InícioSérie OuroIlhaReedição de ‘Fatumbi’ terá linguagem e estética diferenciadas do desfile original

Reedição de ‘Fatumbi’ terá linguagem e estética diferenciadas do desfile original

A União da Ilha do Governador quer fazer a Sapucaí tremer novamente para Fatumbi. No próximo carnaval, a tricolor insulana irá reeditar o tema originalmente apresentado pela própria escola em 1998. Na ocasião, o trabalho teve a criação e a assinatura de Milton Cunha. Agora, o novo desfile ganhará vida através das mãos de Cahê Rodrigues e Severo Luzardo.

“Assim como Milton já deu várias declarações, nós estamos muito honrados em poder reeditar uma obra tão linda, tão emocionante e tão necessária. Uma obra que foi levada para Avenida pelas mãos do Milton Cunha, que é um artista que eu tenho profundo respeito. Poucas pessoas sabem, mas eu trabalhei com Milton na Beija-Flor e depois eu tive uma oportunidade também na Ilha, inclusive no ano de ‘Fatumbi’, que eu cheguei a fazer alguns desenhos para ele. Tenho um profundo respeito pela obra do Milton”, declarou Cahê Rodrigues, em conversa com o site CARNAVALESCO.

A dupla de artistas que será responsável por desenvolver o novo desfile em tributo ao fotógrafo Pierre Verger, ou simplesmente Fatumbi, falou com a nossa reportagem sobre a tarefa de reeditar um desfile que entrou para história da Ilha e que marcou época na folia carioca. Segundo eles, o processo de escolha do tema contou com a participação do presidente executivo da escola Djalma Falcão, dos diretores de carnaval Dudu Azevedo e Wilsinho Alves, além deles, os carnavalescos da agremiação.

“Já existia um desejo de uma reedição. Em um primeiro momento foi cogitado ‘Festa Profana’, mas a escola na verdade nunca oficializou, era só uma sugestão de reedição. Mas ‘Fatumbi’ sempre passeou nas conversas, sempre foi um desejo, tanto meu, quanto do Severo. A gente tinha essa vontade de levar novamente para Avenida um enredo tão importante, com um samba tão forte, como foi ‘Fatumbi’. Então, a decisão de escolha foi um conjunto com os carnavalescos, a direção de carnaval e o presidente”, assegurou Cahê.

Questionados sobre o que seria mantido e o que seria alterado do desfile original para esta reedição, a dupla relatou que não houve uma conversa aprofundada acerca de como será o desenvolvimento desta nova apresentação de “Fatumbi”. “Ainda não conseguimos trabalhar neste projeto direito. Até o momento, temos apenas o enredo em si que foi lançado”, contou Severo Luzardo.

“Temos muitos caminhos a trilhar para poder roteirizar esse novo desfile, uma vez que ele vai acontecer na Série A. Vamos ter de encarar certas limitações, como o número de alas e de alegorias, mas podem ter certeza que a dedicação, o respeito, o comprometimento a arte e a um tema tão importante vai ser respeitado. Vamos traduzir isso com uma nova linguagem, uma nova estética, de forma muito respeitosa”, complementou Cahê.

O próximo carnaval irá marcar o primeiro trabalho dos dois artistas em conjunto. Ambos com uma longa trajetória na festa e um currículo repleto de êxitos. “Eu e o Cahê nunca trabalhamos juntos. Então, só vamos ter uma noção real de como vai funcionar a divisão dos trabalhos quando formos chamados para iniciar o projeto. Aí é que vamos entender a parceria”, disse Severo. “A gente tem uma estética muito próxima, temos gostos muito parecidos e a sintonia de um para o outro é muito importante”, avaliou Cahê.

Sobre a falta de previsão relacionada a quando e como acontecerá o próximo carnaval, Severo Luzardo comentou que isto afeta o início dos trabalhos. “Nós temos que esperar as definições acerca de como irá funcionar o desfile para iniciarmos um projeto. Assim, fazemos algo já dentro dos balizadores propostos”, avaliou.

Cahê Rodrigues seguiu a mesma linha de raciocínio de Severo, mas garantiu que mesmo com as indefinições a criação não para. “Ninguém tem ainda noção de quando vai acontecer o próximo carnaval, em que data, como será esse futuro carnaval. É claro que, na medida em que a Lierj se posicionar em termos de regulamento, a escola vai respeitar as normas, não tem jeito. A princípio, nós estamos pensando no processo criativo, para só depois adaptar ao que o regulamento permitir para o futuro carnaval”, finalizou.

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