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Parceria de Diego Nicolau vence e declara: ‘Arma do Império da Tijuca em 2020 é a poesia’

Por Alberto João, Daniela Safadi e Lucas Santos. Fotos: Magaiver Fernandes

O Império da Tijuca definiu seu samba-enredo para o Carnaval 2020, na madrugada deste domingo, na quadra da Unidos da Tijuca. A parceria vencedora é composta pelos compositores Diego Nicolau, Tinga, Pixulé, Braguinha, James Bernardes, Jota e Tem Tem Jr. A escola do morro da Formiga será a última a desfilar no sábado de carnaval, pela Série A, com o enredo “Quimeras de um eterno aprendiz”, do carnavalesco Guilherme Estevão.

“O que fez a diferença foi a união dessa parceria que ganhou aqui pelo segundo ano seguido. Esse samba é uma obra de arte. E essa parceria é uma verdadeira família. Não é a toa que somos bicampeões. Não é uma parceria não, é uma família”, disse o compositor Tem Tem Jr.

“A emoção é de como se fosse o primeiro. Hoje estou ganhando aqui no Império pela quarta vez. Essa parceria fez por merecer. O samba é lindo e vai abençoar o Morro da Formiga a retomar o seu lugar de escola educativa, passando conhecimento e sendo respeitada”, comentou o compositor Jota.

Na semana passada, a escola teve sua final de samba cancelada pela Polícia Militar por falta de alvará para realização do evento na quadra da Alegria da Zona Sul. Dessa vez, tudo ocorreu na mais perfeita ordem, embora, o público tenha sido menor, já que no mesmo horário a Mocidade Independente de Padre Miguel estava escolhendo seu samba-enredo. Antes da final, a escola realizou a final do concurso da musa da comunidade. Anna Karolina Carvalho foi a vencedora.

‘A gente está trabalhando com o luxo do lixo’, diz presidente

Em entrevista ao site CARNAVALESCO, o presidente Tê falou da crise financeira na Série A, o possível apoio do governador Witzel e a nova direção da Lierj.

“O carnaval do Rio de Janeiro hoje está sendo tratado com pouco caso. Certamente, o Império da Tijuca vai fazer desfile. Aqui faço um planejamento, quando acaba o carnaval já começo o planejamento do novo enredo. Já entregamos os protótipos e os ateliês já estão funcionando. A gente está trabalhando com o luxo do lixo”, disse o presidente, que ainda completou.

“A única saída do carnaval vai ser o nosso governador. Sobre a nova administração da Série A, a gente tem que apoiar. A gente não pode julgar sem ela ter concluído seu trabalho. Quem sabe a gente não tem novidades?”.

Para o diretor de carnaval, Luan Teles, o Império da Tijuca vai manter sua estrutura de desfile, seguindo o que foi proposto pela direção da Lierj para todas agremiações.

“Vamos com três carros sendo um acoplado e mais um tripé. As pessoas vão lá para assistir ao espetáculo e se a gente diminuir não é legal”, disse o diretor que considera o samba-enredo fundamental para o sucesso do desfile.

“O samba, pra mim, é 80% do desfile. Se tiver um samba bom, bom mesmo, o componente ajuda o trabalho que a gente fez o ano inteiro ficar ainda mais bonito. Prezamos pela obra que a comunidade abraçou”.

‘Ressaltar a edução é importante quando não é valorizada’, diz carnavalesco

Estreando na Série A em 2020, o carnavalesco Guilherme Estevão é o responsável pelo desenvolvimento do desfile da escola no ano que vem. O artista citou estar orgulhoso com a missão.

“O Império é uma escola muito bem estruturada, dentro da realidade do grupo sempre fez desfiles grandiosos. Além disso é uma escola que pode me dar uma liberdade de criação maior. É um privilégio para mim fazer essa estreia aqui. A gente quer ressaltar a educação
em momento social muito importante em que sobretudo a educação pública não é valorizada”.

Estevão comentou o peso de fazer um desfile da Série A e ainda enfrentar a Imperatriz Leopoldinense e a dificuldade financeiro do Acesso.

“É óbvio que a Imperatriz é a escola a ser batida, mas eu acho que o mais importante é cada escola trabalhar o seu carnaval. A gente começou a trabalhar em junho, única escola do grupo a iniciar o carnaval nesse período, e isso pesa no projeto que estamos fazendo. A escola abraçou algumas coisas que eu implantei, principalmente, neste processo de
compras, quando vamos direto no fornecedor a gente consegue baratear o custo”, explicou.

Bateria vem de homem negro

Ao site CARNAVALESCO, mestre Jordan analisou o desfile de 2019 e revelou detalhes para o desfile de 2020.

“Foi bem positiva a performance em 2019. Para o ano que vem, vamos levar 240 ritmistas. Com o samba escolhido vamos pensar nas bossas. Já sabemos que a nossa fantasia vai representar o homem negro”.

Intérprete do Império da Tijuca, Daniel Silva, disse que o samba de 2019 tem pagada forte de desfile.

“Atende ao enredo e tem refrão forte. É aquele que bota todo mundo pra cantar e pular o tempo todo, que não dá respiro”, afirmou o cantor.

Perguntado sobre o julgamento do carro de som e dele no quesito Harmonia, como é feito na Série A, Daniel Silva disse ser a favor.

“Eu acho muito bom porque obriga a gente a se aprimorar mais nas aulas de canto, a ensaiar bastante pra fazer um trabalho de excelência. Eu acho até que tinha que ser
separado. Avaliar harmonia, intérprete, e o carro de som para valorizar também os
músicos. Eles merecem”.

Casal foca nos ensaios fortes para evitar surpresas no desfile

Com a responsabilidade de assumir o posto de primeira porta-bandeira do Império da
Tijuca, Lais informou que os ensaios são fortes para tudo dar certo ao lado do mestre-sala Renan Oliveira.

“Ensaiamos muito pra não ter problema lá na frente. Fiquei no Império da Tijuca por
três anos como segunda porta-bandeira e quando pensei que meu sonho tinha acabado, que isso nunca ia acontecer, o Tê me liga e me dá esse presente. A escola está me dando toda a estrutura necessária. Estão me dando confiança. Estou gostando de tudo”.

Renan elogiou a parceira e falou da fantasia para o desfile de 2020.

“A gente já se conhecia, mas nunca tínhamos dançado juntos além da cumplicidade na dança, desenvolvemos uma amizade e isso é muito importante também pra gente. Acho muito importante ela já ter sido da escola. Já vimos a fantasia. Gostei, aliás, já já vamos começar a montar a coreografia dentro da proposta da indumentária. Vem coisa boa por aí”.

Como foram as apresentações

Parceria de Diego Nicolau – Sem a presença do cantor da Unidos de Padre Miguel, Tinga e Pixulé comandaram a apresentação. Exibição forte e segura da parceria com destaque para o verso “minha arma é poesia”. Mister final, Tinga impulsionou o rendimento da obra.
Diversos segmentos mostraram preferência pela parceria.

Parceria de Cláudio Russo – Segunda parceria da noite ficou devendo uma exibição mais forte. Em nenhum momento, o samba conseguiu conectar palco, torcida e segmentos imperianos.

A parceria de Valéria Amorim foi a terceira da noite. Emerson Dias conduziu a obra e teve um ótimo rendimento na quadra, inclusive, com a adesão dos segmentos. Ficou claro que a disputaria estaria entre a parceria e a turma de Diego Nicolau.

Última parceria da noite foi a de Eduardo Katata. Leandro Santos também comandou muito bem o palco. A torcida seguiu forte o canto, mas o restante do público não interagiu.

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