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‘O estado é laico e não podemos confundir o púlpito com o palanque’, diz Benedita da Silva

O site CARNAVALESCO inicia nesta sexta uma série de entrevistas com os candidatos à Prefeitura do Rio. Milhões de cariocas vão às urnas no próximo dia 15 de novembro para eleger o representante que vai gerir o município pelos próximos 4 anos. O carnaval é uma das agendas mais importantes da cidade, afinal de contas a arrecadação obtida com os dias de folia fomenta a economia da capital fluminense os 365 dias do ano. Por isso nossa reportagem entrou em contato com os candidatos. As perguntas foram rigorosamente as mesmas para todas as candidaturas.

A primeira entrevistada é candidata Benedita da Silva (PT). Benedita se elegeu vereadora do Rio em 1982. Quatro anos mais tarde estava no Congresso Nacional, como deputada federal, reeleita em 1990. Militante do movimento negro desde o início de sua trajetória oolítica, foi derrotada nas eleições de 1992 para a Prefeitura do Rio. Em 1994 elegeu-se senadora da república. Cargo que abdicou em 1998 para ser vice na chapa de Anthony Garotinho ao governo estadual. Eleita com o companheiro de chapa, Benedita assumiu o Palácio Guanabara em 2002, após a renúncia do titular para concorrer à presidência da república. Está na terceira legislatura consecutiva como deputada federal pelo Rio de Janeiro. Benedita é a autora do projeto da lei Aldir Blanc, que estabeleceu um auxílio emergencial para os trabalhadores da cultura.

Confira a entrevista com a candidata:

A atual gestão comandou uma cruzada contra o carnaval e as escolas de samba. A sua gestão vai dar apoio institucional e financeiro à festa?

Benedita da Silva: Sim, a prefeitura vai voltar a dar apoio institucional e financeiro ao Carnaval. Segundo a Constituição, o Estado é laico e não podemos confundir o púlpito com o palanque, como tem feito o prefeito. O Carnaval é uma manifestação cultural vigorosa, grande gerador de emprego e renda. O desfile da Sapucaí é o maior espetáculo da Terra. Jamais a prefeitura poderia ignorar essa atividade tão fundamental para o carioca e para atrair turistas do país e de todo o mundo, gerando uma poderosa arrecadação.

As escolas da série a tem cada vez mais dificuldades em construir o seu desfile sem barracões. Qual a sua opinião sobre a Cidade do Samba 2?

Benedita da Silva: Mesmo antes da pandemia, as escolas de samba já vinham tendo dificuldades para levar o Carnaval, muito em função da má vontade do prefeito. É importante ajudar as escolas de samba a encontrarem os caminhos para superar seus desafios de financiamento. O apoio da prefeitura pode ajudar, mas as escolas também precisam encontrar maneiras para sustentar suas atividades.

Como a prefeitura pode fomentar o carnaval de rua e os blocos, que trazem milhares de turistas para a cidade no período de carnaval?

Benedita da Silva: Primeiro, não interferindo arbitrariamente em sua livre manifestação. Segundo, garantindo segurança, condições sanitárias, promoção da cidade e de sua cultura no Brasil e no exterior. Terceiro, buscando conjugar a alegria com a conveniência dos moradores e o fluxo do trânsito. O resto é por conta dos foliões.

O que você considera que deva ser feito com o sambódromo? Passar ao governo estadual ou manter com a prefeitura?

Benedita da Silva: O Sambódromo deve continuar com a prefeitura, que precisa ser mais eficiente e produtiva no uso desse espaço durante o ano todo. Já tivemos muitos shows na Praça da Apoteose, eventos que geram muito trabalho para o povo e alegria para a cidade. O que falta é vontade e capacidade de trabalhar e promover o turismo do Rio.

Como a sua candidatura enxerga a importância do carnaval para a arrecadação da cidade do Rio de Janeiro?

Benedita da Silva: Muito importante, não só durante o período do evento, mas também durante todo o ano, com o trabalho dessa verdadeira indústria. Nós precisamos criar roteiros culturais no Rio, para atrair mais turistas. E nesses roteiros, o mundo do samba é obrigatório. As atividades precisam acontecer o ano todo.

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