O presidente da Estação Primeira de Mangueira, Elias Riche, assinou uma arta de intenção com a Capivara Filmes, através do empresário Dio Trotta, para a realização de um desfile virtual em novembro deste ano. Em entrevista ao CARNAVALESCO, Leandro Vieira contou que aprova o projeto.

“Gosto das ideias que surgem nesse período de escassez e que colocam a possibilidade de contratação imediata do material humano que faz carnaval como prioridade. Embora o projeto seja pensado para o campo virtual (onde a aglomeração que caracteriza o desfile é impossível para o momento em que vivemos e só podemos vislumbra-la no campo da ficção) o projeto prevê a realização física de cerca de 300 figurinos carnavalescos inéditos. Isso quer dizer que, mesmo sendo um desfile virtual, no campo da vida real, haverá trabalho e por consequência renda para uma série de profissionais que estão há mais de um ano em situação de vulnerabilidade”, explicou.

Perguntado sobre ideias de enredos para o desfile virtual o artista mangueirense não descartou algo surpreendente.

“Isso talvez seja o mais difícil, ao tempo que é também o mais animador. A possibilidade de fazer novamente algo que inicialmente foi pensado para a Mangueira pelo Júlio Mattos ou pelo Max Lopes dá uns gatilhos maneiros pra mim que lido com a estética e com o discurso da Mangueira nos últimos anos. Mas não descarto a possibilidade de fazer algo mais inesperado. Menos “dentro da caixa”. Uma proposta inusitada como essa é uma loucura saudável. Não quero mergulhar na loucura me escorando em sintomas de algo racional. Mas pra não te deixar sem uma resposta, creio que a Mangueira de 1988 ocupe um lugar especial na cabeça desse carnavalesco”.

Leandro Vieira é craque no desenho manual. Ele contou ao CARNAVALESCO como seria sua participação no projeto.

“Minha praia é a criação e meu negócio é fazer carnaval. A tecnologia virtual empregada na realização desse possível projeto estará na mão de quem tem isso como negócio. Os caras são craques nisso, e eu vou entrar com o que eu tenho feito nos últimos anos: algumas ideias na cabeça, uns rabiscos coloridos nuns papéis e a transformação disso em carnaval”.

Em fase de desenvolvimento, o projeto, criado por Dio, prevê uma versão digital do desfile da escola, criado com uso de tecnologia que mistura filmagem, animação em 3D e cobertura ao vivo. A ideia é recriar a atmosfera do carnaval na Candelária da década de 1960, unindo a emoção da bateria tocando ao vivo e os principais componentes de uma escola: Mestre-Sala e Porta-Bandeira, Comissão de Frente, Ala das Baianas, Passistas, Carros alegóricos. O desfile virtual terá realização 100% através de computação gráfica e animação 3D, proporcionando uma experiência inédita ao público.

“Acho que tudo que é opção que apresente como resultado prático a possibilidade de contratação e retomada de renda de quem fez do “fazer carnaval” sua profissão válido. Se nesse momento o que é possível fazer para retomar a cadeia produtiva do carnaval de forma imediata é isso, não há dúvidas de que devemos olhar para isso como algo que inventa alguma espécie de retomada”, comentou Leandro Vieira.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui