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Porto da Pedra faz homenagem inesquecível para Antônio Pitanga, mas peca no quesito evolução

Por Fiel Matola. Fotos: Allan Duffes

O relógio marcava 01h30 neste domingo de carnaval, quando Luizinho Andanças iniciou o samba da escola de São Gonçalo de 2019. A comunidade foi protagonista mostrando que o Tigre é sim uma das favoritas ao título, mas o quesito evolução pode tirar seu sonho de ir para o Grupo Especial. Com duração de 52 minutos, a força dos componentes e a emoção do enredo tomaram conta do desfile. Ponto alto também para o casal de mestre-sala e porta-bandeira que arrancou aplausos do público presente.

Antes do início do desfile da Porto o presidente Fábio Montebelo falou sobre o fogo no barracão no período pré-carnavalesco, além de agradecer a ajuda de Capitão Guimarães e Marcelo Calil, assim como o prefeito de Maricá. O presidente ainda pediu para a comunidade cantar e honrar São Gonçalo, e disse que era hora de levar título para escola.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Rodrigo França e Cintya Santos representavam “O Reino Ancestral de Daomé”. Lutando para continuar com seus 40 pontos conquistados em 2018, o casal misturou o bailado conservador com o moderno. Utilizaram algumas coreografias em partes do samba. Os movimentos do mestre-sala e a graciosidade da porta-bandeira foram de impressionar, principalmente, no momento em que eles apresentavam a escola, um bonito gesto deixando a essência da dança clara. O final do giro anti-horário foi perfeito. Parte positiva dos muitos giros feitos por ela, em todos os módulos o casal foi aplaudido. No segundo módulo, no início da apresentação a bandeira deu uma leve encostada no seu esplendor de Cyntia, mas foi muito rápido, não tirando o brilho da apresentação.

Harmonia

O Tigre rugiu na Sapucaí com um canto forte, a comunidade cantou muito. O samba na voz de Luizinho Andanças, acompanhado pelo seu carro de som, mostrou que o casamento entre a escola e o intérprete sempre deu certo e está em seu ápice. Ponto positivo para as alas iniciais que cantaram bastante, além da ala “O teatro paulista: O poder negro” e a ala que representava a novela “O Clone”. Nos dois últimos módulos a escola correu, mas, a garra foi tamanha que a comunidade não parou de cantar.

Samba-Enredo

O samba foi abraçado pela comunidade de São Gonçalo. Com a letra dentro do enredo e impulsionando pelo canto forte dos componentes funcionou na avenida. Ponto mais que positivo para o refrão central do samba: “No cinema novo fiz brotar/ Resistência popular/Eu sou pitanga!/Na tela a pele negra reluz/Um gingado que seduz/Eu sou Pitanga!”

Alegorias e Adereços

O conjunto alegórico da Porto da Pedra era composto por quatro alegorias. A primeira alegoria representou “Salvador de Toda a fé e de todo o santo”. A plástica mostrou o sincretismo religioso da cidade, o Tigre imponente em preto e branco estava rodeado das igrejas da cidade, mas o corpo da escultura destoava da cabeça que estava mais limpa. Esculturas dos filhos de Gandhi com vasos completavam o início do carro. Próximo ao segundo recuo de bateria o carro abre-alas ficou “empenado” para esquerda, resta saber como o jurado do último módulo verá.

A segunda alegoria da Porto da Pedra foi uma representação alegórica de um Quilombo, numa alusão ao filme do Cacá Diegues de 1984, e também, uma associação a luta pelo Cinema Nacional. A terceira alegoria trouxe os familiares e amigos. Estavam Rocco Pitanga, Camila Pitanga, Zezé Mota, Milton Gonçalves e outros. A última alegoria tinha inspiração na boemia carioca, onde no primeiro plano, veio o tradicional chapéu de malandro e o homenageado.

Evolução

O quesito atrapalhou o rendimento da Porto da Pedra. A escola acabou abrindo um grande clarão na pista com o problema do carro abre-alas. Depois o efeito sanfona aconteceu, além de grande correria. A ala de passistas, por exemplo, passou muito rápido pelo terceiro módulo, a bateria também entrou no recuo com uma rapidez muito grande.

Para piorar, como a escola correu, o terceiro carro, que já tinha dado problema com fumaça na concentração ficou para trás e houve mais um clarão em frente ao módulo três. Porém, no que se diz empolgação do componente podemos apontar como positivo, principalmente, nos primeiros módulos. Ponto positivo para as baianas da escola e os passistas que deram um show à parte, com coreografias e o samba no pé que rolou solto.

Bateria

Com bossas arrojadas e dentro do samba, mestre Pablo ousou em sua bateria. Pode-se notar paradinhas dentro do samba. Caracterizado como Benedita da Silva, esposa de Pitanga, o comandante da bateria chamou atenção. Vale notar que a bateria Ritmo Feroz passou muito rápido nos dois últimos módulos, mas fez suas paradas para apresentação, mais rápidas do que nas outras cabines. Ponto alto para a parte do samba “subo a ladeira do Pêlo, a batucada começou, tem capoeira”, com uma batida afro, relembrando a batucada baiana.

Enredo

Do carnavalesco Jaime Cezário, o enredo “Antônio Pitanga, um negro em movimento!”, foi divido em quatro setores, “Primeiro Movimento – Salvador”, lugar onde o homenageado nasceu, “Segundo Movimento – O cinema”, apresentando o amor de Antônio pela sétima arte, “Terceiro Movimento – Teatro e Televisão”, pincelando os trabalhos do homenageado e o último setor “Quarto Movimento: Rio de Janeiro”, com uma proposta clara onde cada expectador via o desfile e entendia o proposto.

Fantasia

As fantasias da Porto da Pedra foram de fácil assimilação, muito bem acabadas e mostrando claramente o enredo. Ponto muito positivo para as alas “a educação que vale ouro”, “O teatro paulista: o poder negro” e a ala “O Pagador de Promessas” comandada pelo muso Fábio Alves Deitando no chão, ajoelhando e com uma coreografia forte, a ala chamou atenção no desfile.

Outros destaques

A rainha de bateria Kamila Reis mostrando simpatia e samba no pé. Antônio Pitanga e seus convidados, esbanjaram alegria e muito simpatia e relação com o público presente ao Sambódromo.

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