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Recordar é viver! Império Serrano apresenta documentário sobre ‘Bum Bum Paticumbum’ em sessão de cinema

Obra narra a história de todo o processo de preparação para o carnaval de 1982 em que a escola chegava arrasada e afundada em uma grave crise, mas deu a voltar por cima, conquistando o título com muita criatividade e trabalho

Às vésperas da data inicial dos desfiles de 2022, o Império Serrano deu um presente para sua torcida e para o mundo do samba em geral, realizando o lançamento do documentário “Bum Bum Paticumbum prugurundum – 40 anos exaltando gente bamba”. Dirigido por Emerson Pereira, de forma autoral e independente, a obra narra a história de todo o processo de preparação para o carnaval de 1982 em que a escola chegava arrasada e afundada em uma grave crise após ter terminado o campeonato do ano anterior em último lugar, com poucos recursos, mas dando a voltar por cima, conquistando o título com muita criatividade e trabalho, puxado por um samba que até hoje está na boca do povo.

O documentário foi exibido no cinema do Madureira Shopping no mesmo horário em que a escola realizou o desfile daquele ano, contando com a participação massiva da velha guarda, além do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Matheus Machado e Verônica Lima, passistas, baianas, além de outros componentes, torcedores e simpatizantes do mundo do samba.

Um dos homenageados e participante do documentário, o compositor Aluísio Machado, responsável pela composição da obra de 1982 ao lado de Beto Sem Braço, falou sobre a importância daquele desfile para a história do Império Serrano.

“É gratificante esse samba virar um documentário, até porque ele foi um marco na história do Império Serrano. Em 1982, o Império saiu do último lugar para ganhar um carnaval. E, o Império foi a última a desfilar. E nós, desfilamos em um sol escaldante e ninguém arredava o pé da arquibancada. Ainda era arquibancada de madeira. Do primeiro setor ao último todo mundo cantava o samba, e terminou o desfile e o povão veio junto com a gente, por isso que é marcante até hoje esse samba, 40 anos, para mim é gratificante esse documentário”, lembra.

Neto de Aluísio Machado, hoje primeiro-mestre sala da escola e com uma participação especial no documentário, Matheus Machado se diz feliz ao ver a escola valorizando suas memórias e as pessoas que as construíram.

“É sempre importante a gente valorizar a história. Não só do Império, do samba. Porque o desfile de 1982 é uma história do samba. Um samba que até hoje é atual, com várias críticas. E, é importante para o Império também valorizar esse momento, estão aí tantas pessoas que desfilaram naquele tempo. É muito importante você valorizar essas pessoas, porque a gente não pode esquecer quem lutou pela gente lá atrás para hoje a gente poder desfilar, ser feliz na Sapucaí”, acredita Matheus.

Para o diretor da obra e assessor de imprensa da escola, Emerson Pereira, o documentário vai ser importante não só para a escola, mas também para todos aqueles que gostam e valorizam o samba e o carnaval.

“Eu sou muito fã de resgatar memórias e curiosamente calhou de cair essa data sobre este carnaval, e o Império Serrano como a instituição viva que é, não podia se dar ao direito de não comemorar de alguma forma. Acho que são 40 anos de um título marcante, um desfile memorável, um samba que todo mundo lembra até hoje. Fazer um documentário dessa forma, 100 por cento autoral, independente, é uma forma de valorizar quem construiu a história do Império Serrano. É uma felicidade imensa. Acho que está todo mundo contente, todo mundo feliz, todo mundo radiante com essa exibição, foi um trabalho feito com muito carinho, com muito amor. Eu acho que as pessoas vão gostar, é uma forma também de levar cultura, história, isso para todo mundo. Eu acredito que seja um marco para gente, para o Império, e acredito que vai ser marcante também para todo mundo”, aposta.

O compositor Aluísio Machado e o diretor do filme Emerson Pereira

Com 52 minutos de duração, o filme traz a história sendo contada através do depoimento de personalidades que participaram diretamente daquele desfile como as carnavalescas Rosa Magalhães e Lícia Lacerda, o diretor de bateria Sílvio Manoel, o intérprete Quinzinho, o compositor Aluísio Machado, o primeira mestre-sala da época, Sérgio Jamelão, e o cantor Jorginho do Império. Além da escritora e especialista em carnaval, Rachel Valença, que participou ativamente do desfile, e da carnavalesca Maria Augusta Rodrigues.

Presente à estreia do documentário, Maria Augusta falou à reportagem do CARNAVALESCO sobre a importância de as escolas valorizarem suas memórias e produzirem conteúdo para as próximas gerações.

“A história sempre é importante em qualquer área, e nós que gostamos de tudo que é manifestação popular, precisamos estar embasados na história. O que é tradicional deve ser repetido, deve ser relembrado. Nesse sentido é fundamental que uma escola tenha a sua memória. E, o Império é uma escola que vive também da sua memória além dos seus feitos atuais. E isso é fundamental para que a instituição permaneça e mantenha as suas características. Esse documentário vai ser visto por jovens que não conhecem o que aconteceu há 40 anos atrás”.

Maria Augusta também lembrou um pouco daquele desfile o colocando como um carnaval à frente do seu tempo.

“Para mim inesquecível. Um desfile que poderia ter acontecido hoje. Se você for ver na internet outros desfiles de 1982, as escolas eram mais abertas, as pessoas mais distantes. É muito interessante essa diferença. E o Império veio compacto, praticamente como é o desfile atual. O Império inovou naquele desfile, independente do samba, do enredo. O desfile do Império Serrano foi ‘o impacto’. Eu acredito que esse documentário vai chamar a atenção para os imperianos e para quem gosta de samba”.

Também presente no evento, a porta-bandeira Verônica Lima, lembrou da importância de valorizar aqueles que continuam defendendo a história da escola, principalmente após tempos tão difíceis como os que vêm sendo vividos após o início da pandemia em 2020.

“Para mim é um orgulho muito grande hoje conduzir o pavilhão do Império Serrano, porque é uma escola de tradição, uma escola que tem história. E, eu acho que essa história tem que ser documentada, tem que ser guardada, tem que ser contada pelas pessoas que ainda estão aqui entre a gente, os resistentes, porque nós passamos por uma pandemia, perdemos muitas pessoas do carnaval inclusive. Então, eu acho que isso tem que estar guardado, documentado para os sambistas que ainda vão vir, das próximas gerações, para eles saberem a história das suas raízes”, entende a porta-bandeira do Império Serrano.

Ao final do espetáculo, após algumas palavras emocionadas e o agradecimento do diretor Emerson Pereira, os componentes saíram da sala de cinema ao som do samba de exaltação do Império Serrano. O documentário “ Bum Bum Paticumbum prugurundum – 40 anos exaltando gente bamba” já está disponível na íntegra. Veja abaixo.

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