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Mocidade faz o ensaio tão esperado pelo componente: com leveza e entrosamento entre todos os setores

Por Eduardo Fonseca e Gabriella Souza

A Mocidade Independente de Padre Miguel realizou no início da noite deste domingo, na Praça de Guilherme da Silveira, seu terceiro ensaio de rua rumo ao Carnaval 2020. Com 1h5 de duração, os grandes destaques foram a bateria Não existe mais quente de mestre Dudu e o carro de som comandado por Wander Pires. Sincronia foi o ponto forte. A escola conseguiu estar quase que interligada, com bateria, carro de som, casais e componentes sem correria e com leveza.

“Vamos rasgar esse chão de Padre Miguel”. A fala do diretor de carnaval, Marquinho Marino, foi o impulso certo para os componentes se animarem com a arrancada do samba. Com uma fala imponente, Marino ressaltou a organização conquistada pela verde e branco. Afirmou aos componentes que os carros e fantasias já estavam sendo encaminhados para a finalização e que a agremiação já estará pronta duas semanas antes do desfile, tranquilizando os componentes que já vem preocupados com tais quesitos, deixados à desejar nos últimos anos de desfiles da verde e branco.

Harmonia

“Hoje, eu estou amando isso aqui, muito animado com esse ensaio”, iniciou Wander com brilho nos olhos e potência na voz. O carro de som é forte e entrosado, sem perder nível de qualidade ao sustentar o samba. O canto das alas foi firme e contínuo, com muita animação e explosão no refrão. Na cabeça da escola o canto foi tão forte que era difícil ouvir o carro de som. As alas mais distantes do carro e da bateria conseguiram acompanhar com o samba na ponta da língua quase como uma capela. Porém, poucos componentes da escola que ainda trocam o “esquece” ao invés do “enfrenta” atualizado na nova letra, no trecho “Brasil enfrenta o mal que te consome”. Mas nada que prejudique o produto final de canto da escola, que mostrou vivacidade e dedicação com samba.

Evolução

O quesito parece estar no caminho correto. Mesmo com as paradas técnicas (casal e bateria) não foi notada a escola parada demasiadamente. As alas fluíram corretamente. Mesmo no momento mais tenso de qualquer ensaio ou desfile, que é a entrada da bateria no recuo. A verde e branco executou o movimento com precisão. O primeiro ensaio de rua em 2020 mostrou o profissionalismo e segurança da direção da escola em apresentar o equilíbrio ideal entre o trabalho sério e a diversão. O componente pode curtir, dançar e evoluir na medida certa e correta sob os comandos de uma diretoria que soube segurar bem cada passo. Muitas alas levaram adereços como balões, pompons e fitas que criaram um visual bonito e alegre na movimentação, animando o público a acompanhar os componentes. O independente está leve e feliz com o enredo e demonstrou que não irá poupar festa para este ano em seu desfile, seja na rua ou na Avenida.

“O primeiro ensaio era para tirar a ferrugem. Acho que hoje tirou né? Eu sou extremamente crítico. E isso ajuda a melhorar. O ensaio de hoje ajudou a elevar um pouco mais o nível do trabalho da escola. A minha intenção é que o nível cresça aos poucos. Temos de chegar no ápice na hora certa. Na verdade, não acho que seja ponto a ser melhorado. Mas, aprimorados. Ajustar a sintonia fina. Andamento, balanço dos componentes na frente do jurados, por exemplo. Eu não posso ter a escola parada na frente do jurado. Escola parada, é escola balançando. Agora vamos partir para esse ajuste”, explicou o diretor de carnaval Marquinho Marino.

Samba-Enredo

Um início apoteótico de ensaio com o lendário samba “Sonhar não custa nada”, a pedido do diretor de carnaval, era o prenúncio do que estava por vir. Wander Pires conduziu a obra com sua famosa técnica e maestria. A vontade do componente de poder finalmente cantar um samba com este enredo tão esperado estava nítida nos olhos e cantos de cada um, assim como dos dirigentes. O samba é um dos mais bem cotados para este ano e parece ter encaixado perfeitamente com a identidade da escola. A animação e os braços e vozes gritadas no refrão “Laroyê e Mojubá” mostraram para Elza, que seu povo, fielmente, esperou tanto para revê-la e que não decepcionará no entusiasmo e dedicação ao pisar na Avenida.

“Acho esse clima da escola maravilhoso. É um samba que já caiu nas graças do povo. A diretoria foi muito sábia na escolha, porque era um samba que já estava na mídia e na boca de todos. E eu tenho certeza que esse samba irá fazer a Mocidade conquistar esse título junto com o enredo da nossa grandiosa Elza”, disse Wander Pires.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O casal recém formado mostrou muita segurança na dança. O que se viu foi uma evolução clara dos dois, com a coreografia bem executada, densa e encaixada perfeitamente com os versos do samba. A leveza da dança veio com muita beleza e sutileza no manejo com o pavilhão. Diogo e Bruna mostraram na ponta do pé que ensaio e comprometimento não irão faltar entre eles para a conquista da nota máxima do quesito. Finalmente, o casal vem conquistando a confiança e o apoio completo do torcedor independente.

Bateria

A bateria contou com uma sequência impressionante de bossas e paradinhas. Consistente, manteve seu nível até o final. Bem no começo do ensaio perdeu um pouco o andamento, que segundo o relato de alguns ritmistas, foi devido ao carro de som estar muito alto perto da bateria. Após a arrancada e o avanço, tudo voltou ao normal. Naipes organizados e bem divididos. Com a novidade do naipe de timbales introduzidos na bateria para o desfile desse ano, ausentes no ano passado. Destaque para os tamborins, naipe mais seguro e bem executado.

A “Não Existe Mais Quente” parece ter gostado das coreografias no interior da bateria, o que vem dando certo e animado o público. No trecho “abre os caminhos para Elza passar” é formado um corredor para o desfile da rainha, Giovanna Angélica, hoje marcando presença e mostrando samba no pé e muito entrosamento com os ritmistas ao utilizar de uma coreografia sincronizada com as paradinhas. Alguns pontos de organização ainda precisam ser acertados pela bateria, mas a sensação foi que os ritmistas estavam finalmente se sentindo em casa, no andamento e desenhos ideais para a identidade da bateria.

“Fiquei muito feliz com esse primeiro ensaio do ano. Primeiro de tudo é que esse samba me contagia, estou muito feliz por essa escolha, foi um ensaio magnífico. Executei bastante bossa hoje para poder reparar e acertar algo que falta nelas e nas paradinhas. Fiquei muito contente também com o andamento”, explicou mestre Dudu.

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