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Parceria de Márcio André ‘pede licença’ para vencer disputa de samba-enredo na Alegria da Zona Sul

Por Guilherme Ayupp. Fotos: Allan Duffes

A Alegria da Zona Sul realizou sua final para a escolha de seu samba-enredo para o próximo carnaval esta madrugada em sua nova quadra, no Catumbi. Venceu o concurso a parceria formada pelos compositores Márcio André, Neizinho do Cavaco, Lopita 77, Ribeirinho, Elson Ramires, Beto Rocha, Telmo Augusto, Fábio Xavier, China, Girão e Samir Trindade. A Alegria desfilará em 2019 com o enredo ‘Saravá Umbanda’, de autoria do carnavalesco Marco Antonio Falleiros. A vermelha e branca do Pavão, Pavãozinho e Cantagalo será a segunda a desfilar na sexta-feira de carnaval pela Série A.

A parceria, embora formada por compositores acostumados a vencerem em outras agremiações, possui apenas três integrantes já campeões na Alegria. Samir Trindade, Girão e Telmo Augusto eram do time que fez o samba da escola em 2018, onde houve uma encomenda. Augusto assinou ainda o samba de 2014, ano de estreia da Alegria na Série A.

Márcio André, campeão em várias escolas, iniciou sua trajetória na União da Ilha, onde chegou a ocupar o posto de diretor de carnaval. Hoje com esta função na Cubango falou à reportagem do CARNAVALESCO sobre mais uma vitória em disputa de samba-enredo.

“A escolha foi justa pois o nosso samba em primeiro lugar cobria completamente a sinopse apresentada pelo carnavalesco. Acredito que o nosso refrão seja o grande destaque dessa obra, pois é forte, gruda na cabeça do componente. Tem a melodia forte e aguerrida”, comemora.

O samba foi defendido na quadra pelo intérprete da Inocentes de Belford Roxo, Nino do Milênio. Os torcedores abrilhantaram a apresentação com bandeiras em vermelho e branco e muitas bolas coloridas. Um grupo teatralizado representou símbolos da Umbanda, com direito a criança e brinquedos significando os Ibejis. De andamento mais à frente o samba teve dificuldades em cativar a quadra. Cabe ressaltar que o formato de apresentações foi diferente ao habitual em finais de samba. Cada parceria fez duas rodadas de passagem. A primeira, em apenas três passadas, antes do show dos segmentos. A segunda com 20 minutos para cada obra.

Sonho da quadra realizado. Barracão permanece um pesadelo

A Alegria da Zona Sul conseguiu finalmente realizar o seu sonho de contar com uma quadra estruturada para a realização de seus eventos. Há mais de um ano em obras o espaço, localizado na rua Frei Caneca, bem ao lado da Praça da Apoteose, foi reaberto para a grande final de samba-enredo. Se por um lado um antigo sonho foi realizado, um pesadelo passa a atormentar a agremiação na construção do desfile de 2019. A escola perdeu seu barracão e não tem onde realizar a confecção de suas alegorias e fantasias.

“Uma escola sem uma quadra não briga por nada. Hoje temos a nossa e podemos sonhar com algo melhor”, destacou o presidente Marquinhos Almeida.

Marquinhos falou à reportagem do CARNAVALESCO sobre a questão do barracão e depositou confiança no presidente da Lierj, Renato Thor. Segundo o presidente, a escola sonha com o pelotão da frente.

“O presidente Thor está lutando por nós e tenho certeza que vamos encontrar uma solução. Eu brinco com ele que depois do vice do Tuiuti no Especial, também sonho com um grande carnaval da Alegria na Série A”, afirmou.

Carnavalesco se preocupa com indefinição do barracão

Em entrevista concedida ao CARNAVALESCO, Marco Antônio Falleiros destacou que não se surpreendeu com a boa colocação obtida em 2018, a terceira melhor de toda a história da Alegria, mas revelou certa preocupação com a questão do barracão.

“Eu não me surpreendi com nosso carnaval. Eu sempre fiz desfile debaixo de muitas dificuldades. Considerei injustas nossas colocações em 2016 e 2017. A Alegria vem para tentar ficar entre as seis primeiras colocadas. Mas essa questão do barracão me deixa bastante preocupado, pois até o presente momento o que temos é que estamos sem um barracão, apesar de termos conquistado a nossa quadra”, desabafa.

Falleiros explicou o enredo de 2019, novamente voltado para a valorização das religiões de matriz africana, uma marca da Alegria.

“Vamos novamente apostar em uma temática que vem dando certo. Nosso enredo vai contar a história da Umbanda através do olhar de um preto velho. A partir daí vamos trazer todos os signos representativos dessa religião, que é a mais brasileira dentre todas, certamente”, explica.

