casal se soltou e bailou de forma animada e com grande sincronia, bem de acordo com o esperado dos representantes do quesito. Vieram representando indígenas junto de um conjunto de guardiões, todos com suas fantasias de nome “Os donos da terra”.

Harmonia

O canto da escola começou em alto nível, com destaque para a grande animação da segunda ala, que vieram vestidos da ave mitológica Fênix. Outro momento de grande destaque foram os apagões da bateria, onde ficou visível o canto vibrante e elevado de toda a comunidade. As crianças do terceiro carro também chamaram atenção por estarem com o samba na ponta da língua. O quesito pode ser um diferencial no dia da apuração.

Enredo

A Independente apresentou um enredo de leitura fácil. Os setores vieram representando desde o período da colonização até os tempos atuais, passando por todos os problemas que os brasileiros encaram desde a chegada dos europeus. Da invasão dos colonizadores à injustiça social, a apresentação e encerrando com uma mensagem de esperança por uma nação de fato independente, tal qual o nome da escola.

Evolução

A evolução da escola foi impecável. Todo o desfile transcorreu com grande tranquilidade e não foi observado nenhum momento de tensão. Muitas alas estavam animadas e brincaram ao som dos ritmistas da tricolor. Tecnicamente, nada a contestar do desempenho técnico da escola.

Samba-enredo

A animação dos componentes, porém, encontrou uma barreira na hora de se transmitir ao público presente no Anhembi. O samba da escola, burocrático e sem nenhum ponto de grande destaque, não empolgou e apenas chamou atenção nos momentos de apagões e bossas. Os refrões possuem versos pouco harmoniosos, o que prejudicou na hora da transmissão da mensagem, por mais que tenha sido bem interpretado por Rafael Pinah.

Fantasias

Em geral belas, as fantasias da Independente oscilaram entre momentos de fácil e difícil interpretação. As alas do terceiro setor conseguiram transmitir bem suas mensagens, porém no segundo, alas como a das baianas, que representaram a intolerância religiosa, foi difícil de compreender. Alguns adereços foram comprometidos, como as correntes de algumas fantasias da ala Correntes da Opressão.

Alegorias

Com um abre-alas grande e de acabamento impecável, o conjunto alegórico da Tricolor conseguiu transmitir com grande facilidade suas mensagens, iniciando com o tema “O monstro do terceiro mundo”. O segundo carro, “O circo da injustiça social”, veio com a frente na forma de um picadeiro com artistas coreografando, enquanto a parte de trás exibia uma grande favela bem caracterizada. Encerrou com o carro da Nação Independente, repleto de crianças muito bem inseridas dentro da comunidade como já citado anteriormente.

Outros destaques

A Independente Tricolor chamou atenção por conta do grande comprometimento de sua comunidade. Dentro da pista, a correspondência ficou explícita nas variadas bossas da bateria, e foi bonito de ver. As alas coreografadas, em especial a ala 15, “Manifestação: O despertar do povo”, fez uma apresentação fantástica e ajudou a dar uma animada na parte final do desfile da escola.

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