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Morro da Casa Verde apresentou enredo facilmente compreensível e pode defender permanência no grupo

Atual campeã do Grupo de Acesso 2, o Morro da Casa Verde abriu a noite de desfiles do Grupo de Acesso 1. A proposta narrativa da escola foi de fácil compreensão, o que tornou o entendimento do desfile mais fácil. Porém, houve alguns problemas de evolução que pode atrapalhar o rendimento da agremiação.

Evolução

O início do desfile foi seguro, a escola optou por andar mais cadenciado. Porém, quando a bateria entrou no recuo, a ala de frente andou antes do espaço ser preenchido. O que fez a escola alguns desfilantes andarem com mais intensidade.

Enquanto o segundo setor passava em frente ao setor C, logo no minuto 0:25, a escola ficou um tempo considerável parada, o que divergiu com o modo de andar da escola, adotado no início.

Enredo

O Morro da Casa Verde optou por fazer uma grande homenagem aos orixás: Oxalá “Epá Babá”, Oxossi caçador “Okê Arô”, Obaluaê curandeiro “Atotô”, e São Jorge Guerreiro, padroeiro do terreiro da escola, por isso o tema “Sob a proteção de Oxalá, festa no terreiro de bambas para caçador, curandeiro e padroeiro”.

Resumidamente, cada setor contava uma história e falava sobre um orixá em específico. Primeiro setor (Criação da terra por Oxalá), Segundo setor (Oxóssi), Terceiro setor (Obaluaê) e Quarto setor (Salve Jorge).

A escola optou por não seguir uma ordem cronológica, o que deixou o tema mais próprio. Dito isso, a identificação rápida e associação do público com os orixás, não foi complicada. Tanto as fantasias, quanto as alegorias, deixaram explícita a ideia da comunicação. Por ser uma homenagem, o entendimento do enredo foi simples.

Harmonia

O samba por si só exigiu um comprometimento e uma atenção maior do componente com a correta pronúncia da letra. Por exemplo, a diferença na forma de falar “ayê” e “Laroiê”. Houve setores da escola que cantaram mais, outros menos, mas nada que afetasse tanto o desempenho do quesito.

Samba

Como já citado acima, o samba trouxe elementos de religião africana, o que enriqueceu a obra, e fugiu das rimas óbvias. Juninho Branco, o intérprete oficial, fez um desfile seguro, valorizou o cantar e optou por poucos cacos.

Comissão de frente

A comissão de frente da escola representava o momento em que Exú anuncia que foi criada a luz sob as trevas, no caso, o sol que governa o dia, e a lua que governa a noite. A coreografia foi dividida entre 4 personagens: Exú, Sol, Lua e Trevas. O componente que representou Exú, evoluiu praticamente todo o momento durante a coreografia. O Sol e a Lua evoluíam em momentos específicos, assim como as Trevas.

A interação com o público e as arquibancadas foi notada em 3 atos, durante uma passagem do samba. Destaque para a coreografia no trecho do refrão principal, que contou com uma interação maior com os sambistas que assistiam. Fantasias coloridas com faisões. Coreografia mais clássica, e Exu sempre centralizado.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

O primeiro casal da agremiação, Leonardo Silva e Mariana, bailaram de forma segura, sem correr riscos. A dupla apresentou minuetos, girou nos dois sentidos exigidos pelo regulamento (horário e anti-horário) e apresentou o pavilhão para a segunda torre de jurados do quesito.

Dentro do enredo, ambos representavam “ A paz de Oxalá”, e por isso suas fantasias tinham pequenos detalhes que representavam Oxalá. Fantasia toda em branco.

Um ponto de destaque é que a escola pisa no Sambódromo pela primeira vez com o pavilhão novo. Pra esse ciclo de carnaval, o Morro da Casa Verde optou pela mudança do logo, o que resultou numa cara mais moderna, e o símbolo esteve presente no pavilhão. O desenho das faixas e a organização das cores se mantém da mesma forma em comparação ao pavilhão do desfile anterior.

Fantasias

Como comentado no parágrafo de “Enredo”, as associações das fantasias com o tema não foi um problema. A escola equilibrou as composições de mãos em algumas alas. Por exemplo: As primeiras e últimas alas continham adereços de mãos, o restante da escola ficou livre pra evoluir. Em relação às cores, grandiosidade e tamanho do adereço de mão, a ala Ala 4 (Oxalá) chamou a atenção.

Notou-se alguns componentes desconfortáveis com o adereço de cabeça. Conforme evoluíam, eles saiam de posição. Pela combinação do vermelho com o dourado, detalhes do adereço de cabeça e costeiro, aliado às cores da terceira alegoria, a última ala se destacou.

Alegorias

A escola optou por três alegorias no desfile. Carro 1: “Orum, templo da criação de Olorum e Oxalá”, que representou o templo sagrado e morada de Olorum e Oxalá. A alegoria continha cores como; prata, lilás e azul. Ela trouxe placas de LED no pé dos componentes de composição na lateral. O carro 2 : “Salve as matas de Oxóssi”, já trouxe elementos de matas, indígenas, onças, e claro, Oxóssi. No carro 3: “No terreiro de bambas, um altar para exaltar nosso padroeiro, São Jorge guerreiro. Ogunhê”, a agremiação trouxe um grande altar pra exaltar São Jorge e Ogum, com lua, guardiões, guerreiros, soldados e iansã.

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