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Laíla destaca comunidade da Unidos da Tijuca e promete carnaval competitivo: ‘Não posso errar’

O olhar está mais sereno, como se tirasse um enorme peso das costas. O caminhar manso segue o mesmo. O corpo está mais esguio. O desejo de vencer segue inabalável. Laíla vive uma nova fase em sua vida, depois de quase quatro décadas dedicadas à Beija-Flor entre idas e vindas. De volta à Unidos da Tijuca, após rápida passagem nos anos 80, o experiente diretor de carnaval atendeu a reportagem do CARNAVALESCO para uma franca e aberta entrevista. Sem mágoas da antiga escola, revela que a saída fez bem para ambos. Não se furta em se posicionar contra as encomendas de samba e faz uma exigência a si mesmo nesse início de trabalho na escola do Borel:

“Eu não posso mais errar. Estou com emoção nos olhos e no coração”, Laíla

Como foi o contato da Unidos da Tijuca para te contratar?

“Recebi um recado de uma pessoa da Liesa que o Fernando Horta havia deixado o telefone caso houvesse o meu interesse em trabalhar na escola. Eu liguei de imediato. Marcamos na minha casa. Em menos de 10 minutos atingimos um denominador comum. Ele expôs as mudanças que desejava e eu expus os caminhos possíveis. Deixei muito claro que se houvesse qualquer pessoa contrária à minha ida para a escola que eu não viria”.

Mas o presidente Fernando Horta movia um processo contra você. Como ficou?

“Isso morreu no dia que fomos em juízo para acertarmos as conversas. Foi um ponto final ali mesmo”.

O processo de saída da Beija-Flor lhe magoou?

“Trabalhei na Beija-Flor 36 anos. Acho que foi bom para os dois lados. A única coisa que gostaria que entendesse é que minha volta para escola lá em 1995 foi fundamental para a força atual da mesma. O que a comunidade da Beija-Flor fez e faz por mim eu nunca mais vou esquecer”.

Você teve uma rápida passagem pela Tijuca nos anos 80. Que escola encontrou agora?

“Eu tive que montar determinadas comunidades em outros trabalhos, aqui eu não preciso fazer nada disso. Estamos vivendo uma grande união aqui dentro. As pessoas estão entendendo o que estamos propondo. A Tijuca é uma escola que tem condições de ganhar título. Foi por isso que eu vim”.

Devem ter chovido propostas na sua mesa?

“Recebi uma proposta de uma outra agremiação que era cinco vezes maior ao que me foi oferecido pelo presidente Fernando Horta. Não quis ir. Fui bastante direto que gostaria de ganhar carnaval”.

Qual o seu maior desafio no início de trabalho na sua opinião?

“Nós pretendemos na Tijuca valorizar ao máximo a comunidade. Em todas as escolas que passei eu determinei isso como prioridade. As conversas que estamos tendo e reuniões. Temos um horário de desfile difícil, tenho essa consciência. As escolas de domingo, exceto a Grande Rio, todas já foram campeãs. Esse ano não havia possibilidade de troca. Vamos ter de trabalhar muito, conscientizar o componente. Informação que eu tenho é de um povo muito ordeiro. Eu não posso mais errar. Estou com emoção nos olhos e no coração”.

A Unidos da Tijuca também é conhecida por ser um rolo compressor, você concorda?

“Só tenho elogios à comunidade da Tijuca. Eu vou buscar os ingredientes para fazer com que a emoção tome conta de cada um. Peço ao povo do samba que aguarde a escola, a última de domingo. É claro que pego um trabalho bastante forte já de canto, mas o velhinho vai dar o seu tempero e vocês vão ver (risos)”.

A disputa de samba vai sofrer alguma mudança?

“Tenho algumas coisas que já conversei com o Fernando Costa. Não vejo escolha de samba sem participação das pessoas que estão envolvidas. Uma coisa que implementei é o resultado ser dado tão logo acabe a noite de disputa. Divulgar depois na internet perde o brilho. Um dos pedidos do presidente foi de que era preciso ter um grande samba. A safra é a melhor dos últimos tempos”.

Alguma mudança nos ensaios?

“Pretendo trabalhar a comunidade todo dia. O ensaio de rua da Tijuca dizem que é uma loucura. Queremos setorizar tudo para definir o que será feito. O Fernando Costa é uma pessoa fundamental em nossa engrenagem. Ele tem 28 anos de Unidos da Tijuca e isso jamais pode ser desprezado”.

Já conversou com o Casagrande sobre o andamento da bateria? Vai mudar?

“Eu sempre tive a maior admiração pelo Casagrande e ele por mim. Já tivemos uma boa conversa. Vamos voltar o andamento para 144 BPM (batidas por minuto), a não ser que o samba tenha algum aspecto específico e peça algo diferente. Mas a priori eu vou vir com esse andamento e ele concordou de imediato”.

Qual a sua opinião sobre as encomendas de samba?

“Eu sou contra. Os poetas cariocas estão de luto e eu também. Mas quem sabe é quem manda nas suas escolas”.

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