Bateria pretende reproduzir terreiro na avenida

Com aproximadamente 240 ritmistas em sua equipe de trabalho para o desfile de 2019, mestre Claudinho confidenciou à reportagem do CARNAVALESCO que a intenção da apresentação em 2019 é criar um grande terreiro na pista de desfiles, já que a agremiação falará sobre a Umbanda.

“Crescemos um pouco em relação ao número de ritmistas em 2018, pois pretendo colocar instrumentos afro, para fazer um grande terreiro. A fantasia é segredo, mas podem ter certeza que todos vão gostar. Ainda não vi o figurino pronto, mas sei o que é. Vamos justificar na avenida o porque estaremos vestidos daquela forma”, garante.

Claudinho enalteceu a qualidade da obra escolhida esta madrugada, e adiantou que a bateria irá fazer batidas afro, sempre focando no ritmo, como explica o mestre à nossa reportagem.

“A qualidade do samba é altíssima. É um enredo bastante forte. A temática afro oferece obras de boa qualidade. Tivemos uma grande dificuldade nessa escolha. Agora é trabalhar. Nossa bateria vai fazer convenções com características que remetem aos ritmos de batida afro, eu gosto muito de focar no ritmo. Teremos uma bateria ousada”, disse.

Igor Vianna comemora ‘estreia’ com temática afro

O intérprete Igor Vianna caminha para o terceiro desfile seguido à frente do carro de som da Alegria da Zona Sul. O cantor, com passagem até pelo carnaval de São Paulo, busca a consolidação de seu nome no Rio de Janeiro. O filho do lendário Ney Vianna revelou ao CARNAVALESCO que pela primeira vez cantará na avenida um samba que falará de sua religião.

“A sensação principal é de gratidão com a Alegria de poder novamente mostrar o meu trabalho. Venho crescendo a cada ano. Que Deus permita que essa caminhada seja longa. Vai ser a minha primeira vez cantando o que eu prego enquanto religião. Sou do Candomblé, mas tenho meu pezinho na Umbanda. Vou cantar o que cresci amando amar e respeitar. O que minha mãe me ensinou foi respeitar o povo de aruanda”, destaca.

Vianna conta que estudou os três sambas finalistas para poder cantá-los antes mesmo do anúncio oficial, junto das parcerias finalistas. Ele destaca a obra escolhida e conta que manteve a base de seu carro de som para o Carnaval 2019.

“Eu vejo um grande samba mais uma vez na nossa escola na avenida. Tenho um leque enorme de possibilidades para o meu trabalho. Cantei aqui com as parcerias finalistas e já tenho a melodia dominada. Eu tive duas baixas em relação a este ano, uma de voz, outra de corda, mas a base eu mantive”, afirma.

Casal tem dúvidas com relação ao figurino

O casal Diego Machado e Alessandra Chagas tem uma parceria relativamente recente no carnaval. A dupla começou a dançar em 2017 na Viradouro e vai para o segundo desfile na Alegria. A porta-bandeira relata que a fantasia ainda está sendo debatida entre eles, pois há uma dúvida e confessa que não esperava um desfile como o de 2018 na escola.

“A gente foi surpreendido com um desfile belíssimo da escola. A Alegria tem nos feito acreditar que esse crescimento se dará em conjunto da gente com eles. Dançamos juntos em 2017 e 2018. A parceria deu super certo, nos tornamos amigos. Temos ainda duas opções de fantasia que não foi escolhida. Uma é mais ousada e a outra delicada. Eu também estou na dúvida”, disfarça.

Diego Machado contou ao CARNAVALESCO que a fase de preparação até o momento se baseou na parte física e que com a escolha do samba haverá o desenho coreográfico. Segundo o dançarino, a responsabilidade aumenta com o enredo que tratará da Umbanda.

“A nossa preparação nunca se encerra, mesmo após o carnaval possuímos atividades. Agora com o samba escolhido vamos montar a coreografia e até aqui estávamos na parte física. O desfile desse ano pegou a gente mesmo de surpresa, foi algo muito produtivo para a nossa parceria. E em 2019 vamos falar de ancestralidade. Aumenta nossa responsabilidade e ansiedade”, destaca.

Como foram apresentações dos outros sambas na final

Parceria de Pixulé – O samba foi defendido pela dupla de intérpretes Pixulé e Tiganá, ambos autores da obra. Com o início das apresentações depois das 03h da madrugada, a quadra já se encontrava vazia. A parceria não levou uma torcida muito numerosa. O samba teve dificuldades em sua apresentação, sendo muito pouco cantado.

Parceria de Meiners – Na quadra o samba foi defendido pelo mister final Tinga. Mais magro devido à cirurgia de redução de estômago, o intérprete da Vila Isabel segue demonstrando sua impressionante capacidade vocal. A torcida não tinha muita gente. Os que compareceram portavam bandeiras nas cores vermelha e branca. De refrão forte, o rendimento da apresentação foi o mais consistente da noite. A melodia muito bem trabalhada possibilita um canto linear o tempo todo. O samba fez a melhor apresentação da final.

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