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Samba da Mocidade tem alto rendimento na homenagem para Elza Soares, mas plástica fica devendo

Por Diogo Sampaio. Fotos: Allan Duffes e Magaiver Fernandes

Uma das escolas mais aguardadas neste carnaval, a Mocidade Independente de Padre Miguel levou para Marquês de Sapucaí o enredo “Elza Deusa Soares”, em homenagem a uma das mais ilustres torcedoras e personagens de sua história. Com um samba-enredo elogiado, a escola apresentou um canto forte em suas alas e uma bateria inspirada. No entanto, pecou ao apostar em uma estética com muita informação, que comprometeu a leitura e compreensão do enredo. Penúltima escola a desfilar pelo Grupo Especial, a verde e branca da Vila Vintém terminou com 68 minutos.

Comissão de Frente

Com o nome de “Ora (direis) ouvir estrelas: ouço o som da favela, resistência em nosso chão”, a comissão de frente desenvolvida pela dupla de coreógrafos Jorge Teixeira e Saulo Finelon trouxe Elza Soares ainda menina, na Vila Vintém, tendo de lidar com a pobreza e a opressão. Ela passou pelas três cabines de jurados sem cometer erros passíveis de penalização e arrancou aplausos do público no primeiro e terceiro módulos.

A apresentação tinha como ápice o momento em que seis “Elzas” surgiam de dentro de tripés que representavam barracos de favela. Na cabeça, elas traziam diversos hologramas com imagens da estrela-guia, do escudo da escola e da própria Elza. Ao final, mostrava a menina Elza já consagrada, brilhando nos palcos do mundo.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Em seu primeiro ano dançando juntos, Diogo Jesus e Bruna Santos foram uma das gratas surpresas do desfile da Mocidade Independente. Os dois vieram representando “A inspiração do louva-a-deus”, com um figurino todo em verde. Ao longo das apresentações para os módulos de julgamento, o casal de mestre-sala e porta-bandeira demonstrou sincronia, elegância e leveza nos movimentos, além de se manterem ambos no mesmo ritmo.

A dupla misturou passos de bailado tradicional com coreografias, em referências a passagens do samba. Neste caso, vale mencionar a feita durante o refrão principal do samba, que acontecia ao mesmo tempo em que a bateria “Não existe mais quente” de mestre Dudu realizava uma sequência de bossas.

Harmonia

Um dos pontos altos da apresentação da escola foi a harmonia. As alas passaram cantando o samba com empolgação e auxiliaram no rendimento da obra na Avenida.

Enredo

A homenagem da Mocidade a uma das suas torcedoras mais ilustres era um dos enredos mais pedidos há anos e nas mãos do carnavalesco Jack Vasconcelos ganhou vida. A história de luta e resistência, que marcou a trajetória de Elza da infância miserável até o sucesso nos palcos, foi narrada de maneira crítica, como um ato político, pelo artista. No entanto, a estética poluída das fantasias e alegorias atrapalhou a leitura em alguns momentos, comprometendo a clara compreensão da proposta.

Evolução

A escola apresentou uma evolução bastante lenta ao longo de todo o desfile, chegando a evoluir parada por alguns momentos. Porém, mesmo com essas falhas, não abriu buracos ou clarões. Os componentes também desfilaram soltos e com leveza.

Samba-Enredo

O samba composto por Sandra de Sá, Igor Vianna e companhia foi um dos mais celebrados no pré-carnaval e demonstrou na Avenida o motivo. Com uma condução segura do carro de som, aliada a uma excelente performance dos ritmistas da bateria “Não existe mais quente”, o samba teve uma arrancada vibrante, com direito até mesmo as arquibancadas entoando ele. E mesmo com a queda no canto do meio para o fim do desfile, a obra encerrou ainda assim com um alto desempenho.

Fantasias

As fantasias criadas pelo carnavalesco Jack Vasconcelos apresentaram uma difícil leitura, devido ao uso excessivo de elementos diferentes nos figurinos. Ficou difícil ainda mais sua compreensão dentro do enredo.

Alegorias e Adereços

Assim como o conjunto de fantasias, as alegorias da Mocidade Independente também apresentaram muito excesso de informação. Além disso, alguns dos carros tinham falhas de acabamento, como segundo “De Padre Miguel para o mundo” e o quinto “Você tem fome de quê? Que os filhos do planeta fome não percam a esperança em seu cantar”, que trazia a grande homenageada.

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